Cevada na alimentação de bovinos confinados: uma alternativa nutritiva e econômica

A cevada pode ser utilizada como subproduto da fabricação de cerveja, conhecido como cevada úmida ou polpa de cervejaria

Com o aumento dos custos com milho e farelo de soja, cresce o interesse por insumos alternativos que mantenham o desempenho dos animais e reduzam os gastos na terminação. Nesse cenário, a cevada, especialmente o resíduo da indústria cervejeira (cevada úmida), surge como uma excelente alternativa para a formulação de dietas em confinamento.

O que é a cevada usada na pecuária?

A cevada pode ser utilizada como subproduto da fabricação de cerveja, conhecido como cevada úmida ou polpa de cervejaria. Esse resíduo ainda contém fibras, proteína e energia digestível, sendo muito útil para ruminantes, ou seja, ela possui alto teor de amido, sendo uma excelente fonte de energia para os ruminantes, especialmente em confinamento. Pode ser usada em substituição parcial ao milho. O teor de proteína bruta da cevada é moderado (cerca de 10 a 13%), mas não suficiente para classificá-la como fonte proteica principal, ou seja, é um alimento energético.

Benefícios do uso da cevada

Os principais benefícios da cevada no confinamento bovino são:

  1. Fonte energética eficiente
    Rica em amido, fornece energia para alto desempenho dos animais, ajudando no ganho de peso.
  2. Boa digestibilidade
    O amido da cevada é mais rapidamente fermentado no rúmen que o do milho, melhorando a eficiência alimentar.
  3. Custo acessível (dependendo da região)
    Pode ser uma alternativa mais barata que o milho ou sorgo, principalmente em regiões produtoras.
  4. Palatabilidade
    Os bovinos aceitam bem a cevada na dieta, o que favorece e aumenta o consumo voluntário.
  5. Disponibilidade como subproduto
    Resíduos da indústria cervejeira, como o bagaço de cevada, também são aproveitados como ingredientes na ração.
  6. Boa combinação com outros ingredientes
    Pode ser usada junto a fontes proteicas (farelo de soja, por exemplo) para equilibrar a dieta.

Pontos de atenção

O uso da cevada requer alguns cuidados:

  • Matéria seca (MS): a cevada úmida pode ter até 75% de água. Por isso, é essencial sempre analisar a MS para evitar erros no balanceamento da dieta.
  • Conservação: a cevada úmida tem alta umidade e pode fermentar rapidamente. É recomendado o uso de silos trincheira, compactação adequada ou aditivos conservantes.
  • Limite de inclusão: embora seja palatável, a cevada deve ser introduzida aos poucos e balanceada para evitar acidose, especialmente quando usada em grande proporção.

Exemplo prático

Um confinamento que substitui até 30% do milho por cevada úmida pode obter bons resultados, desde que a dieta esteja bem ajustada. Em estudos e experiências práticas, os bovinos mantêm ganhos médios diários (GMD) acima de 1,5 kg/dia e com conversão alimentar eficiente.

A cevada, como subproduto da cervejaria, é uma excelente alternativa alimentar para bovinos confinados. Quando bem armazenada e utilizada com base na análise de matéria seca, ela permite reduzir custos sem comprometer o desempenho dos animais.

Recomendações finais:

  • Faça sempre análise de MS e bromatológica.
  • Trabalhe com acompanhamento técnico para definir o nível de inclusão ideal.
  • Invista em armazenamento adequado, especialmente para a cevada úmida.

Com conhecimento e planejamento, a cevada pode sair do resíduo industrial e ir direto para o cocho, transformando-se em arroba com mais lucratividade.

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