
Foram encomendados pela China, pelo menos cinco carregamentos de grãos de safras antigas de soja para embarque entre abril e maio.
PEQUIM (Reuters) – A China comprou soja dos Estados Unidos na terça-feira, pois os carregamentos americanos eram competitivos em relação aos embarques brasileiros, apesar de este ser o período de pico para as exportações do país da América do Sul, disseram três fontes.
A China, maior importador de soja do mundo, encomendou pelo menos cinco carregamentos de soja dos EUA para embarque em abril-maio, de acordo com um trader asiático com conhecimento do acordo. Enquanto os cinco carregamentos eram de grãos de safras antigas, a China também encomendou alguns volumes do novo ciclo dos EUA, que estarão disponíveis a partir de setembro, segundo o trader, que não quis ser identificado por não estar autorizado a falar com a mídia.
O acordo foi feito porque os grãos dos EUA eram mais baratos que os brasileiros, e as margens físicas de esmagamento eram interessantes, disse o trader. As margens físicas de esmagamento para grãos do Golfo dos EUA, para entrega em abril-maio, eram de cerca de 500 iuanes (79,19 dólares) por tonelada, segundo dados da Mysteel, uma consultoria com sede na China.
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“(As margens) estão bem altas. Quem tiver soja fará uma fortuna”, disse outro trader do norte da China, que não estava entre as três fontes que confirmaram a compra na terça-feira. “A China está se voltando para os EUA desde o feriado do Ano Novo Lunar. Embora os preços dos grãos dos EUA e do Brasil tenham sido quase os mesmos, a logística para os carregamentos dos EUA foi mais rápida”, disse o trader, que também não quis ser identificado por não ser autorizado a falar com a mídia.
Os preços do farelo de soja da China subiram para recordes no mês passado em meio ao aperto na oferta e à medida que o mau tempo reduziu as estimativas de safras e atrasou as exportações do Brasil, o maior exportador mundial. Os preços do farelo e do óleo de soja na China ganharam outro impulso após a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, dois grandes exportadores de grãos e óleo comestível, que interrompeu as cadeias de suprimentos agrícolas mundiais e elevou os preços globais.
Fonte: Reuters