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Cientistas se unem para, com “mapa da gripe”, entender melhor a Influenza Aviária

FluMap, projeto apoiado pelo governo britânico visa ajudar a entender como a gripe aviária vem evoluindo e chegando às granjas avícolas

Uma equipe de especialistas, incluindo cientistas do Instituto Roslin, está desenvolvendo projeto de 1,5 milhão de libras no intuito de desenvolver estratégias para combater a gripe aviária.

A iniciativa segue um número recorde de casos no Reino Unido, no maior e mais longo surto vivido no país e em muitas partes da Europa.

As descobertas do consórcio devem propiciar medidas para reduzir o risco da doença em aves, evitando assim a disseminação para humanos.

Os resultados do estudo podem ajudar o setor avícola e a economia rural do Reino Unido, que sofreram interrupções significativas com o surto deste ano.

O conhecimento coletado também será compartilhado com parceiros internacionais para auxiliar seus esforços no combate à doença, com benefícios para a redução do risco global.

O consórcio é liderado pela Agência de Saúde Vegetal Animal (APHA) e financiado pelo Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Biociências (BBSRC) e pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra).

Consórcio interdisciplinar

A colaboração visa entender como as cepas atuais do vírus da gripe são capazes de formar surtos maiores e mais longos, como o vírus pode penetrar nas instalações de aves e como esses desafios podem ser enfrentados.

Os cientistas também investigarão a disseminação e a infecção em diferentes populações de aves, incluindo como o vírus é transmitido de aves selvagens para aves de criação e por que algumas aves, como patos, são mais resistentes a cepas de gripe aviária do que outras.

Eles mapearão e modelarão a propagação da infecção ao longo do tempo e entre as espécies e desenvolverão modelos para prever como os vírus evoluirão e se espalharão no futuro.

Ian Brown, da Agência de Saúde Animal e Vegetal do Reino Unido, espera que o projeto apoiado pelo governo, apelidado de FluMap, ajude os pesquisadores a preencher as lacunas de conhecimento sobre como a gripe H5N1 vem evoluindo e exatamente como vem chegando às granjas avícolas.

“O salto para as aves selvagens foi o divisor de águas, porque isso realmente tornou o problema transcontinental. É o equivalente a uma pandemia em aves. Terá impacto na segurança alimentar e há preocupações em torno da saúde pública”, diz Brown – embora ressalve que a ameaça atual à saúde humana é muito baixa.

Os conservacionistas também estão preocupados com uma pressão extra e aguda sobre as aves marinhas que já sofrem com a pesca excessiva e as mudanças climáticas.

Uma tarefa fundamental para os oito institutos de pesquisa e universidades por trás do FluMap será identificar como a gripe se dissemina de aves selvagens para galinhas e patos das criações industriais e/ou domésticas. O vírus pode sobreviver por cerca de oito semanas a 4°C, então a matéria fecal lançada nas proximidades de um aviário pode ser infecciosa por semanas. Outras probabilidades sobre como ele pode estar se espalhando incluem pássaros menores, como pardais, que atuam como “espécies de ponte”, passando para as aves domésticas.

Brown suspeita que grande parte da disseminação se deve à atividade humana. Por exemplo, as pessoas que entram em granjas podem inadvertidamente carregar o vírus no calçado. Ou a palha armazenada para uso como cama em granjas avícolas pode ter sido exposta anteriormente a aves selvagens.

Embora esteja claro que não há nada a ser feito para controlar o vírus em aves selvagens, diz Brown, a expectativa é a de que a redução de infecções em aves domésticas acabe ajudando as aves selvagens, reduzindo a chance de “refluxo” de aves domesticadas para selvagens. Originalmente, a primeira detecção da doença ocorreu em granjas avícolas.

Embora o projeto não esteja olhando explicitamente para vacinas contra a gripe aviária, algumas de suas pesquisas sobre a evolução do vírus H5N1 podem contribuir para o desenvolvimento futuro de vacinas, questão que a Comissão Europeia vem analisando.

Fonte: Instituto Rolin e New Scientist / AviSite

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