Como evitar prejuízo de R$ 180 por cabeça no verão e manter o ganho de peso do gado

Estratégias nutricionais e de manejo ajudam a reduzir perdas causadas pelo estresse térmico no verão – manter o ganho de peso do gado – e proteger a rentabilidade da pecuária de corte

O verão brasileiro tem se consolidado como uma das maiores ameaças silenciosas ao desempenho da pecuária de corte. A combinação de temperaturas elevadas, alta radiação solar e umidade intensa impacta diretamente o metabolismo dos bovinos, reduzindo ingestão, derrubando o ganho de peso do gado e pressionando os custos de produção. Com o INMET prevendo temperaturas acima da média histórica para o verão de 2026, inclusive nas regiões com os maiores rebanhos do país, produtores precisam antecipar ajustes para evitar prejuízos expressivos por animal.

Pesquisas da Phibro Saúde Animal indicam que o estresse térmico pode reduzir o ganho médio diário (GMD) entre 10% e 20%, uma queda capaz de gerar perdas superiores a R$ 180 por bovino, considerando o aumento de tempo de permanência no confinamento ou no semiconfinamento e o custo adicional com alimentação. Esse impacto tem sido cada vez mais observado em propriedades de corte, onde o calor excessivo diminui a eficiência de conversão e amplia a necessidade de dias adicionais para finalização do lote.

José Loschi, fundador da SRX Holdings, explica que a primeira resposta fisiológica do bovino em estresse térmico é reduzir a ingestão de alimento, o que gera um efeito cascata na operação. “Se o animal come menos, a eficiência de conversão cai e o custo por quilo produzido sobe. Além do impacto no bem-estar, o calor afeta diretamente a rentabilidade da fazenda”, afirma. A holding controla a Master Nutrição, empresa que trabalha com tecnologias para dietas de bovinos em diferentes fases.

Segundo consultorias de mercado, como a Scot Consultoria, a queda no GMD prolonga a terminação e eleva o custo por arroba produzida. Em ciclos mais longos, a despesa acumulada com ração pode pressionar a margem do confinamento e comprometer o planejamento comercial, especialmente para quem trabalha com janelas curtas de entrega.

A seguir, veja três medidas práticas e comprovadas que ajudam a preservar o ganho de peso do gado durante os meses mais quentes e evitam perdas econômicas significativas na pecuária de corte:

1. Ajuste a formulação da dieta para o verão

O calor reduz o consumo de matéria seca, o que torna indispensável uma dieta mais concentrada e adaptada ao metabolismo sob alta temperatura. Entre as estratégias recomendadas por especialistas estão:

  • Aumentar a densidade energética da dieta
  • Utilizar gorduras protegidas, que geram menos calor metabólico
  • Reduzir carboidratos altamente fermentáveis
  • Ajustar o balanço de aminoácidos
  • Incluir aditivos que estimulam o consumo e diminuem a produção de calor interno

Para José Loschi, esse é o ponto mais eficiente para recuperar desempenho:
Com a formulação certa, o produtor encurta o tempo de terminação e protege a margem por arroba mesmo em calor extremo.”

2. Sincronize os horários de arraçoamento

Oferecer alimento nos períodos mais amenos do dia — início da manhã e final da tarde — reduz a carga térmica sobre o animal. Essa estratégia:

  • melhora a ingestão,
  • evita queda brusca de desempenho,
  • e diminui o esforço metabólico necessário para dissipar calor no horário de pico.

A sincronização também ajuda a manter a estabilidade ruminal, especialmente em dietas mais densas.

3. Garanta água fresca e sombra eficiente

A hidratação adequada é um dos pilares para o controle térmico dos bovinos. Água em abundância, limpa e em temperatura adequada reduz o estresse e estimula o consumo.

A oferta de sombra natural (árvores) ou sombra estrutural — seja no curral, no cocho ou nas áreas de pastejo — complementa o conforto térmico e aumenta o tempo de alimentação nas horas mais quentes.
Segundo Loschi, “essa combinação aumenta o conforto, melhora a ingestão e reduz a queda de desempenho nas horas críticas”.

Sobre a SRX Holdings

A SRX Holdings é uma holding especializada em aquisições estratégicas e reestruturação de empresas com potencial subaproveitado. Fundada por José Ricardo Loschi, ex-superintendente do Banco Mercantil de Investimentos, o grupo une experiência financeira e visão setorial no agronegócio.
Entre seus principais cases está a valorização próxima de 400% na compra (2022) e venda (2025) de um armazém cerealista.
A holding controla também a Master Nutrição Animal, que alcançou R$ 30 milhões de faturamento em apenas seis meses de operação, atuando com foco em tecnologia nutricional de alto desempenho.

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