
Investir em manutenção de colheitadeiras não é gasto: é estratégia para proteger a rentabilidade e a qualidade da safra
A colheita é, sem dúvida, o momento mais esperado do ano no campo. Depois de meses de planejamento, investimento em insumos, preparo do solo e monitoramento das culturas, o produtor espera que tudo se converta em produtividade e lucro. Nesse cenário, a colheitadeira não é apenas uma ferramenta: é a protagonista da operação.
Em 2025, pesquisas do setor mostram que até 30% das interrupções durante a colheita estão relacionadas à falha mecânica de máquinas que não passaram por manutenção adequada. Isso significa que cada hora de paralisação representa potencial perda financeira, desgaste do equipamento e risco para a qualidade do produto.
Portanto, investir em manutenção de colheitadeiras não é gasto: é estratégia. É um seguro contra perdas, que garante que a máquina funcione com eficiência máxima no momento mais crítico da safra.
Por que a manutenção é essencial?
Negligenciar a manutenção pode transformar a expectativa de uma boa colheita em prejuízo. Alguns impactos claros incluem:
- Paradas inesperadas: falhas mecânicas no meio da lavoura atrasam a colheita e podem expor os grãos a intempéries, pragas e perdas de qualidade.
- Custos emergenciais elevados: consertos de urgência envolvem peças mais caras, mão de obra especializada e tempo perdido.
- Redução da eficiência: máquinas mal ajustadas consomem mais combustível, produzem menor rendimento por hora e podem danificar a lavoura.
- Impacto na logística: atrasos afetam toda a cadeia, desde transporte até armazenamento e venda.
Em contrapartida, colheitadeiras bem mantidas oferecem:
- Maior confiabilidade, reduzindo o risco de falhas no momento crítico;
- Eficiência energética, com menor consumo de combustível;
- Precisão operacional, garantindo que grãos sejam colhidos no ponto ideal;
- Durabilidade prolongada, aumentando a vida útil da máquina e o retorno do investimento.
Tipos de manutenção: quando e como aplicar
A manutenção pode ser classificada em três modalidades principais, cada uma com objetivos e resultados distintos:
1. Manutenção corretiva
Ocorre quando uma falha já aconteceu. Embora seja inevitável em alguns casos, é a forma mais cara, devido à urgência e à possibilidade de danos secundários. Exemplos típicos: quebra de facas da barra de corte, superaquecimento do motor, pneus furados ou falha em sistemas hidráulicos.
2. Manutenção preventiva
Planejada e programada, tem como objetivo evitar falhas antes que elas ocorram. Inclui inspeções, lubrificação, ajustes e substituição de peças desgastadas com base em horas de uso ou condições operacionais. Essa prática reduz paradas não planejadas e aumenta a vida útil do equipamento.
3. Manutenção preditiva
A mais moderna, utiliza tecnologias como análise de vibração, termografia, sensores e análise de óleo para identificar sinais de desgaste antes que ocorra falha. A manutenção é então realizada no momento ideal, aproveitando ao máximo a vida útil das peças e reduzindo custos desnecessários.
Em 2025, o agronegócio tem investido cada vez mais em manutenção preditiva, especialmente em colheitadeiras de grande porte e com sistemas de agricultura de precisão, pois a tecnologia permite decisões mais rápidas e assertivas, garantindo continuidade operacional e economia.
Checklist completo de manutenção de colheitadeiras
Para garantir que nada seja esquecido, é fundamental seguir um checklist estruturado, dividido em verificações diárias, inspeção pré-safra e armazenamento:
Verificações diárias
- Níveis de fluidos: óleo do motor, hidráulico, fluido de arrefecimento e combustível;
- Filtros: drenar água acumulada, limpar ou substituir filtros de diesel, ar e combustível;
- Limpeza: remover palha, terra e detritos da plataforma de corte, peneiras, radiadores e ventiladores;
- Inspeção visual: conferir facas, dedos da barra de corte, correias, correntes e pneus;
- Lubrificação: aplicar graxa nos pontos diários indicados pelo manual do fabricante.
Inspeção completa pré-safra
- Plataforma de corte: verificação de molinete, barra de corte, condutor transversal e esteira alimentadora;
- Sistema de trilha: análise de barras, dentes do cilindro/rotor, côncavo, rolamentos, correias e correntes;
- Separação e limpeza: checar saca-palhas, peneiras, ventilador, elevadores de grãos e retrilha;
- Motor, transmissão e hidráulica: trocar óleo e filtros conforme cronograma, inspecionar mangueiras, correias e conexões;
- Alimentador do cilindro: verificar correntes, barras transportadoras e mangueiras hidráulicas;
- Sistema elétrico e eletrônico: testar cabos, sensores, GPS, sistemas de agricultura de precisão e bateria;
- Pneus e eixos: conferir desgaste, cortes, bolhas e calibragem correta;
- Lubrificação completa e peças de reposição: garantir graxa adequada e priorizar componentes genuínos.
Armazenamento correto na entressafra
Guardar a colheitadeira de forma adequada protege a máquina contra corrosão, desgaste de componentes e problemas elétricos, funcionando como uma manutenção preventiva passiva:
- Limpeza profunda: remover terra, palha e resíduos químicos, evitando jatos de alta pressão em componentes elétricos;
- Inspeção e reparos: identificar folgas, trincas e vazamentos; realizar ajustes e substituir peças danificadas;
- Lubrificação completa: proteger rolamentos, correntes, eixos e articulações;
- Sistema de combustível: encher o tanque de diesel e, se necessário, usar aditivo estabilizador;
- Proteção de aberturas: tampar escapamento, respiros e conexões para impedir entrada de poeira, umidade e roedores;
- Funcionamento periódico: ligar a máquina a cada 15–30 dias, circulando óleo, lubrificando internamente e mantendo a bateria carregada;
- Abrigo adequado: armazenar sob cobertura, protegido de sol, chuva e sereno, preservando pintura, componentes plásticos e borrachas.
Benefícios adicionais de uma manutenção bem feita
- Redução de custos operacionais: máquinas que funcionam corretamente consomem menos combustível e demandam menos mão de obra emergencial;
- Aumento da produtividade: equipamentos precisos e confiáveis mantêm o ritmo da colheita, respeitando a janela ideal;
- Melhoria na qualidade dos grãos: redução de danos físicos e perdas;
- Segurança operacional: menor risco de acidentes e falhas inesperadas;
- Maior valor de revenda: equipamentos bem mantidos mantêm valor no mercado de usados.
Manter sua colheitadeira em condições ideais exige disciplina, planejamento e atenção aos detalhes. Em 2025, o produtor que integra manutenção corretiva, preventiva e preditiva, além de seguir boas práticas de armazenamento, consegue transformar sua operação: menos riscos, mais eficiência, maior qualidade e, claro, mais lucro no bolso.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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