Como o investidor pode ‘surfar’ a onda do PIB do Agro

Com o agronegócio crescendo 12,2% no 1º trimestre e impulsionando o PIB brasileiro a uma alta de 1,4%, cresce o interesse de investidores em participar do setor sem sair de casa

Neste cenário promissor, surgem diversas formas de aplicar recursos no agro por meio do mercado financeiro. Conheça os principais instrumentos: FIAGRO, CRA, FIDC, LCA, CPR-Verde, debêntures verdes e até ações de empresas do campo.

O agro no PIB e sua força atual

De acordo com dados divulgados pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, e 2,9% na comparação com o mesmo período de 2024. O grande motor desse crescimento foi o setor agropecuário, que avançou 12,2%, resultado impulsionado, principalmente, pela supersafra de soja.

Apesar de sua participação tradicional no PIB ser de cerca de 6,5%, o agro tem demonstrado capacidade de alavancar a economia nacional, tornando-se cada vez mais um vetor estratégico para quem deseja diversificar investimentos com foco em setores sólidos e com grande potencial de crescimento.

Como investir no agronegócio sem sair de casa

FIAGRO (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais): são fundos que aplicam em ativos relacionados ao agronegócio, como imóveis rurais, ações de empresas do setor, direitos creditórios e títulos do agro. Hoje, o mercado conta com 145 FIAGROs ativos, com patrimônio total de R$ 47,7 bilhões, representando uma alta expressiva de 204% desde março de 2023. Desse total, 48% são FIAGRO-FIDC, voltados a recebíveis.

CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio): são títulos de crédito lastreados em recebíveis originados na cadeia do agro, como vendas a prazo e financiamentos rurais. São isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que os torna ainda mais atrativos. Em 2025, o mercado de CRAs cresceu 42%, alcançando R$ 156 bilhões em emissões.

FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios): investem em recebíveis, como duplicatas e contratos de fornecimento. Podem ser estruturados com foco específico no agronegócio, oferecendo oportunidades com maior retorno para investidores qualificados.

LCA (Letra de Crédito do Agronegócio): são títulos emitidos por bancos para captar recursos que financiem atividades do agro. Também são isentos de IR para pessoa física e apresentam baixo risco, com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em alguns casos.

CPR (Cédula de Produto Rural) e CPR-Verde: instrumentos tradicionais de financiamento da produção agropecuária. A CPR-Verde é voltada para projetos de preservação ambiental, como conservação de florestas e captura de carbono, sendo um mecanismo inovador dentro do agronegócio sustentável.

Debêntures verdes: são títulos emitidos por empresas para financiar projetos sustentáveis ligados ao agro, como uso eficiente de água, energias renováveis, agricultura regenerativa e práticas de baixo carbono.

Ações de empresas do agro: embora o número de companhias do setor listadas na bolsa ainda seja limitado, é possível investir em empresas do agronegócio que atuam em áreas como fertilizantes, sementes, máquinas, logística e alimentos processados, proporcionando exposição direta ao crescimento do setor.

Ambiente regulatório e segurança para o investidor

Um dos atrativos de investir no agro por meio do mercado financeiro é a estrutura regulatória sólida e confiável.

  • O CRA conta com a segregação de risco fiduciário, oferecendo mais segurança jurídica ao investidor.
  • Os FIAGROs e FIDCs são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que garante transparência, governança e padrões contábeis rigorosos.

Esses mecanismos tornam o ambiente mais confiável tanto para o investidor individual quanto para os grandes fundos institucionais.

Vantagens e oportunidades

Investir no agronegócio por meio desses instrumentos financeiros oferece uma série de benefícios:

  • Diversificação de portfólio, ao incluir ativos não correlacionados com o mercado tradicional;
  • Exposição ao crescimento estrutural do agro brasileiro, um dos setores mais resilientes da economia;
  • Potencial de retorno competitivo, especialmente em produtos isentos de IR;
  • Liquidez variável, com opções em renda fixa e variável, adaptáveis a diferentes perfis de risco.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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