Confira 8 dicas de como escolher a melhor forrageira para a sua fazenda

A escolha estratégica da forrageira impacta diretamente na produção e rentabilidade da fazenda, influencia a saúde do solo, a resiliência ambiental e o bem-estar dos animais. Sendo assim, confira 8 dicas de como escolher a melhor forragem para a sua fazenda

A pecuária, seja voltada para a produção de carne ou leite, é uma atividade que demanda planejamento, cuidado e decisões estratégicas. No cerne dessa estratégia está a formação de pastagens saudáveis, e a escolha da forrageira certa emerge como um dos fatores cruciais para o sucesso nesse empreendimento estratégico. A importância das forrageiras transcende a mera seleção de plantas, ela se estende a uma gestão sustentável da terra, nutrição animal eficiente e, por conseguinte, à rentabilidade da operação.

O papel vital das forrageiras

As forragens desempenham um papel vital no contexto da pecuária, servindo como a principal fonte de alimento para o gado. A qualidade das pastagens não apenas afeta diretamente a saúde e a produção dos animais, mas também influencia a sustentabilidade ambiental da propriedade. Uma escolha criteriosa de forrageiras garante uma oferta nutricional adequada para o rebanho, contribui para a saúde do solo, controle de pragas, longevidade e rentabilidade da atividade pecuária.

Diferenciação através da escolha estratégica

Cada região do Brasil apresenta características climáticas e de solo distintas, demandando uma abordagem personalizada na escolha das forrageiras. A seleção correta considera uma miríade de fatores, desde o potencial produtivo e a resistência à climatologia local até a adaptação às diferentes fases da atividade pecuária, como cria, recria, engorda ou produção de silagem. Neste artigo, exploraremos oito dicas fundamentais para a escolha estratégica de forrageiras, visando otimizar a formação e o manejo de pastagens, aumentando a eficiência produtiva e a sustentabilidade na sua fazenda.

zoneamento agrícola
Foto: reprodução internet

1.Identificação das necessidades pecuárias

Antes de escolher uma forrageira, é crucial compreender as necessidades específicas da pecuária praticada na fazenda. Avalie se a prioridade é a criação de bovinos para carne, produção de leite, recria ou silagem. Cada fase demanda características distintas da forrageira, como potencial produtivo, capacidade de rebrotação e valor nutritivo. Uma análise detalhada desses requisitos orienta a seleção da forrageira mais adequada para maximizar os resultados na propriedade.

2.Considerações climáticas e ambientais

As condições climáticas variam consideravelmente ao longo do Brasil, influenciando diretamente o desempenho das forrageiras. Gramíneas adaptadas a climas tropicais podem não ser eficientes em regiões mais frias. Portanto, é crucial escolher forrageiras que se adequem à temperatura, volume de chuva e exposição solar da região. Compreender as nuances climáticas contribui para a sustentabilidade e produtividade das pastagens ao longo das estações.

3.Análise detalhada do solo

Antes do plantio, uma análise minuciosa do solo é essencial. Considere fatores como textura, fertilidade, resistência a pragas e doenças. Essa avaliação determina as correções necessárias, como o uso de calcário e adubação específica, para criar um ambiente propício ao desenvolvimento das forrageiras. A compreensão das características do solo contribui para a escolha de gramíneas adaptadas e eficientes para o terreno em questão.

4.Escolha consciente de forrageiras populares e inovadoras

As forrageiras tradicionais, como as do gênero Brachiaria e Panicum, são amplamente utilizadas, mas cultivares inovadoras estão ganhando destaque. A escolha entre as conhecidas, como Marandu e Braquiária Decumbens, e as mais recentes, como Xaraés e Piatã, deve considerar critérios como potencial produtivo, valor nutritivo e adaptabilidade às condições locais. Avaliar as opções disponíveis permite alinhar as escolhas de forrageiras com as demandas específicas da propriedade.

5.Equilíbrio custo-Benefício

O custo-benefício na escolha de forrageiras não se resume apenas ao preço das sementes. Avalie os custos de manutenção, manejo e a relação com a produtividade. Cultivares de Brachiaria, como Marandu, são frequentemente escolhidas pela sua flexibilidade e eficiência em diferentes sistemas pecuários. Entender o equilíbrio entre custos e benefícios contribui para uma seleção econômica e eficiente das forrageiras.

6.Implementação de manejo adequado

O manejo adequado das pastagens é crucial para manter a qualidade nutricional das forrageiras ao longo do tempo. Práticas como o pastejo rotacionado, controle da altura do pasto e a entrada e saída estratégica dos animais do piquete são fundamentais. O avanço da idade das plantas pode resultar em perdas nutricionais, portanto, estratégias de manejo visando a conservação do valor nutritivo são essenciais para pastagens saudáveis e produtivas.

7.Adequação das forrageiras para cada atividade

Cada fase da atividade pecuária demanda diferentes características das forrageiras. Forrageiras do gênero Brachiaria, como Marandu e Decumbens, são amplamente usadas em sistemas de produção de leite e carne. Entretanto, para sistemas intensivos com pastejo rotacionado, forrageiras como Tanzânia e Mombaça podem ser mais indicadas. A adequação das forrageiras às necessidades específicas de cada fase da pecuária otimiza a produção e a eficiência do sistema.

8.Nutrição do solo e adubação estratégica

A adubação do solo é essencial para garantir a produtividade e a qualidade da pastagem. O tipo e a quantidade de fertilizantes devem ser selecionados de acordo com as exigências da forrageira escolhida e do sistema pecuário. Consultar especialistas para orientações sobre o manejo da pastagem e a aplicação estratégica de adubos contribui para o sucesso a longo prazo do empreendimento pecuário.

Ao considerar cada uma dessas oito dicas fundamentais, os produtores podem realizar escolhas informadas, personalizando a seleção de forrageiras de acordo com as características específicas de sua fazenda, resultando em pastagens robustas e sustentáveis.

Quais os impactos de uma escolha eficiente?

Crédito Divulgação

Uma escolha estratégica na seleção de forrageiras pode ter impactos significativos e abrangentes na produção pecuária e na sustentabilidade da fazenda. Aqui estão alguns dos principais:

Melhoria na nutrição animal: Forrageiras de alta qualidade nutricional proporcionam uma dieta equilibrada para o rebanho, contribuindo para a saúde, crescimento e produção eficiente de carne ou leite. Isso resulta em animais mais saudáveis e produtivos.

Aumento da produtividade: Forrageiras bem adaptadas e gerenciadas aumentam a produção de biomassa, possibilitando maior carga animal por hectare. Isso resulta em uma maior eficiência produtiva, seja na produção de carne ou leite.

Resiliência às condições climáticas: Escolher opções adaptadas às condições climáticas da região confere maior resiliência às variações climáticas. Pastagens mais resistentes a secas, calor ou frio extremos garantem uma oferta constante de alimento ao longo do ano.

Sustentabilidade ambiental: Forragens adequadas contribuem para a sustentabilidade ambiental da fazenda. A manutenção da cobertura vegetal e a escolha de gramíneas que se adaptam naturalmente ao solo reduzem a erosão e promovem a conservação do solo.

Redução nos custos de alimentação suplementar: Forrageiras de alta qualidade nutricional reduzem a necessidade de suplementação alimentar. Isso pode resultar em uma significativa redução nos custos relacionados à compra de alimentos concentrados, melhorando a rentabilidade da pecuária.

Manejo mais eficiente: A escolha adequada de forrageiras permite a implementação de práticas de manejo mais eficientes. Pastagens bem estabelecidas requerem menos intervenções e possibilitam a implementação de sistemas de pastejo rotativo, melhorando a eficiência no uso da terra.

Fertilidade do solo: Algumas forrageiras, como leguminosas, têm a capacidade de fixar nitrogênio no solo, enriquecendo-o e reduzindo a necessidade de fertilizantes nitrogenados. Isso contribui para a saúde do solo e reduz os impactos ambientais associados à adubação química.

Resistência a pragas e doenças: Certas forrageiras apresentam resistência natural a pragas e doenças, reduzindo a necessidade de tratamentos químicos. Isso não apenas economiza recursos financeiros, mas também diminui os impactos ambientais associados ao uso de pesticidas.

Valorização da propriedade: Uma gestão eficaz das forrageiras, resultando em pastagens exuberantes e saudáveis, contribui para a valorização da propriedade. Fazendas que investem na escolha adequada de forrageiras tendem a ser mais atrativas para investidores e compradores.

Em resumo, a escolha estratégica de forrageiras não apenas impacta diretamente na produção e rentabilidade da fazenda, mas também influencia positivamente a saúde do solo, a resiliência ambiental e o bem-estar dos animais. Esses impactos reverberam ao longo do tempo, contribuindo para uma pecuária mais sustentável e bem-sucedida.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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