Eduarda Ferreira Peres, de Potirendaba (SP), conta como superou desafios pessoais e construiu uma trajetória inspiradora ao lado de seu cavalo Cesar 36 HRZ, conquistando o título de bicampeã de Barretos nos Três Tambores
Aos 20 anos, a estudante de Medicina Eduarda Ferreira Peres conquistou novamente a arena de Barretos e se tornou bicampeã na prova dos Três Tambores, uma das modalidades mais aguardadas do rodeio. Determinada e apaixonada pelo esporte desde a infância, a jovem mostra que é possível conciliar os sonhos acadêmicos com a vida nas pistas e inspira novas gerações de mulheres a seguirem no rodeio.
O começo de tudo
Eduarda lembra que sua história com os cavalos começou cedo. “Quando eu tinha 7 anos meu pai me levou a um haras. Fiz minha primeira aula e desde então me apaixonei, nunca mais parei”, contou. Aos 9 anos, já decidiu que queria competir e iniciou sua trajetória nos campeonatos.
O apoio familiar foi determinante. Filha de Naidileia Cristina Ferreira e Glauco Amato Peres, a jovem reforça que a base de sua conquista está no incentivo dentro de casa. “Foi meu pai quem me iniciou no esporte e desde então tenho 100% do apoio da minha família.”
Obstáculos e superação
Apesar dos títulos, a caminhada de Eduarda Ferreira Peres não foi fácil. Conciliar a faculdade de Medicina com os treinos exige sacrifícios. “Hoje está mais difícil, deixo de competir em várias provas por conta da faculdade. Só participo das que acontecem no fim de semana e tento treinar pelo menos uma vez na semana.”
Os maiores desafios, no entanto, vieram quando precisou lidar com perdas e limitações dentro do esporte. “Quando minha égua Crazy machucou, pensei em desistir várias vezes. Foi o César que se mostrou parceiro e fiel. Em 2024 também enfrentei muitas dificuldades em um campeonato e precisei fazer acompanhamento terapêutico para voltar a sentir prazer em competir.”
O bicampeonato em Barretos
A vitória em Barretos foi emocionante. “Eu não conseguia acreditar. Tinha feito duas passadas ruins e sabia que precisava de uma final muito boa. Assim Deus me concedeu!”
O triunfo não teria sido possível sem Cesar 36 HRZ, cavalo Quarto de Milha que faz parte da família desde que era potro. “Nossa adaptação foi difícil, passamos por muitas fases ruins, mas meu pai nunca me deixou desistir. Hoje nossa parceria está consolidada, dentro e fora das pistas.”
Para alcançar o melhor tempo, Eduarda manteve uma preparação que envolveu treinos, acompanhamento terapêutico quinzenal e atividades físicas que ajudaram a melhorar seu desempenho.
Futuro de Eduarda Ferreira Peres no esporte e nos estudos
Agora, Eduarda se prepara para disputar a final internacional dos Três Tambores, também em Barretos. “É um sonho, nunca deixa de ser um sonho. Quero dar o meu melhor dentro da arena.”
Mesmo com o coração no esporte, a prioridade no momento é a Medicina. “Estou no 3º ano e sei que preciso abdicar um pouco dos cavalos agora para, no futuro, poder me dedicar ainda mais a eles. Espero conciliar minha profissão com as competições.”
Inspiração e representatividade
A jovem cavaleira sabe da importância de sua trajetória para outras mulheres. “Fico muito feliz em poder inspirar. Não é fácil, mas quando há dedicação, esforço e amor pelo que se faz, não tem como dar errado.”
Ela, a bicampeã na prova dos Três Tambores, ainda deixa um conselho para quem sonha em competir. “Persistam! As fases ruins passam, e Deus dá a recompensa.” Para Eduarda, a presença feminina no rodeio e no agronegócio é essencial. “Quebra estereótipos, inspira novas gerações e fortalece o setor com diversidade, inovação e liderança.”
Ao refletir sobre os aprendizados que o esporte trouxe, Eduarda resume: “Aprendi a saber perder e a entender que tudo são fases. Um dia você está no topo, no outro pode estar embaixo.”
E deixa uma mensagem para o público do Compre Rural:
“Que todas as mulheres sigam firmes, mostrando sua força e talento no rodeio e no campo. O agro também é delas.”
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