Conheça a carne que vem conquistando o churrasco brasileiro – e mundial

Com menos gordura, mais proteína e sabor marcante, a carne de búfalo se posiciona como uma alternativa premium à carne bovina e ganha espaço na mesa dos brasileiros e de consumidores internacionais

A busca por alimentos mais saudáveis, sustentáveis e com alto valor nutritivo tem impulsionado uma revolução silenciosa nos açougues, restaurantes e, principalmente, nas churrasqueiras. Nesse novo cenário, a carne de búfalo desponta como uma iguaria nobre e surpreendente, que começa a ganhar o paladar dos brasileiros e atrai cada vez mais adeptos no exterior. Rica em proteínas, com baixo teor de gordura e colesterol, além de um sabor levemente adocicado, ela é hoje considerada uma das carnes vermelhas mais saudáveis do mercado.

Menos gordura, mais proteína: os diferenciais da carne bubalina

Segundo estudos da Embrapa Pecuária Sul e da Embrapa Clima Temperado, a carne de búfalo pode ser até 50% mais magra que a carne bovina, com teor médio de gordura de apenas 1,29%, contra 2,25% em bovinos criados a pasto. Além disso, apresenta maior concentração de ácidos graxos insaturados, o que contribui para benefícios à saúde cardiovascular.

De acordo com a Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos (Ascribu), a carne apresenta 55% menos calorias, 40% menos colesterol, 11% mais proteínas, 12 vezes menos gordura e 10% mais minerais do que a carne bovina. Com esses números, ela se torna ideal para consumidores preocupados com nutrição sem abrir mão do sabor.

Sabor suave e cortes versáteis

Embora visualmente muito semelhante à carne bovina, a carne de búfalo apresenta uma gordura mais clara e uma coloração mais pálida quando embalada a vácuo, mas isso não compromete seu sabor — ao contrário, o sabor suave e levemente adocicado conquista logo no primeiro contato.

Os cortes são os mesmos da carne bovina: picanha, entrecôte, contrafilé, costela, filé mignon e maminha. Pode ser consumida em churrascos, grelhados, assados, embutidos, hambúrgueres e até em pratos orientais, como o yakisoba de contrafilé com legumes, citado como sugestão pela marca Baby Buf Premium.

Produção controlada e carne valorizada

Na Estância Guará, no Rio Grande do Sul, o produtor Rogério Gonçalves destaca que a produção da carne de búfalo exige atenção especial ao bem-estar animal, ao manejo com pastagens irrigadas, e ao abate de animais jovens com até 22 meses e entre 400 a 420 kg. O resultado são cortes menores, homogêneos, macios e suculentos, como picanhas entre 900 e 950 g.

Além disso, parte da carcaça é destinada à produção artesanal de linguiças e hambúrgueres sem conservantes químicos. Os temperos utilizados são naturais, como sal, alho, orégano e pimenta, o que reforça o apelo gourmet e saudável do produto.

Desafios e oportunidades no mercado nacional

Apesar de o Brasil deter o maior rebanho de búfalos do Ocidente, com mais de 1,5 milhão de cabeças, a carne bubalina ainda é pouco conhecida e consumida no país. Muitos animais são abatidos e rotulados como bovinos, o que dificulta a valorização da cadeia e impede o consumidor de saber o que está comprando.

No entanto, ações como rotulagem específica, divulgação em eventos gastronômicos, parcerias com açougues especializados e pesquisa genética para melhor desempenho de carcaça têm potencial para mudar esse cenário. Parcerias como a da Estância Guará com a Casa de Carnes Bela Vista, em Porto Alegre, são um exemplo de como a carne de búfalo pode chegar de forma regular e valorizada ao consumidor final.

Carne de búfalo: Do Brasil para o mundo

A carne bubalina já é apreciada em países como:

  • Estados Unidos, onde é usada em hambúrgueres premium com foco em dietas de baixo colesterol;
  • Argentina, onde é tratada no mesmo padrão da carne bovina e utilizada também em embutidos;
  • Brasil, onde começa a ganhar espaço em nichos específicos, com crescimento tímido, mas consistente.

Um futuro promissor para o churrasco brasileiro

Com suas características únicas, a carne de búfalo tem tudo para deixar de ser apenas uma curiosidade gastronômica e se tornar um ingrediente fixo na mesa do brasileiro — especialmente dos que buscam uma alimentação mais saudável, saborosa e sustentável.

Seja no churrasco de domingo ou em pratos elaborados, essa proteína vem conquistando espaço com qualidade, história e sabor. E, ao que tudo indica, seu futuro é de protagonismo — tanto nas gôndolas quanto nas brasas.

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