Conheça a fazenda onde são forjados os cavalos de guerra do Exército Brasileiro

No coração do Pampa Gaúcho, a Coudelaria de Rincão forma os cavalos de guerra do Exército Brasileiro com genética, tecnologia e treinamento de elite; Anualmente, são entregues ao Exército aproximadamente 150 a 170 animais prontos

No extremo oeste do Rio Grande do Sul, em São Borja, está localizada a maior e mais estratégica criação de cavalos militares do Brasil: a Coudelaria de Rincão. Com 15 mil hectares de campos nativos, a unidade do Exército Brasileiro é responsável por abastecer todas as tropas montadas do país, mantendo viva a tradição secular da cavalaria com excelência genética, manejo técnico e planejamento militar.

Fundada em 1922, a Coudelaria de Rincão é a última remanescente de uma rede de nove fazendas militares que, no passado, criavam cavalos para as Forças Armadas. Após décadas de mecanização e redução da tropa montada, ela permanece como a única coudelaria militar em operação no Brasil, exercendo papel fundamental na manutenção da capacidade operativa e cerimonial do Exército.

Reativada oficialmente em 1988, a unidade hoje é uma verdadeira maternidade de cavalos militares. Comanda um dos mais completos e modernos programas de criação e seleção equina da América Latina, aliando tradição e biotecnologia.

O termo “coudelaria” designa um estabelecimento rural destinado à criação sistemática de cavalos, especialmente voltado para fins específicos como esportes, serviços ou uso militar. No contexto das Forças Armadas, uma coudelaria atua como centro de excelência zootécnica e estratégica, responsável por selecionar, reproduzir, recriar e treinar animais com padrão elevado de desempenho.

No caso da Coudelaria de Rincão, trata-se de uma unidade militar especializada, subordinada ao Exército Brasileiro, com a missão de fornecer cavalos para diversos usos operacionais, cerimoniais e de instrução.

Produção e estrutura de ponta na Coudelaria de Rincão

A fazenda abriga cerca de 1.000 cavalos das raças Brasileiro de Hipismo, Crioulo, PSI, Bretão e Polo Argentino. Anualmente, são entregues ao Exército aproximadamente 150 a 170 animais prontos para o serviço, resultado de um ciclo produtivo que leva até cinco anos — desde o planejamento genético até o treinamento final.

Toda a criação é feita a campo, com potros sendo desmamados, recriados e domados por equipes militares especializadas. As éguas Bretãs, conhecidas pela docilidade e alta produção de leite, são utilizadas como barrigas de aluguel no programa de transferência de embriões, acelerando o melhoramento genético.

Para onde vão os cavalos de Rincão?

Os animais são destinados a diversas finalidades:

  • Cerimônias de Estado e desfiles oficiais, como no 7 de Setembro;
  • Patrulhamento de áreas militares e apoio logístico em regiões de difícil acesso;
  • Escolas de equitação do Exército e competições de hipismo e pentatlo militar;
  • Polícias Militares estaduais que mantêm tropas montadas;
  • Cooperação internacional com forças armadas de países vizinhos.

Apesar da era digital, o cavalo continua sendo relevante para o Exército. Em ambientes onde viaturas não chegam, ele é silencioso, eficiente e resiliente. Mais que um símbolo, o cavalo militar representa a versatilidade das Forças Armadas e a conexão com o passado histórico da defesa nacional.

Fotos: Jorge Cardoso

Preservação ambiental e excelência genética

Além do papel estratégico, a Coudelaria de Rincão também atua como guardiã ambiental e genética. Preserva campos nativos do bioma Pampa e mantém o maior plantel de cavalos Brasileiro de Hipismo do país. Participa de concursos e feiras técnicas, validando a qualidade de sua produção frente aos maiores criadores civis do Brasil.

Em pleno 2025, a Coudelaria de Rincão é mais do que uma unidade militar. É símbolo de excelência, tradição e inovação no uso de equinos pelas forças de segurança. De lá saem os cavalos que desfilam em Brasília, patrulham fronteiras e vencem provas equestres — todos forjados no silêncio dos campos gaúchos e treinados com precisão militar.

Se hoje o Brasil ainda mantém uma tropa montada de elite, é porque existe Rincão para produzir os cavalos de guerra do Exército Brasileiro.

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