
De pistas de avião a rebanhos milionários: Levantamento revela as fazendas mais caras do Brasil, propriedades que mais parecem cidades, com estrutura para jatos particulares, agroindústrias e até distritos próprios
No coração do agronegócio brasileiro, existem fazendas que ultrapassam a definição tradicional de propriedade rural. As fazendas mais caras do Brasil, são áreas que reúnem milhares de hectares, infraestrutura comparável à de pequenas cidades e investimentos que beiram ou superam os R$ 5 bilhões. Com pistas de pouso para jatos, rebanhos de até 50 mil cabeças de gado, armazéns, agroindústrias e mansões luxuosas, essas terras não são apenas locais de produção — são verdadeiros impérios econômicos.
Um levantamento da plataforma Chãozão, especializada em imóveis rurais, realizado a pedido do Globo Rural, mostra que o Mato Grosso lidera com folga o ranking das propriedades mais caras à venda no país, ocupando as três primeiras posições. O Mato Grosso do Sul também marca presença com duas fazendas entre as dez mais valiosas.
O Mato Grosso, epicentro do agronegócio nacional, concentra as três fazendas mais caras à venda atualmente no país, segundo levantamento da plataforma Chãozão. A líder da lista é uma propriedade em Nova Ubiratã, avaliada em impressionantes R$ 5,8 bilhões.
Um retrato do poder do agronegócio
Localizada a 426 km de Cuiabá, a fazenda de 66 mil hectares tem dupla aptidão para agricultura e pecuária. Já recebeu cultivos de 33 mil hectares de soja e 16 mil de algodão, conta com 7,4 mil hectares de pastagens e comporta um rebanho de até 20 mil cabeças de gado, além de confinamento para 30 mil animais. A estrutura impressiona: pista de pouso asfaltada e homologada para jatos, hangar para seis aeronaves, armazéns, algodoeira, oficinas, mansão-sede com piscinas, churrasqueiras e área de lazer.
Dentro da propriedade, existe até um distrito oficial do município, chamado Água Limpa, com escola agrícola, comércio, agências bancárias, restaurantes e moradias.
Outras gigantes bilionárias
A segunda fazenda mais cara à venda está em Paranatinga (MT), avaliada em R$ 5 bilhões. São 88 mil hectares, com 30 mil destinados à lavoura e 18 mil à pastagem, pista de pouso e hangar. Já a terceira posição é ocupada por uma propriedade em São Félix do Araguaia (MT), com 121 mil hectares e valor de R$ 4,5 bilhões.
O Mato Grosso do Sul também figura na lista, com destaque para duas fazendas localizadas em Miranda. A mais valiosa delas ocupa a 6ª posição do ranking: 87 mil hectares, avaliada em R$ 3,5 bilhões, com dupla aptidão (pecuária e agricultura), pista de pouso, linha férrea e rebanho de até 50 mil cabeças. A outra, na 9ª posição, tem 78,5 mil hectares, vale R$ 2,6 bilhões e abriga cerca de 40 mil bovinos, além de 900 animais de tropa, seis pivôs centrais de irrigação, 13 açudes e agroindústria.

🏆 O topo do ranking das 10 as fazendas mais caras do Brasil
🥇 1º lugar – Nova Ubiratã (MT) – R$ 5,8 bilhões
- Tamanho: 66 mil hectares
- Produção: soja, algodão e pecuária
- Rebanho: até 20 mil cabeças + confinamento para 30 mil animais
- Diferencial: pista de pouso asfaltada e homologada para jatos, hangar para seis aeronaves e até um distrito oficial com escola agrícola, comércio e moradias.
🥈 2º lugar – Paranatinga (MT) – R$ 5 bilhões
- Tamanho: 88 mil hectares
- Produção: 30 mil hectares de lavoura e 18 mil de pastagens
- Diferencial: pista de pouso e hangar; propriedade de alto potencial agrícola e pecuário.
🥉 3º lugar – São Félix do Araguaia (MT) – R$ 4,5 bilhões
- Tamanho: 121 mil hectares
- Uso: pecuária extensiva e agricultura
- Diferencial: localização estratégica na divisa com o Tocantins e vastas áreas de produção.
4º lugar – Miranda (MS) – R$ 3,5 bilhões
- Tamanho: 87 mil hectares
- Rebanho: entre 35 mil e 50 mil cabeças de gado
- Infraestrutura: pista de pouso, linha férrea, pivôs de irrigação, moradias para funcionários e sede luxuosa com piscina.
5º lugar – (MT) – R$ 3,3 bilhões
- Detalhes sob sigilo: alta produtividade agrícola e estrutura completa para manejo e logística.
6º lugar – Miranda (MS) – R$ 2,6 bilhões
- Tamanho: 78,5 mil hectares
- Rebanho: até 50 mil bovinos e 900 animais de tropa
- Diferencial: agroindústria própria, pivôs centrais de irrigação, açudes e pastagens formadas.
Do 7º ao 10º lugar
Completam o ranking propriedades no Centro-Oeste e Norte, todas acima de R$ 2 bilhões, com pistas de pouso, silos, armazéns e manejo de alta performance.
🚀 Por que essas fazendas valem tanto?
Os preços das terras agrícolas dispararam na última década. Entre 2019 e 2024, a valorização chegou a 189,1% em Mato Grosso, bem acima de estados como Paraná (107,7%) e São Paulo (93%). Em regiões de fronteira agrícola, como Rondônia, o salto foi ainda maior: 299,1%. A demanda global por alimentos, a expansão da infraestrutura logística e o interesse de investidores nacionais e estrangeiros são apontados como fatores-chave dessa escalada.
A escalada de preços é resultado de uma combinação poderosa:
- Alta rentabilidade das lavouras de soja, milho e algodão;
- Integração lavoura-pecuária que maximiza o uso da terra;
- Melhorias logísticas como a pavimentação da BR-163 e expansão de ferrovias;
- Adoção de tecnologias agrícolas de ponta;
- Entrada de fundos de investimento e capital estrangeiro.
🔍 Curiosidades do levantamento
- A fazenda mais cara do Brasil vale quase o orçamento anual de cidades como Campo Grande ou Cuiabá;
- Algumas propriedades possuem mais gado que a população de municípios inteiros;
- Uma delas mantém pista de pouso para jatos e capacidade de abrigar seis aeronaves;
- No Mato Grosso do Sul, há fazenda com 50 mil bovinos e agroindústria própria.
Esses números mostram que o agronegócio brasileiro está muito além da produção de grãos e carne. É um setor que movimenta bilhões de reais, transforma regiões e atrai olhares de investidores de todo o mundo. No topo dessa cadeia, estão propriedades que não são apenas fazendas, mas verdadeiras corporações do campo.
Segundo a Chãozão, há mais de 700 imóveis rurais à venda em Mato Grosso, mas apenas um seleto grupo de produtores, conglomerados agrícolas e fundos internacionais têm fôlego financeiro para negócios acima de R$ 1 bilhão.
Com valores que ultrapassam orçamentos anuais de cidades inteiras, essas propriedades não são apenas fazendas — são impérios do agronegócio, verdadeiros ativos estratégicos que concentram produção, infraestrutura e poder econômico.
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