
Com torcida vibrante, arena lotada e 96 conjuntos em disputa, Índia Envenenada Del Chamame leva o título entre as fêmeas para o Uruguai, enquanto Ópio da Baraúna garante o ouro entre os machos para o Brasil
A grande final do Freio de Ouro 2025 emocionou o público da Expointer, neste sábado (6), em Esteio (RS). Reconhecida como a maior prova de seleção do cavalo Crioulo, a competição reuniu 96 conjuntos, entre 48 fêmeas e 48 machos, em dois dias de provas que testaram morfologia, resistência e funcionalidade dos animais.
Com arquibancadas lotadas, a atmosfera foi de celebração da cultura gaúcha e do cavalo Crioulo como patrimônio do Brasil e do Uruguai.
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, destacou a importância do evento:
“O Freio de Ouro é mais do que uma competição, ele é um símbolo da identidade gaúcha. Com a arena lotada, celebramos o cavalo Crioulo, orgulho do nosso Estado e patrimônio da nossa cultura”.
O brilho uruguaio com Índia Envenenada Del Chamame
Entre as fêmeas, o destaque foi a égua gateada Índia Envenenada Del Chamame, da Cabanha El Chamame (Uruguai). Sob a condução do ginete Gabriel Viola Marty, a fêmea somou 20.770 pontos e conquistou o Freio de Ouro com apresentações seguras e consistentes.
Filha de Basco Veneno e Indiecita Del Chamame, a égua já havia se destacado como bi-grande campeã da Exposição do Prado e no Bocal de Bronze, em Esteio. A vitória coroou sua trajetória de regularidade. O expositor Martin Gurmendez Marquez não escondeu a emoção:
“É uma égua extremamente linda, muito boa na morfologia e na função, que é o que se busca: um cavalo lindo e bom. Hoje, ela foi perfeita. Brilhou”.
O ginete também destacou a relação com a campeã:
“Ela foi espetacular e ganhou com sobra. O circuito foi percorrido com confiança e respeito ao processo. Chegar a Esteio já é difícil, ser finalista é ainda mais, e conquistar o prêmio é um sonho realizado”.
Paraná mostra força entre as fêmeas
O Brasil também fez bonito no pódio das fêmeas. A colorada salina Harmonia do Açungui, da Cabanha Açungui (PR), ficou com o Freio de Prata, somando 20.229 pontos sob a condução de Fabrício Brunelli Barbosa. Já a douradilha Belle Que Bela, da Fazenda Paraíso (PR), garantiu o bronze com 20.215 pontos.
O Freio de Alpaca ficou com a estância gaúcha Tamanca, de Santa Vitória do Palmar (RS), com a fêmea Oferenda da Tamanca, conduzida por Ricardo Gigena Wrege.
Ópio da Baraúna consagra o Brasil entre os machos
Na disputa entre os machos, o grande campeão foi o cavalo zaino Ópio da Baraúna, da Baraúna Agropastoril (RS). Atual Bocal de Ouro, o animal fez uma campanha crescente até alcançar o título, somando 20.218 pontos na final.

O criador Vanderlei Guerra, emocionado, celebrou o primeiro ouro após 34 anos de dedicação:
“Foi maravilhoso. São mais de três décadas criando cavalos Crioulos e esse é nosso primeiro Freio de Ouro. É a realização de um sonho que sempre buscamos com muito trabalho”.
O ginete tricampeão Raul Teixeira Lima também destacou a qualidade do animal:
“O cavalo é um fenômeno, merecia estar no pódio. Eu sabia que tinha um cavalo competitivo e que podia crescer muito hoje. Essa vitória é fruto de anos de dedicação e treinamento”.
Mais campeões no Freio de Ouro na categoria de machos
O Freio de Prata ficou com Campana Echo a Mano, da Cabanha Rodigheri (RS), conduzido por Tomaz Marques Gonçalves. O bronze foi para Justiceiro 111 do Imaguare, exposto pelo condomínio de mesmo nome e montado por Fabrício Brunelli Barbosa. O goiano La Castellana Norteño, da Cabanha Gameleira (GO), levou o Freio de Alpaca.
Uma tradição que atravessa gerações
O presidente da ABCCC, César Augusto Rabassa Hax, reforçou o papel histórico da prova:
“O Freio de Ouro é mais do que uma competição, é celebração. A cada edição temos mais público, mais responsabilidade e fazemos de tudo para dar certo. Este ano foi um ótimo Freio. Parabéns aos vencedores e a todos que chegaram até aqui”.
Nesta temporada, o ciclo 2024/2025 mobilizou 1.411 conjuntos em oito classificatórias, mas apenas 96 chegaram a Esteio e 32 disputaram a grande final.
A tradição, a emoção e o alto nível técnico mostraram mais uma vez por que o Freio de Ouro é considerado o ápice do cavalo Crioulo na América do Sul.
Resumo dos campeões do Freio de Ouro 2025
- Fêmeas – Freio de Ouro: Índia Envenenada Del Chamame (Uruguai)
- Fêmeas – Freio de Prata: Harmonia do Açungui (PR)
- Fêmeas – Freio de Bronze: Belle Que Bela (PR)
- Fêmeas – Freio de Alpaca: Oferenda da Tamanca (RS)
- Machos – Freio de Ouro: Ópio da Baraúna (RS)
- Machos – Freio de Prata: Campana Echo a Mano (RS)
- Machos – Freio de Bronze: Justiceiro 111 do Imaguare (RS)
- Machos – Freio de Alpaca: La Castellana Norteño (GO)
Foto de Capa: Ópio da Baraúna venceu o Freio de Ouro entre os machos – Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC
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