Conheça os pôneis ‘mineradores’ que viviam em minas e carregavam carvão

No auge dessa prática em 1913, havia 70 mil pôneis subterrâneos na Grã-Bretanha; como surgiu a necessidade de trabalhar com pôneis em minas?

Quase todos sabem que, antes da invenção das máquinas modernas que existem atualmente tanto no setor agrícola quanto no da mineração, os animais se encarregavam do trabalho pesado. Entre o século XVIII e meados do XX para carregar os carvões de minas eram utilizados os ‘pit pony’, conhecido como cavalo de mineração que podia ser qualquer espécie de equino, pônei, mula ou cavalo usado no subsolo de minas.

Esses animais foram privados de experimentar a luz do sol e o ar fresco. Para viver na escuridão subterrânea, confiando em seus instintos e na orientação de seus parceiros humanos, conhecidos como conogons.

Milhares de animais tinham o mesmo objetivo, nascer, trabalhar e morrer no escuro, suportando o intenso trabalho. Um único animal podia puxar sozinho até oito pesadas carroças de carvão.

No auge dessa prática em 1913, havia 70 mil pôneis subterrâneos na Grã-Bretanha. E, provavelmente, o último cavalo a trabalhar no subsolo em uma mina de carvão britânica, “Robbie”, foi aposentado de Pant y Gasseg, perto de Pontypool, em maio de 1999.

Já a última mina de pônei nos Estados Unidos, localizada perto de Centerville, Iowa, foi fechada em 1971. Os últimos pit pôneis usados na Austrália, Wharrier e Mr Ed da Mina nº 2 de Collinsville Coal em Queensland, foram aposentados em 1990.

Trabalhando em um turno de oito horas por dia, durante o qual poderiam transportar 30 toneladas de carvão em cubas na ferrovia da mina subterrânea, um escritor de 1911 estimou que a vida média de trabalho das mulas de mineração de carvão era de apenas 3 anos e meio, enquanto vidas de trabalho de 20 anos eram comuns na superfície, mas algumas lembranças se divergem sobre como os pôneis eram bem cuidados nos anos anteriores.

Afinal, como surgiu a necessidade de trabalhar com pôneis em minas?

O primeiro uso registrado conhecido de pôneis subterrâneos na Grã-Bretanha foi no campo de carvão de Durham em 1750, isso após o incidente que levou a morte de 26 crianças por afogamento quando a Huskar Colliery em Silkstone inundou em 4 de julho de 1838. Foi então que um relatório foi publicado no The Times, e o público britânico em geral soube pela primeira vez que mulheres e crianças trabalhavam nas minas. Diante desse fato, houve um clamor público, liderado pelo político e reformador Anthony Ashley Cooper, mais tarde Lord Shaftesbury, que então introduziu a Lei de Minas e Collieries 1842 ao Parlamento que proibiu mulheres, meninas e meninos com menos de 10 anos (posteriormente alterado para 13) de trabalhar no subsolo, levando ao uso generalizado de cavalos e pôneis na mineração na Inglaterra, embora o trabalho infantil persistisse em graus variados até finalmente eliminado por uma variedade de fatores, incluindo novas leis, regimes de inspeção aprimorados e mudança na economia.

Já nos Estados Unidos, o uso de pôneis nunca foi comum nos Estados Unidos, embora os pôneis fossem usados nas minas de carvão dos Apalaches em meados do século XX.

O British Coal Mines Regulation Act de 1887 apresentou a primeira legislação nacional para proteger os cavalos que trabalham no subsolo. Devido à pressão da National Equine Defense League (anteriormente Pit Ponies’ Protection Society), fundada em 1908 pelo defensor dos direitos humanos e animais Francis Albert Cox (24 de junho de 1862 – 25 de maio de 1920) – e a Scottish Society to Promote Kindness para Pit Ponies; em 1911, foi publicado um relatório da Royal Commission, detalhando as condições, que resultaram em legislação protetora.

Tecnologia assumiu o controle

Nos anos posteriores, o transporte mecânico foi introduzido nas principais estradas subterrâneas, substituindo assim os transportes de pôneis, e os pôneis tendiam a ficar confinados aos trechos mais curtos da face do carvão à estrada principal (conhecido no nordeste da Inglaterra como “putting”), que eram mais difíceis de mecanizar.

No ano de 1984, ainda havia 55 pôneis em uso com o National Coal Board na Grã-Bretanha, principalmente no poço moderno em Ellington, Northumberland.

Quando Ellington fechou pela primeira vez em 1994, quatro pit pôneis foram trazidos (nenhum pônei foi usado lá durante a era RJB Mining). Dos quatro, dois foram para o National Coal Mining Museum for England em Caphouse e dois foram para o Newcastle Cat and Dog Shelter. O último pônei sobrevivente foi Tony, que morreu em 2011 aos 40 anos no Newcastle Cat and Dog Shelter.

A história conta que em diferentes regiões foram realizadas homenagens aos animais pelo árduo trabalho realizado pela missão de industrialização das regiões.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM