Lendário corredor e reprodutor, Top Moon deixou um legado inigualável nas pistas e na criação de cavalos Quarto de Milha, tornando-se símbolo de excelência para fãs de corrida e criadores.
Top Moon (1960–1984) foi um garanhão Quarto de Milha cuja trajetória nas corridas e na reprodução o elevou ao status de lenda viva – ou, como costumam dizer os apaixonados pela raça, um daqueles garanhões que se tornam eternos. Nascido nos Estados Unidos em 1960, de pelagem negra, Top Moon carregava em seu sangue uma combinação genética poderosa: era filho do reprodutor Moon Deck, neto do célebre garanhão Top Deck (PS), e sua mãe, Rica Bar, descendia diretamente de Three Bars (PS) – dois pilares que moldaram a velocidade na raça Quarto de Milha. Essa linhagem de peso já indicava que Top Moon estava predestinado a grandes feitos.
Criado pelo rancheiro James V. A. Carter, Top Moon iniciou sua carreira de corridas no começo dos anos 1960, competindo dos 2 aos 5 anos de idade. Em três temporadas nas pistas, ele disputou 40 páreos, obtendo 15 vitórias, 9 segundo lugares e 5 terceiros – um cartel respeitável para a época. Sua velocidade impressionava: Top Moon atingiu o índice de velocidade 100 (classificação AAAT) em diversas ocasiões, igualando inclusive o recorde de pista na distância de 400 jardas. No total, acumulou mais de US$ 40 mil em prêmios, valor significativo naquele período para corridas de Quarto de Milha.
Entre suas conquistas, destacam-se vitórias importantes como o PCQHRA Futurity e o Bardella Stakes, consolidando-o como um dos principais velocistas de sua geração.
Mesmo competindo em uma era repleta de velocistas lendários, Top Moon conseguiu se sobressair. Vale notar que ele compartilhava uma curiosa coincidência de sangue com outro grande campeão da época, Jet Deck: ambos nasceram em 1960, filhos do garanhão Moon Deck com éguas filhas do reprodutor Barred – uma fórmula genética que marcou o início de uma safra histórica de corredores. A performance de Top Moon reafirmou a força desse cruzamento, mostrando que ele tinha não apenas pedigree ilustre, mas também velocidade de sobra para honrá-lo.

Ascensão como reprodutor de elite
Se nas pistas Top Moon teve uma carreira vitoriosa, foi na reprodução que ele se tornou verdadeiramente eterno. Ao ser aposentado das corridas e introduzido na reprodução, rapidamente se destacou como um dos reprodutores mais influentes da história do Quarto de Milha.
Ao longo de 20 temporadas de monta, Top Moon gerou 1.829 filhos registrados – um número impressionante que o coloca entre os maiores reprodutores de todos os tempos na raça. Desses descendentes:
- 1.340 competiram
- 795 foram vencedores
- 74 tornaram-se ganhadores de stakes
- 77 foram colocados clássicos
- 804 conquistaram ROM (Record of Merit)
Os números falam por si: Top Moon tornou-se uma verdadeira fábrica de campeões.
Entre seus filhos mais notáveis, destacam-se dois vencedores do All American Futurity, a prova mais prestigiada das corridas de Quarto de Milha:
- Bugs Alive in 75 – campeão em 1975 e posteriormente Campeão dos Garanhões
- Moon Lark – campeão em 1978 e eleito Campeão Mundial de Corrida em 1979
Outro descendente emblemático, Lady Bug’s Moon, foi segundo colocado no All American Futurity de 1968, perdendo por apenas meio corpo. Além deles, Top Moon produziu diversos outros corredores e reprodutores de destaque, consolidando uma linhagem altamente valorizada.
Legado e impacto no mundo do Quarto de Milha
O legado de Top Moon vai além dos números; ele se transformou em um verdadeiro patrimônio genético para o Quarto de Milha de corrida. Seus descendentes diretos e indiretos propagaram velocidade e aptidão esportiva em gerações posteriores, influenciando também outras modalidades.
Na prova de Três Tambores (barrel racing), sua linhagem ganhou força graças à explosão e agilidade herdadas de filhos como Lady Bug’s Moon e Bugs Alive in 75. Outros descendentes, como Moon Lark e Bugged Moon, aparecem em pedigrees de grandes campeões da modalidade, mostrando a versatilidade e a profundidade genética de Top Moon.

Mesmo após sua morte em 1984, devido a complicações de uma infecção no ouvido, Top Moon permaneceu presente no dia a dia da comunidade do Quarto de Milha. Seu nome passou a figurar em inúmeros pedigrees e a ser celebrado como referência obrigatória na velocidade. Em 1999, ele foi introduzido no Hall da Fama da AQHA, reconhecimento máximo da raça.
A jornada de Top Moon ilustra como um animal de talento excepcional pode transcender sua própria existência e tornar-se eterno. Nas pistas, ele correu e venceu. Na reprodução, multiplicou sua influência em escala monumental. Entre criadores, corredores e apaixonados pelo Quarto de Milha, Top Moon permanece como um ícone atemporal – sinônimo de velocidade, potência e excelência.
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