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Consumo de café está mais fraco no Brasil

Um estudo da hEDGEpoint Global Markets apontou uma queda no consumo do tradicional cafezinho no Brasil, que é o segundo consumidor global.

SÃO PAULO (Reuters) – A demanda do brasileiro por café deverá fechar o ano fiscal 2021/22, em junho, com a primeira queda anual em mais de dez anos, pelo menos, com um quadro de desaceleração econômica e disparada nos preços reduzindo o consumo do tradicional cafezinho no país que é o segundo consumidor global, avaliou um estudo da hEDGEpoint Global Markets.

“Em um ano que combina perdas substanciais no salário mínimo devido a altas taxas da inflação, juntamente com atividade econômica lenta e aumento dos preços ao consumidor final, a demanda deve registrar impactos negativos”, disse a analista Natália Gandolphi, em estudo obtido com exclusividade pela Reuters.

A especialista na empresa de gestão de risco e hedge de commodities agrícolas e energéticas estimou uma queda de 4% na demanda interna do Brasil, para 21,5 milhões de sacas de 60 kg, no ano entre julho de 2021 a junho de 2022.

A pesquisa foi divulgada após a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) ter publicado uma estimativa de crescimento no consumo de café no país de 1,7% no período entre novembro de 2020 e outubro de 2021, na semana passada.

Mas a analista da hEDGEpoint ressaltou que no período avaliado pela Abic os consumidores mais carentes contaram com auxílio emergencial do governo, o que foi importante para que a população mantivesse o padrão de consumo. A especialista notou que o auxílio está sendo considerado para 2022, com novo “layout”, mas ainda não foi lançado.

“Assim, nossa projeção está em linha com esse cenário: menor crescimento econômico, salário mínimo prejudicado pela inflação e ausência de assistência governamental que sustente o poder de compra –tudo isso com preços em alta.”

Embora a Abic tenha apresentado um quadro de consumo mais resiliente, a própria associação admitiu uma situação desafiadora, com a indústria reajustando o preço em 52% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021. Foi repassada apenas parte da alta da matéria-prima, que disparou 155% após uma colheita menor pela seca em 2021 e geadas, que reduziram o potencial de safra de 2022.

Para o novo ano fiscal, entre julho de 2022 e junho de 2023, a hEDGEpoint espera uma recuperação no nível de consumo do Brasil –que fica atrás dos EUA entre os maiores consumidores globais–, ainda que para níveis inferiores aos vistos em 2020/21 (22,4 milhões de sacas), caso a situação econômica continue a se deteriorar em 2023.

Fonte: Reuters

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