
A Cearpa aponta que altas temperaturas prejudicaram a qualidade das sementes de soja no estado de Mato Grosso e, além disso, produtores estão cautelosos na compra dos produtos para instalar a nova safra 24/25
O Conselho Estadual das Associações das Revendas de Produtos Agropecuários de Mato Grosso (Cearpa-MT) revelou que altas temperaturas têm prejudicado a qualidade das sementes de soja, resultando no cancelamento de contratos de compra. A entidade destacou que os produtores estão cautelosos na compra dos insumos para a nova safra. As informações foram retiradas do primeiro episódio da nova temporada do Programa Soja Brasil.
Os preparativos para o plantio da safra 2024/25 em Mato Grosso estão acontecendo de forma mais lenta. Produtores estão receosos e atentos à qualidade dos cultivares no maior estado produtor de soja do Brasil. Marciano Ferrari, produtor rural de Primavera do Leste, está se esforçando para garantir os insumos necessários para sua propriedade de 2.400 hectares, apesar de estar descapitalizado devido aos resultados negativos das safras de soja e milho em 2023/24.
“Nós cortamos bastante as despesas e diminuímos investimento. Reduzimos a adubação para fazer uma safra mais enxuta porque a gente não sabe como será o mercado do ano que vem. Tem certas coisas que não tem como deixar de aplicar, como os químicos, mas no que foi possível economizar, estamos segurando. Os anos em que a soja está com preço bom, conseguimos investir um pouquinho, mas em anos como este não tem como”.
Fábio Busanello, outro produtor com 3.750 hectares de soja, também adotou uma postura cautelosa devido à baixa rentabilidade do último ciclo, optando por investimentos mais modestos. “Não vai ter investimentos diferenciados por parte do governo e com os preços da soja em baixa, é um ano que tem de pensar muito antes de dar um passo à frente. [O melhor é] aproveitar o que você tem no solo e utilizar o maquinário que possui, arrumando os velhos e seguindo com eles mais uns anos”.

Dados Oficiais e Comercialização de Insumos
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a área dedicada à soja no estado deve aumentar apenas 0,64% nesta safra, totalizando 12,5 milhões de hectares. Esse cenário de contenção de gastos preocupa as revendas de produtos agropecuários, uma vez que a comercialização dos insumos está atrasada.
Atualmente, o índice de comercialização dos químicos está em 60%, enquanto os biológicos e a nutrição foliar estão em 30%. Esse atraso é significativo em comparação com o mesmo período de 2023. A cautela dos produtores, devido à baixa remuneração, é apontada como o principal motivo dessa lentidão.
Marcelo Henrique da Cunha, tesoureiro da Cearpa-MT, mencionou que 90% dos fertilizantes para a nova safra em Mato Grosso já foram negociados, mas o mesmo não ocorre com os demais insumos. “Nas sementes de soja, o mercado está em torno de 75%, 80% vendidos, então ainda há um espaço de cerca de 20% ainda em negociação”.
No mesmo período do ano passado, cerca de 90% do mercado de insumos já estava consolidado, considerando todos os produtos necessários para a instalação da safra de soja.
“Nas sementes de soja, o mercado está em torno de 75%, 80% vendidos, então ainda há um espaço de cerca de 20% ainda em negociação”.
Alerta sobre a Qualidade das Cultivares
A Cearpa alertou sobre a qualidade e a possível falta de algumas cultivares de sementes de soja para a nova safra. “O clima prejudicou muito pelas altas temperaturas. A soja se ‘entregou’. Tivemos muitos grãos esverdeados e desuniformes. Muitos contratos foram cancelados. Tivemos cancelamentos de 100% em determinado material”, afirmou a entidade.
Procurada para comentar o caso, a Associação Brasileira de Semente de Soja (Abrass) respondeu que só pode se pronunciar se uma reclamação oficial e com base técnica for feita.
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