Cooperativas já esperam perda na colheita de soja no Centro-Oeste

A qualidade da soja também está em xeque, algumas safras não atenderão aos padrões de exportação. A incerteza paira sobre o setor, levando o estado a solicitar a extensão do calendário de semeadura até pelo menos 12 de janeiro; confira

O presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antônio Chavaglia, emitiu um alerta sobre a iminente crise na produção de soja na região na safra 2023/24. Com sede em Rio Verde (GO) e 11 mil associados distribuídos em 18 municípios, a Comigo enfrenta um cenário crítico que ameaça impactar significativamente a produção de soja.

Chavaglia expressou preocupação com as condições desfavoráveis em grande parte das lavouras, destacando perdas, atrasos no plantio e desenvolvimento insuficiente. Ele ressaltou que a soja precoce será duramente afetada, enquanto a de ciclo mais longo requer atenção até o final de janeiro para avaliar o impacto total.

O estado de Goiás enfrentou altas temperaturas e uma escassez de chuvas que atingiu o Centro-Oeste, refletindo-se nas estimativas de colheita da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De outubro a dezembro, a previsão para o estado diminuiu de 17,5 milhões para 17 milhões de toneladas, representando uma redução de 3,9% em comparação ao ciclo passado.

A qualidade da soja também está em xeque, com Chavaglia lamentando que algumas safras não atenderão aos padrões de exportação. A incerteza paira sobre o setor, levando o estado a solicitar a extensão do calendário de semeadura até pelo menos 12 de janeiro.

A situação não é exclusiva de Goiás; Mato Grosso também enfrenta desafios semelhantes devido às condições climáticas adversas. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) estima uma quebra de pelo menos 20% na produção, com a colheita atingindo apenas 0,99% da área até o dia 22 de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A cooperativa C.Vale, sediada em Palotina (PR) e com operações em Mato Grosso, antecipa perdas em sua área de influência no estado, aumentando a incerteza sobre o volume de recebimento de soja. Carlos Konig, gerente agronômico da C.Vale, destaca a redução do potencial produtivo como motivo para a queda nas previsões de recebimento.

As projeções para a safra nacional de soja também são sombrias. A Conab estima uma colheita de 160,1 milhões de toneladas, mas previsões mais conservadoras de entidades privadas, como a Céleres e o Itaú BBA, sugerem números mais baixos, indicando uma possível crise na oferta.

Além disso, a situação crítica na safra de soja do país está gerando impactos diretos no cultivo de milho de segunda safra. O atraso no plantio de verão encurta a janela para a semeadura do cereal, enquanto a queda nos preços e a expectativa de menor rentabilidade desestimulam os agricultores, resultando em uma projeção de área plantada 4,5% menor que na safra anterior, de acordo com a Conab. A incerteza paira sobre o setor agrícola brasileiro, que agora aguarda ansiosamente o desenrolar dos acontecimentos nas próximas semanas.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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