Copersucar aposta R$ 8 bilhões no biometano e mira liderança na transição energética

Copersucar anuncia investimento bilionário para expandir produção de combustível renovável que pode substituir até 85% do diesel em São Paulo e reduzir 90% das emissões

A Copersucar, uma das maiores empresas do agronegócio e líder global na comercialização de açúcar e etanol, anunciou um investimento de R$ 8 bilhões em projetos de biometano ao longo dos próximos 10 anos, segundo matéria veiculada pela Exame. O aporte representa uma das maiores apostas do setor sucroenergético em fontes renováveis e marca um passo estratégico da companhia para consolidar o Brasil como potência mundial na transição energética.

Expansão com foco em economia circular

Segundo o presidente da Copersucar, Tomás Manzano, a iniciativa integra o conceito de economia circular, ao transformar resíduos da produção de etanol e açúcar — como vinhaça, torta de filtro, bagaço e palha — em biogás e biometano, reduzindo desperdícios e agregando valor ao setor. “Toda usina já possui a matéria-prima necessária para produzir biometano. Basta estabelecer o processo intermediário para coletar o gás antes de direcionar esse material como fertilizante orgânico”, explicou o executivo.

Hoje, a cooperativa reúne 38 usinas no Brasil e prevê que todas estejam aptas a produzir o biocombustível nos próximos anos. O investimento médio por planta deve variar entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, o que permitirá ampliar rapidamente a capacidade produtiva e viabilizar a expansão da tecnologia.

Potencial para transformar o setor energético

O biometano é considerado um dos combustíveis mais promissores do mundo por ser renovável e capaz de substituir o diesel e o gás natural fóssil, tanto na indústria quanto no transporte pesado.
De acordo com estudo da própria Copersucar, a produção nacional pode crescer 215% até 2027, saltando de 656 mil m³/dia para 2,3 milhões m³/dia.

O levantamento revela que o Estado de São Paulo concentra 40% da capacidade instalada nacional e 31% dos projetos de expansão, com potencial de alcançar 36 milhões de m³/dia no longo prazo — volume suficiente para substituir até 85% do diesel consumido no estado.

“Temos todos os ingredientes necessários para transformar o biometano em um motor da transição energética no Brasil: base tecnológica, matéria-prima abundante e infraestrutura logística”, destacou Manzano.

O estudo aponta que o uso em larga escala do biometano pode reduzir em mais de 90% as emissões de gases de efeito estufa, gerar cerca de 20 mil novos empregos e fortalecer a cadeia sucroenergética, especialmente nas regiões do interior paulista.

Além disso, o combustível pode ajudar o Brasil a reduzir pela metade a importação de diesel, que hoje responde por mais de 20% do consumo nacional, garantindo maior autonomia e segurança energética.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o mercado de biometano no Brasil pode atingir US$ 15 bilhões até 2040, respondendo por 50% da demanda nacional de gás natural. A Abiogás estima que o potencial total de produção chegue a 120 milhões de m³ por dia, sendo 57,6 milhões m³ apenas no setor sucroenergético, o que reforça a importância da Copersucar na vanguarda desse movimento.

Perspectiva e visão de futuro

Com faturamento de R$ 27,5 bilhões em 2024 e presença em mais de 70 países, a Copersucar vem ampliando sua atuação no campo da energia renovável, com operações em etanol, açúcar e biocombustíveis.
“O biometano será a nova fronteira do setor sucroenergético. Ele pode ser usado para gerar energia, substituir o óleo diesel e até o gás fóssil. Nossa estratégia agora é acelerar esse desenvolvimento”, reforçou Manzano.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM