Para os amantes da carne, o corte perfeito vai além do sabor. Buscam uma textura suculenta, um aroma envolvente e, claro, um ponto de cocção impecável.
A escolha do corte certo é fundamental para transformar uma simples refeição em uma experiência gastronômica inesquecível. Cada parte do animal possui características únicas que, quando preparadas da maneira adequada, revelam sabores e texturas que podem surpreender até os paladares mais exigentes. A gordura intramuscular, a maciez das fibras e até a forma como o corte é cocido ou assado influenciam diretamente o resultado final. Isso é o que torna a arte de escolher e preparar o corte ideal tão importante – não é apenas uma questão de tradição, mas de ciência e técnica.
Para os amantes da carne, o corte perfeito vai além do sabor. Buscam uma textura suculenta, um aroma envolvente e, claro, um ponto de cocção impecável. A indústria, ciente dessas expectativas, tem se adaptado ao longo dos anos para oferecer cortes de carne que atendem tanto a quem busca a simplicidade quanto a quem aprecia a sofisticação na preparação. Seja em churrascos com amigos ou em pratos refinados em restaurantes, a conexão entre o consumidor e o corte de carne ideal é construída por meio da expertise na escolha e no preparo. A qualidade do produto, aliada à técnica de preparo, é o que faz toda a diferença no prato.
A Ciência por trás dos cortes de carne
A ciência por trás dos cortes de carne vai além da simples escolha do pedaço do animal; envolve a análise da composição muscular, das fibras e da distribuição de gordura, fatores essenciais para determinar o sabor e a maciez da carne.

Músculos e fibras
Cada corte de carne provém de uma parte específica do animal, e as fibras musculares dessas áreas variam de acordo com a função que desempenham. Músculos que são mais usados no movimento, como o peito ou a paleta, tendem a ser mais duros, devido ao maior número de fibras musculares mais longas e compactas. Já os músculos que trabalham menos, como a picanha ou a alcatra, possuem fibras mais curtas e finas, o que resulta em maior maciez.
Estudos indicam que os cortes de carne mais macios, como o filé mignon, podem ter até 50% mais fibras musculares curtas do que cortes mais duros, como o peito ou a costela. A maciez desses cortes está diretamente ligada à menor quantidade de colágeno, uma proteína que, quando presente em grandes quantidades, torna a carne mais firme e difícil de cortar.
O Papel da gordura
A gordura intramuscular, também conhecida como marmoreio, é um dos fatores que mais impactam o sabor e a textura da carne. Ela se distribui entre as fibras musculares e derrete durante o processo de cocção, liberando óleos que conferem sabor e umidade à carne. Em cortes como o filé mignon, o marmoreio é mais sutil, enquanto em outros cortes, como a picanha e a costela, a quantidade de gordura intramuscular pode ser mais pronunciada, resultando em uma carne mais suculenta e saborosa.
Estudos mostram que o marmoreio pode representar cerca de 10 a 15% do peso total da carne em cortes mais gordos, e essa gordura é responsável por incrementar até 30% da percepção de sabor em cortes mais suculentos. Em carnes de alta qualidade, como as classificadas como “Prime” nos Estados Unidos, o marmoreio é especialmente valorizado, sendo considerado essencial para a experiência gastronômica.
Os Tipos de cortes e suas características

Cada corte de carne tem suas particularidades, influenciadas pela parte do animal de onde provém, pela quantidade de gordura e pela textura das fibras musculares. Entender essas diferenças é crucial para obter o melhor sabor e maciez em cada tipo de carne.
Cortes mais populares
- Picanha: Considerada uma das carnes mais apreciadas no Brasil, a picanha é famosa pela sua camada de gordura e sabor único. Ela provém da parte traseira do animal, da região da alcatra. Com uma camada espessa de gordura, que contribui para a suculência, a picanha é ideal para ser grelhada ou assada.
- Alcatra: A alcatra é um corte muito versátil, que pode ser dividido em várias partes, como a maminha e o coxão duro. Com menos gordura do que a picanha, a alcatra possui uma textura macia e é ideal tanto para grelhados quanto para assados.
- Fraldinha: A fraldinha é um corte retirado da parte inferior do abdômen do boi. Embora seja um pouco mais fibrosa, a fraldinha se destaca por seu sabor robusto e pela maciez quando bem preparada. Ideal para grelhados rápidos, este corte tem ganhado popularidade, especialmente entre os que buscam um custo-benefício em carnes de boa qualidade.
Cortes menos conhecidos
- Cupim: O cupim é um corte retirado da parte dianteira do boi, da região da coroa do pescoço. A carne é marmorizada, com uma boa quantidade de gordura, o que a torna extremamente saborosa quando assada lentamente. O cupim é ideal para ser assado por longas horas, com uma temperatura baixa, para garantir que a gordura se derreta e a carne fique macia.
- Peito (ou peito de boi): O peito é um corte retirado da parte frontal do boi, próximo ao peito e à costela. Com uma quantidade significativa de colágeno, o peito é mais duro e fibroso, sendo mais adequado para preparos lentos, como cozidos e ensopados.
Técnicas de preparação para cada tipo de corte

A escolha do método de cocção ideal para cada tipo de corte de carne é crucial para garantir que o prato final tenha a textura, o sabor e a maciez esperados.
Como escolher o método de cocção ideal
- Assado: Cortes maiores, como a picanha, a alcatra e o cupim, se beneficiam muito do método de cocção lento e indireto, como o assado. A carne fica cozida por igual e, quando preparada corretamente, os sucos permanecem dentro da carne, resultando em uma textura suculenta.
- Grelhado: O grelhado é perfeito para cortes mais macios e rápidos de preparar, como picanha, fraldinha e maminha. Esses cortes possuem menos gordura e podem ser feitos rapidamente, preservando o sabor e a suculência.
- Cozido: Cortes mais duros e fibrosos, como o peito e o músculo, precisam de cocção lenta e úmida, o que os torna ideais para preparações como ensopados e carne de panela.
- Fritado: Cortes mais finos e com pouca gordura, como o filé de peito de frango ou bifes finos de carne, podem ser rapidamente fritados. Esse método é ideal para cortes rápidos de cozinhar, pois a fritura ajuda a selar o exterior da carne, mantendo-a suculenta por dentro.
Como realçar o sabor de cortes simples ou robustos
- Temperos Simples: Para cortes mais delicados e com sabores sutis, como o filé mignon e a picanha, temperos simples, como sal grosso e pimenta-do-reino, são suficientes para realçar o sabor natural da carne.
- Marinadas e Temperos Robustos: Cortes mais rústicos e com sabor mais intenso, como o cupim e a costela, se beneficiam de marinadas que ajudam a amaciar a carne e a potencializar seu sabor.
Dicas Profissionais para Garantir a Suculência e Sabor
Além de escolher o método de cocção ideal, existem outras práticas essenciais para garantir que a carne mantenha sua suculência e sabor durante a preparação.
A temperatura interna da carne é um dos fatores mais importantes para garantir o ponto de cozimento perfeito. A carne deve ser cozida até atingir a temperatura interna ideal para o tipo de corte e preferências de cozimento.
Descanso da carne
Uma das dicas mais importantes, mas frequentemente negligenciada, é o descanso da carne após o preparo. Esse processo permite que os sucos da carne se redistribuam, evitando que eles saiam assim que o corte for fatiado. O tempo de descanso varia de acordo com o tipo de carne e seu tamanho, mas geralmente de 5 a 10 minutos é suficiente para cortes menores, enquanto carnes maiores podem descansar por até 20 minutos.
Com o preparo adequado, o corte perfeito revela seu potencial máximo, tornando cada refeição uma verdadeira celebração de sabor, textura e aroma.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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