Criação de galinhas soltas é suspensa por 180 dias por determinação do governo

Gripe aviária em granja comercial no RS leva a proibição nacional de criação de aves ao ar livre

O Ministério da Agricultura determinou uma medida preventiva de alcance nacional após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul, no dia 16 de maio. A nova portaria federal proíbe, por um período inicial de 180 dias, a criação de aves com acesso direto ao ar livre, inclusive em piquetes desprotegidos por telas superiores. A restrição visa reduzir os riscos de contágio entre aves domésticas e silvestres.

Esse reforço de biossegurança acompanha ações adotadas pelo governo gaúcho, que declarou emergência sanitária no entorno de 10 quilômetros da área afetada. O prazo estabelecido pela medida federal poderá ser prorrogado, caso as autoridades avaliem que ainda há ameaça à saúde animal.

A contenção do foco na granja foi finalizada em 21 de maio. Se não forem registrados novos episódios da doença em estabelecimentos comerciais no período de 28 dias após essa data, o Brasil poderá solicitar à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) a retomada do status de país livre da gripe aviária — posição suspensa após a detecção do foco em Montenegro.

Enquanto isso, os impactos no comércio internacional já se fazem sentir. Ao menos 20 países suspenderam todas as importações de carne de frango brasileira, enquanto outros 19 restringiram as compras apenas aos produtos oriundos do Rio Grande do Sul. Montenegro, cidade onde o surto foi detectado, teve suas exportações embargadas por quatro nações.

Essas restrições refletiram diretamente nos números do setor. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o volume exportado em maio caiu 12,9%, totalizando 393,4 mil toneladas. Em termos de receita, houve retração de 9,5%, somando US$ 741,1 milhões no período.

Desde que o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade foi identificado no país em 2023, foram confirmados 172 casos. A maioria — 167 registros — ocorreu em animais silvestres, sendo 163 aves e quatro leões-marinhos. Além disso, houve quatro focos detectados em criações de subsistência e um caso recente em granja comercial, o que acendeu o alerta máximo nas autoridades sanitárias.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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