Justiça pune homem que atacou cavalo com facão: Entenda a sentença que chocou o interior de SP
O desfecho de um dos casos mais brutais de violência contra animais registrados no Vale do Paraíba ocorreu nesta semana. O Poder Judiciário de São Paulo condenou Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz a quase um ano de detenção.
Ele foi identificado no inquérito policial como o homem que atacou cavalo com facão, crime que gerou revolta nas redes sociais e mobilizou defensores da causa animal em agosto deste ano.
O veredito e a gravidade da pena
A decisão partiu da juíza Luciene Belan Ferreira Allemand, titular da Comarca de Bananal. Na sentença, a magistrada fixou a pena em 11 meses e 18 dias de reclusão em regime semiaberto, somados ao pagamento de 34 dias-multa.
A condenação se baseou no Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, com agravantes específicos devido à crueldade empregada na morte do animal. Embora a legislação preveja penas que variam de três meses a um ano, o caso exigiu uma resposta mais rigorosa do judiciário. Segundo a interpretação da juíza, o réu cometeu duas infrações distintas e acumulativas: a exploração física até a exaustão e a subsequente mutilação.
Perícia desmonta versão da defesa

Durante o processo, a defesa tentou alegar que o equino, chamado “Gaúcho”, já estava morto no momento dos golpes. Contudo, a prova técnica foi decisiva para refutar essa versão. O laudo pericial confirmou que o homem que atacou cavalo com facão agiu enquanto o animal ainda apresentava sinais vitais.
A reconstituição do crime desenha um cenário de tortura. Antes do abate, o cavalo — um macho jovem de aproximadamente 9 anos — foi forçado a percorrer 14 quilômetros em terreno de difícil acesso, repleto de subidas íngremes. Sem preparo físico para tal esforço, o animal colapsou duas vezes.
Os peritos veterinários encontraram múltiplas evidências de sofrimento prévio à morte:
- Sinais claros de exaustão física extrema;
- Oito lesões traumáticas no flanco direito;
- Nove ferimentos contusos na região esquerda e abdominal;
- Amputação das patas enquanto o animal ainda possuía circulação sanguínea ativa.

“Se tem coração, não olhe”: A confissão da crueldade
O Ministério Público destacou a frieza do ato. Depoimentos colhidos pela Polícia Civil revelaram que o réu estava acompanhado durante a cavalgada. Ao perceber que o animal não conseguia mais levantar-se, Andrey teria sacado a arma branca e alertado a testemunha: “Se você tem coração, melhor não olhar”.
Para a magistrada Allemand, essa frase foi determinante para comprovar o dolo (intenção) e a consciência da ilicitude. Em sua fundamentação, ela citou que o homem que atacou cavalo com facão teve oportunidades de buscar socorro ou pedir auxílio a terceiros que cruzaram o caminho, mas optou pelo abate cruel.
O condenado poderá recorrer da sentença em liberdade.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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