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Custo deve subir até 50% com tabela de frete

O setor produtivo divulgou nesta terça-feira, dia 10, que o custo médio da produção agrícola deve aumentar até 50% com o tabelamento do frete.

O dado faz parte de um balanço utilizado pela bancada do agronegócio no Congresso para impedir a criação de um preço mínimo no transporte de cargas.

Para convencer a opinião pública e deputados favoráveis ao tabelamento, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou um balanço dos prejuízos ao setor, caso o preço mínimo dos fretes seja aprovado. O estudo foi feito pelo Instituto Pensar Agro (IPA), reunindo informações de associações de produtores. A estimativa é de aumento do valor dos fretes em até 130% e alta de 12% no valor da cesta básica.

O estudo aponta aumento de 6% no custo total da cadeia de leite e derivados, e aumento de custos de 30% a 35% no setor de base florestal. Na média, o aumento do custo de produção agrícola pode chegar a 50%. O valor é influenciado também pela possível inviabilidade de venda de produtos de baixo valor agregado, como calcário, por conta do custo de transporte.

As estimativas são baseadas em impactos já sofridos pela economia brasileira, desde que o tabelamento foi instituído pela ANTT, no dia 30 de maio. Segundo o IBGE, o índice de preços ao consumidor amplo subiu 2% em junho, uma das maiores altas dos últimos 20 anos, e que deve se acumular com o passar do tempo.

Para o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, isso compromete o desempenho inflacionário brasileiro. “Nós, que tínhamos previsto atingir a meta inflacionária, começamos a ter pressões inflacionárias. Além disso, se analisarmos o texto da MP 832, a tabela é corrigida semestralmente pelo IPCA, então além do impacto inflacionário que já tivemos, esse impacto é permanente”, diz.

Para evitar maiores prejuízos à economia brasileira, deputados da FPA foram orientados a votar contra a medida provisória que institui o preço mínimo dos fretes. O setor produtivo defende um tabelamento que sirva apenas como referência dos preços praticados no transporte de cargas. Para o deputado federal Valdir Colatto (MDB-SC) , se for criado esse fórum de negociação, vai prevalecer o acordo entre as partes.

O IPA, que representa 40 entidades ligadas à produção agropecuária, diz que o tabelamento fere o princípio econômico da livre concorrência e que o preço mínimo pode trazer prejuízos inclusive aos próprios caminhoneiros, como a criação de transportadoras pelos próprios contratantes.

“Se um dos custos sobe e você não tem segurança jurídica sobre ele, você toma algumas estratégias. Uma delas é a verticalização, ou seja, uma ação que seria ruim pros próprios caminhoneiros autônomos”, afirma Matos, do Cecafé.

Com informações do Canal Rural.

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