Raça Canchim avança em genética e eficiência com avaliação nacional em Sertãozinho; mais de 1.250 animais já avaliados, consolidando a prova nacional como referência da pecuária
A 15ª edição da PCAD/TEA Nacional da Raça Canchim – Edição 2025 segue em pleno andamento no interior de São Paulo. A Prova de Avaliação de Desempenho está sendo realizada no Instituto de Zootecnia (IZ), em Sertãozinho (SP), com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN). Durante todo o semestre, os pesquisadores se dedicaram à coleta de dados fenotípicos e genéticos dos animais, que ao final da prova revelarão os grandes campeões.
Entre as avaliações realizadas, destaca-se o Teste de Eficiência Alimentar (TEA), promovido de forma ininterrupta nos últimos seis anos e que, nesta edição, reúne 22 machos. Pelo segundo ano consecutivo haverá a participação das fêmeas, oriundas de seis criatórios de diferentes estados do Brasil. Ao longo das 15 edições já realizadas, mais de 1.250 animais de elevado padrão genético passaram pela prova, consolidando o evento como referência na pecuária nacional.
No início de agosto, os machos passaram pela pesagem inicial e por avaliações de temperamento, com aplicação dos scores de reatividade. Também foram coletados dados de biometria testicular – altura, largura e perímetro escrotal – fundamentais para calcular diferenças, formatos e volumes testiculares de cada reprodutor em avaliação.
A pesquisadora do IZ, Dra. Roberta Canesin, responsável pela execução da prova, ressaltou a importância da adaptação inicial dos animais e do manejo adequado. “Diversos parâmetros estão sendo coletados diariamente, a fim de compor a classificação final. Atualmente, os animais permanecem em um piquete coletivo, equipados com cochos eletrônicos (Intergado), que permitem registrar o consumo individual de cada um, possibilitando calcular o consumo alimentar residual e identificar os exemplares mais eficientes”, explicou.
Já a pesquisadora Cíntia Righetti Marcondes, da Embrapa Pecuária Sudeste, lembrou que os animais iniciaram a prova em 16 de julho, com a primeira pesagem realizada em agosto. “Além das informações básicas, realizamos a avaliação da reatividade, que, combinada a outros dados, gera um índice individual e possibilita o ranqueamento dos melhores animais da raça”, destacou. 
Segundo Cíntia, as fêmeas vêm apresentando desempenho corporal surpreendente. “Algumas já ultrapassaram os 400 quilos, o que será muito relevante para as avaliações de ultrassonografia de folículos antrais objetivando detectar a puberdade precoce das fêmeas, sob coordenação do pesquisador do IZ, Fabio Morato Monteiro”, afirmou.
Outro ponto importante da edição é a continuidade da avaliação individual da emissão de metano nos machos, realizada pelo segundo ano seguido. A iniciativa reforça a preocupação da pesquisa com a sustentabilidade da pecuária e o impacto ambiental dos rebanhos. 
Nas próximas semanas, os machos passarão por novas etapas, incluindo pesagens, avaliação morfológica, ultrassonografia de carcaça e coleta de metano (CH4). Já as fêmeas serão submetidas a avaliações de fertilidade, verificação de precocidade sexual afim de selecioná-las para o protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).
Com abrangência nacional e caráter comparativo entre criatórios, a prova tem como principal objetivo selecionar os melhores animais da raça Canchim, futuros reprodutores de excelência. Ao término da avaliação, os bovinos serão classificados em cinco categorias: Elite, Superior Plus, Superior, Cruzador e Inferior.
O encerramento da prova está previsto para novembro, quando cada animal terá seus índices consolidados pelo IZ, considerando:
- Ganho médio diário durante o teste (GMD);
- Consumo de matéria seca (CMS);
- Medida da emissão de metano;
- Peso metabólico no meio do teste;
- Consumo alimentar residual (CAR).
Reconhecido como o precoce brasileiro, o Canchim é uma das raças mais indicadas para o cruzamento industrial. As provas de desempenho e eficiência alimentar realizadas em Sertãozinho se consolidam como ferramentas estratégicas para o avanço genético e produtivo da raça, reforçando sua importância na pecuária de corte nacional.
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