
O desempenho das importações neste ano reforça a resiliência da demanda interna mesmo em um ambiente de margens apertadas.
A demanda por fertilizantes segue firme no mercado brasileiro. Dados do relatório semanal da StoneX, empresa global de serviços financeiros, apontam que, entre janeiro e setembro, as importações nacionais dos principais fertilizantes somaram volumes aproximadamente 6% superiores aos registrados no mesmo período de 2024[1] . Mantido esse ritmo, o país poderá atingir um novo recorde anual de compras externas até dezembro.
Para o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, o desempenho das importações neste ano reforça a resiliência da demanda interna mesmo em um ambiente de margens apertadas. “Apesar de um cenário marcado por relações de troca menos favoráveis e preços internacionais ainda elevados, o Brasil mantém um forte apetite por fertilizantes. Isso demonstra a força do mercado e uma mudança gradual no perfil dos produtos importados”, analisa.
Segundo o analista, o avanço nas importações está relacionado, em parte, ao aumento da participação de fertilizantes com menor concentração de nutrientes, como NP, SAM e SSP. “Produtos menos concentrados exigem maiores quantias para suprir as necessidades nutricionais do mercado brasileiro, e isso ajuda a explicar o patamar mais alto das compras do Brasil no exterior”, complementa.
No mercado doméstico, as entregas acumuladas entre janeiro e julho apontam para uma alta de quase 11% em relação ao mesmo período de 2024, sinalizando uma demanda firme por parte dos consumidores finais. Assim como nas importações, a maior disponibilidade e uso de fertilizantes de menor concentração ajuda a sustentar esse avanço.
Contudo, o padrão sazonal do consumo brasileiro impõe cautela quanto à manutenção desse ritmo ao longo do último trimestre. “Historicamente, grande parte das compras ocorre antes do plantio da safra de verão. A partir de outubro, com os trabalhos de campo em andamento, o ímpeto de compra tende a diminuir. Assim, os resultados das importações e das entregas até o fim de 2025 dependerão das decisões comerciais que serão tomadas nos próximos três meses”, pondera Pernías.
Em resumo, se o padrão comprador se afastar da sazonalidade tipicamente observada nos anos anteriores, ainda é possível que mudanças ocorram até o final do ano.
[1] Apenas as importações de amônia, DAP, enxofre, KCl, MAP, NAM, NP, SAM, SSP, TSP e de ureia foram consideradas neste cálculo.
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Fonte: StoneX
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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