Descubra como a qualidade do casco define o bem-estar e o desempenho dos cavalos

Entenda como fatores biológicos, manejo diário, nutrição e casqueamento profissional influenciam diretamente a estrutura, o crescimento e a resistência dos cascos dos cavalos.

O casco do cavalo é uma estrutura viva, complexa e extremamente sensível. Ele sustenta todo o peso do animal, absorve impactos, garante tração e desempenha papel vital na locomoção, no desempenho e no bem-estar geral. Por isso, qualquer alteração, de odores estranhos a rachaduras discretas, pode ser o primeiro sinal de um problema mais grave. A máxima “sem casco, sem cavalo” continua sendo uma das verdades mais importantes do manejo equino, especialmente quando se trata de éguas reprodutoras, que precisam sustentar não apenas o próprio peso, mas também o do feto, além da demanda física intensa durante a lactação.

A seguir, você confere um conteúdo completo sobre cuidados essenciais, prevenção de doenças, nutrição adequada e sinais de alerta que ajudam a manter cascos saudáveis e a identificar problemas antes que afetem o desempenho e o conforto do animal.

A podridão de ranilha (tordo) é uma infecção comum causada por bactérias que se proliferam em ambientes úmidos e sujos. Seus sinais são claros e, muitas vezes, reconhecidos pelo odor forte e desagradável, além de uma secreção preta e pastosa que se acumula ao redor da ranilha.

A prevenção está diretamente ligada ao manejo:

  • Manter baias e piquetes secos e limpos é a regra mais importante.
  • Evitar acúmulo de fezes e lama reduz drasticamente a proliferação de bactérias.
  • Limpeza diária dos cascos impede que a umidade fique retida no sulco da ranilha.

Quando diagnosticada cedo, a podridão pode ser tratada com limpeza adequada e medicamentos tópicos, mas casos avançados podem exigir intervenção veterinária.

Rachaduras nos cascos podem surgir por desgaste irregular, ressecamento, impacto ou problemas nutricionais. Elas variam em gravidade e podem aparecer de várias formas:

  • Rachaduras horizontais
  • Rachaduras de areia (sand cracks)
  • Rachaduras de grama (grass cracks)

Se a rachadura atingir a banda coronária — local responsável pela formação da parede do casco — o problema é considerado grave e deve ser avaliado por um ferrador imediatamente.

A prevenção envolve:

  • Aparos regulares a cada 4 a 6 semanas, garantindo equilíbrio do casco.
  • Nutrição adequada com vitaminas e minerais essenciais para a formação da queratina.
  • Ambientes apropriados que evitem ressecamento excessivo ou impactos repetitivos.

Hematomas (contusões) nos cascos surgem principalmente após impacto com pedras ou superfícies irregulares. A dor pode ser leve ou intensa, e o cavalo pode manifestar dificuldade ao caminhar.

Ao contrário de outros problemas, hematomas demoram semanas para cicatrizar, e a ausência de melhora pode indicar infecção interna — um caso que exige avaliação veterinária imediata.

Para prevenir:

  • Evite terrenos rochosos sempre que possível.
  • Se não houver alternativa, mantenha o cavalo em passo lento e controlado.
  • Utilize ferraduras ou botas de casco quando o solo representar risco.

A qualidade da alimentação é um dos pilares mais importantes na saúde do casco. Uma dieta pobre em nutrientes essenciais resulta em cascos quebradiços, crescimento lento, rachaduras e maior risco de infecções.

Nutrientes indispensáveis:

  • Biotina – fundamental para a produção de queratina.
  • Cálcio, zinco e metionina – essenciais para estrutura e resistência do casco.
  • Proteínas de qualidade – base para a formação da matriz do casco.

Boas práticas nutricionais:

  • Invista em feno de alta qualidade — barato nem sempre é nutritivo.
  • Forneça água limpa e fresca constantemente; a desidratação reduz a saúde estrutural dos cascos.
  • Ajuste a dieta gradualmente, evitando alterações bruscas e excesso de açúcares que podem desencadear laminite.

Éguas gestantes e lactantes enfrentam desafios adicionais. Além do peso extra, elas precisam de mobilidade plena para:

  • Pastar por longos períodos;
  • Cuidar do potro;
  • Sustentar maior demanda energética durante a lactação.

Problemas nos cascos não impedem a reprodução, mas causam dor e desconforto que afetam:

  • O comportamento;
  • A disposição para se alimentar;
  • A atividade física necessária para manter o bem-estar;
  • Os custos de manejo, que aumentam significativamente em casos de doenças recorrentes.

Por isso, além do ferrageamento profissional, a nutrição orientada é essencial para manter cascos fortes ao longo da gestação e lactação.

Os cascos são indicadores valiosos do estado de saúde do equino. Alterações na sua estrutura podem revelar:

  • Deficiências nutricionais, como falta de biotina ou cálcio.
  • Distúrbios metabólicos, como resistência à insulina e laminite.
  • Problemas circulatórios, já que o casco depende de fluxo sanguíneo intenso.
  • Doenças sistêmicas que deixam marcas no crescimento do casco, como os anéis de febre.

A inspeção diária dos cascos deve observar:

  • Rachaduras – indício de desgaste irregular ou deficiência nutricional.
  • Mau odor e secreção escura – típico de podridão da ranilha.
  • Calor excessivo – possível abscesso ou inflamação interna.
  • Claudicação – sinal claro de dor e desconforto.
  • Anéis de crescimento irregulares – registro de estresse metabólico ou enfermidade.

Manter cascos fortes, limpos e equilibrados é uma das tarefas mais importantes no manejo equino. Isso inclui:

  • Limpeza diária;
  • Manejo correto do ambiente;
  • Acompanhamento com ferrador experiente;
  • Dieta balanceada e adequada ao nível de atividade;
  • Atenção constante a sinais de alerta.

Quando os cascos estão saudáveis, o cavalo se movimenta melhor, sente menos dor, apresenta maior desempenho e vive com mais qualidade de vida.

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