O índice de aumento, soa excepcional, pois não só supera a inflação anual como também corresponde a uma evolução que ultrapassa o aumento de custo
Convivendo com uma cotação absolutamente estável nos últimos 46 dias do primeiro semestre de 2022, o frango vivo negociado no interior de São Paulo fechou o sexto mês do ano enfrentando o menor preço em três meses ou – mais significativo ainda – retornando ao mesmo valor que, em 2021, vigorou no terceiro trimestre. Isto, a despeito de seu custo de produção permanecer em franca evolução.
Em relação a junho de 2021 a variação anual ficou em 8,62%, o menor índice em, praticamente, dois anos e, também, um incremento inferior à inflação oficial registrada no período. É, igualmente, um índice que – frente às restritas condições do mercado – tende a zerar senão neste, no próximo mês, pois, em agosto de 2021 o frango vivo já foi comercializado pelos atuais R$6,00/kg.
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Embora desde meados de março o frango vivo não registre cotação inferior a R$6,00/kg, o fraquíssimo desempenho observado no bimestre inicial do ano (quando não alcançou, sequer, os R$5,00/kg) puxa para baixo a média dos seis primeiros meses de 2022. Ou seja: o preço médio do período ficou em R$5,75/kg, valor que, mesmo assim, é 19% superior ao dos mesmos seis meses de 2021.
O índice de aumento, neste caso, soa excepcional, pois não só supera a inflação anual como também corresponde a uma evolução que ultrapassa o aumento de custo – algo que não era observado há bom tempo.
Mas, neste caso, o ganho só é aplicável ao curto prazo. Pois, por exemplo, tomada como referência a variação de custo e preço nos últimos três anos constata-se que, frente a uma evolução de pelo menos 100% no custo de produção, o preço do frango vivo foi corrigido em não mais que 75%. Ou seja: as perdas persistem. 
Fonte: AviSite