
Dia 14 de outubro é Dia Nacional da Pecuária: setor movimenta R$ 1,3 trilhão, bate recordes de produtividade e consolida liderança global com tecnologia, sustentabilidade e inovação
O Brasil celebra neste 14 de outubro o Dia Nacional da Pecuária com motivos de sobra para reafirmar seu protagonismo mundial no setor. Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal 2024 (PPM/IBGE), o país alcançou um valor de produção recorde de R$ 1,328 trilhão, somando pecuária e aquicultura, com crescimento de 8,8% em relação ao ano anterior. Por trás desses números estão avanços tecnológicos, ganhos de produtividade e uma nova geração de produtores mais conectados e profissionais, que transformaram o campo em uma verdadeira indústria de precisão.
O tamanho da potência pecuária brasileira
A produção de origem animal alcançou R$ 121,1 bilhões, enquanto a aquicultura respondeu por R$ 11,7 bilhões, com altas de 8,2% e 15,4%, respectivamente.
O rebanho bovino chegou a 238,2 milhões de cabeças, o segundo maior da série histórica iniciada em 1974 — número que reforça o peso do país como líder global na produção e exportação de carne bovina. Municípios como São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) figuram entre os maiores efetivos, representando juntos parte significativa dos mais de 9 milhões de animais que compõem o topo do ranking nacional da pecuária brasileira.
Mesmo com leve queda de 0,2% no número total de bovinos, o cenário é de ajuste natural do ciclo pecuário, como explica a analista do IBGE, Mariana Oliveira, que destacou o aumento do abate de fêmeas e os impactos dos preços do bezerro e da arroba. Ainda assim, o país registrou recordes de abate e exportação de carnes bovina, suína e de frango, consolidando seu domínio no comércio internacional de proteína animal.
Produtividade recorde e modernização do leite
Entre os segmentos que mais se destacaram, o leite vive um momento histórico. A produção atingiu 35,7 bilhões de litros em 2024, movimentando R$ 87,5 bilhões — o maior valor da série histórica. Mesmo com o menor número de vacas ordenhadas desde 1979 (15,1 milhões), o país alcançou níveis inéditos de produtividade, impulsionados por genética, manejo e tecnologia.
O município de Castro (PR) manteve a liderança nacional, com 484 milhões de litros, seguido por Carambeí (PR) e Patos de Minas (MG). A alternância de protagonismo entre as regiões Sul e Sudeste revela um setor cada vez mais competitivo e tecnificado.

Pecuária brasileira garante avanço em todas as frentes
Os números mostram que a força da pecuária vai além do gado de corte e leite:
Segmento | Produção (2024) | Destaque |
---|---|---|
Galináceos | 1,6 bilhão de cabeças (+1,7%) | Santa Maria de Jetibá (ES) e Paraná lideram |
Ovos de galinha | 5,4 bilhões de dúzias (+8,6%) | Maior volume da série histórica |
Caprinos e ovinos | 13,3 e 21,9 milhões de animais | Recordes, com Bahia e Pernambuco na liderança |
Suínos | 43,9 milhões de cabeças (+1,8%) | Paraná e Minas Gerais em destaque |
Mel | 67,3 milhões de quilos (+4,9%) | Nordeste responde por 39,4% do total |
Peixes e camarão | 724,9 mil t e 146,8 mil t | Tilápia domina com 70% da produção nacional |
Os recordes de mel, ovos, piscicultura e carcinicultura comprovam que o Brasil também se fortalece na diversificação e sustentabilidade da produção animal.
Da pecuária tradicional à era da precisão
O retrato atual da pecuária brasileira é resultado de uma profunda transformação. Como destacou Laura Villarreal, diretora de Ruminantes da MSD Saúde Animal, “deixamos para trás a pecuária sem dados e baseada apenas na tradição. Hoje, o setor se apoia em informação, inovação e ciência”.
Sensores, coleiras, brincos eletrônicos e softwares de gestão permitem decisões em tempo real sobre nutrição, reprodução e bem-estar animal. Essas tecnologias, aliadas à genética e à nutrição de precisão, colocam o Brasil na vanguarda da eficiência produtiva, reduzindo custos e aumentando a competitividade global.
Em 2024, o país exportou 2,89 milhões de toneladas de carne bovina, equivalentes a US$ 20 mil por minuto, o maior volume da história. No leite, 10% dos produtores já são responsáveis por 60% da produção nacional, evidenciando a concentração e profissionalização do setor.
Sustentabilidade, rastreabilidade e o novo consumidor
Além da eficiência produtiva, a demanda por sustentabilidade impulsiona novas práticas. O consumidor moderno exige transparência, rastreabilidade e responsabilidade socioambiental — e o pecuarista brasileiro tem respondido com inovação. Sistemas de monitoramento ambiental, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e certificações verdes tornam-se diferenciais competitivos no mercado internacional.
Um setor que move o Brasil
A pecuária é hoje um dos maiores motores da economia brasileira, sustentando milhões de empregos diretos e indiretos e impulsionando mais de 25% do PIB do agronegócio. No Dia Nacional da Pecuária, o país celebra não apenas sua força produtiva, mas também a capacidade de adaptação e inovação que transformou o campo em um laboratório de tecnologia, sustentabilidade e orgulho nacional.
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