
Imposto foi sugerido para ajudar a Dinamarca a atingir a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 70% até 2030; Produtores terão de pagar cerca de € 100 (R$ 600) anuais para cada boi ou vaca do rebanho; cobrança começa em 2030
A Dinamarca está prestes a introduzir uma nova taxa sobre as emissões de gases de efeito estufa da pecuária, marcando o que pode ser a primeira iniciativa mundial de taxação de carbono específica para o setor agrícola. O país pode começar a cobrar em breve de seus pecuaristas cerca de 100 euros (R$ 600) por ano pelas emissões de gases de efeito estufa de cada uma de suas vacas a partir de 2030, conforme informou a Financial Times.
Segundo o governo dinamarquês, após extensas negociações com representantes do setor e grupos ambientalistas, foi firmado um acordo para implementar um imposto de 120 coroas dinamarquesas (cerca de 16 euros ou R$ 93,40) por tonelada de emissões de dióxido de carbono equivalente de gado, abrangendo tanto vacas quanto porcos.
A medida reflete um esforço global crescente para mitigar as emissões originadas pela produção agropecuária mundial, responsáveis por quase um quarto das emissões globais, incluindo aquelas relacionadas às mudanças no uso da terra, enquanto busca preservar a segurança alimentar.
A pecuária representa cerca de 11% das emissões globais, com quase dois terços disso proveniente das vacas.
O parlamento dinamarquês deverá votar ainda este ano a proposta que prevê uma taxa de 300 coroas dinamarquesas por tonelada de CO₂ equivalente em 2030, aumentando para 750 coroas por tonelada em 2035. O plano também inclui incentivos para que os agricultores reduzam suas emissões, sendo que o imposto será implementado gradualmente, com uma dedução inicial de 60% nos primeiros dois anos.
Uma vaca na Dinamarca emite, em média, seis toneladas de CO₂ equivalente anualmente, o que resultaria em uma taxa de cerca de 720 coroas, ou aproximadamente 96,50 euros (R$ 600) por animal, usando a tarifa inicial mais baixa.
Imposto foi sugerido para ajudar a Dinamarca a atingir a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 70% até 2030
A decisão surge após protestos de agricultores em toda a Europa contra medidas ambientais similares propostas pela União Europeia. Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca, expressou esperança de que o novo imposto se torne um “modelo regional e global”.

No entanto, a Bæredygtigt Landbrug, uma organização de agricultores que não participou das negociações, criticou o acordo, enquanto alguns grupos ambientalistas argumentam que o excesso de deduções torna o imposto ineficaz.
“Acho que é loucura”, afirmou Peter Kiær, presidente do Bæredygtigt Landbrug, destacando que a medida poderia dificultar investimentos em tecnologia essencial. “[O governo] não está ouvindo os agricultores”, adicionou.
Lars Aagaard, ministro do clima da Dinamarca, destacou a necessidade de mudança: “Isso não pode continuar”, disse. “A agricultura deve contribuir e fazer parte do futuro verde.”
Søren Søndergaard, presidente do Conselho de Agricultura e Alimentação da Dinamarca, salientou que agricultores que adotarem soluções climáticas aprovadas e economicamente viáveis podem evitar completamente o imposto.
Segundo cálculos do jornal Financial Times, cada agricultor deverá pagar anualmente cerca de € 100 (R$ 600) pelas emissões de gases do efeito estufa de cada uma de suas vacas, por exemplo.
Por outro lado, Peder Tuborgh, CEO da cooperativa de laticínios Arla Foods, alertou que o regime tributário pode impactar desproporcionalmente alguns agricultores, especialmente os orgânicos, que já estão empenhados em reduzir emissões, e solicitou uma análise mais profunda por parte dos políticos.
Enquanto isso, a Nova Zelândia abandonou recentemente uma proposta similar devido à forte oposição de seus agricultores. Na Dinamarca, apesar das preocupações dos agricultores de que as metas climáticas possam reduzir a produção e cortar empregos, eles reconhecem que o acordo pode permitir a continuidade de seus negócios.
Em nível europeu, a Comissão Europeia estuda a possibilidade de criar um sistema de comércio de emissões agrícolas, explorando formas de fazer com que agricultores e proprietários de terras arquem diretamente com os custos de suas emissões.
Kristian Hundebøll, CEO do DLG Group, enfatizou a importância de uma abordagem unificada na Europa, e Alexandre Paquot, diretor-geral adjunto do braço climático da comissão, salientou as “novas oportunidades para os agricultores” que o sistema de comércio de emissões poderia oferecer.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98. Informações e materiais sobre essas culturas estarão expostas no estande institucional da Embrapa no Parque da Expoflora, em Holambra (SP), de 25 a 27 de junho. Os principais destinos do arroz, em termos de volume, foram Gâmbia, Serra Leoa e Senegal, disse a entidade em nota. Continue Reading Abiarroz: Brasil exportou em maio 82% mais volume; receita cresceu 20% em um ano O projeto começou ainda no ciclo da soja, entre dezembro e fevereiro, e agora concentra esforços no acompanhamento de milho 2ª safra. Continue Reading Imea em Campo avança na etapa do milho e amplia cobertura no estado O peão conquistou a vitória ao parar em quatro dos cinco touros na final em Americana, garantindo um prêmio de R$ 123 mil Escalada militar no Oriente Médio pode elevar os custos de insumos agrícolas, além de gerar incerteza sobre exportações para países islâmicos. Continue Reading Como o conflito entre Israel e Irã afeta o agronegócio do Brasil Podem se inscrever associados de todo o Brasil até o dia 28 de julho. A entidade espera receber expositores de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, além dos gaúchos. Continue Reading Arco recebe inscrições de ovinos de todo o Brasil para a Expointer 2025Embrapa Clima Temperado destaca tecnologias para morango, batata, batata-doce e cebola na Hortitec 2025
Abiarroz: Brasil exportou em maio 82% mais volume; receita cresceu 20% em um ano
Imea em Campo avança na etapa do milho e amplia cobertura no estado
Sandro Batista faz história como o primeiro a conquistar dois títulos do Iron Cowboy
Como o conflito entre Israel e Irã afeta o agronegócio do Brasil
Arco recebe inscrições de ovinos de todo o Brasil para a Expointer 2025