Emater-MG discute papel da extensão rural durante Congresso Brasileiro de Fruticultura

Evento realizado no Rio Grande do Sul é o mais tradicional do setor

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) marcou presença no 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que termina nesta sexta-feira (10/11) em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Durante os quatro dias de evento, o tema central foi a “A tecnologia e a sustentabilidade na produção de frutas”.

No último dia do congresso, o coordenador técnico estadual da Emater-MG, Deny Sanábio, participou do fórum “Desafios da Extensão Rural na Fruticultura”. Em sua apresentação, ele relacionou os obstáculos que precisam ser superados para expandir a atividade em Minas e no país.

“No caso de Minas Gerais, a produção de café e de leite é majoritária. Então os filhos de produtores têm pouco conhecimento em outras atividades e acabam mantendo a tradição, com receio de investir em novas culturas. Mas temos vários exemplos onde a fruticultura entrou na propriedade como diversificação e passou a ser a principal fonte de renda ou até a única, substituindo as demais”, afirma Sanábio.

Ainda falando sobre o estado, ele lembra que o acesso ao crédito rural para o investimento na fruticultura precisa ser facilitado. “Como o café e o leite são o carro-chefe, muitas vezes os bancos e outros agentes financeiros direcionam o crédito rural apenas para essas duas áreas, com pouca disponibilidade de recursos para fruticultura”, informa.

Deny Sanábio relata que, nos locais onde existe uma base consolidada de associativismo e cooperativismo, a fruticultura tem mais impulso. “Mas infelizmente, muitos produtores ainda não estão reunidos em associações ou cooperativas”.

Outro ponto levantado pelo coordenador da Emater-MG durante o congresso foi a necessidade de maiores investimentos em rastreabilidade, que dispõe de uma legislação própria, e em certificação, para diferenciar o produto no mercado e conquistar novos consumidores.

O manejo de integrado de pragas e doenças, com o uso racional de agrotóxicos, também foi abordado. Ele lembrou ainda que, no país, muitos produtores ainda usam caixa de madeira para transportar e comercializar as frutas. Este tipo de caixa aumenta o risco de contaminação das lavouras. O ideal é o uso de caixas plásticas, que podem ser higienizadas. 

Para Deny Sanábio, muitos fruticultores do Brasil ainda são carentes de assistência técnica, principalmente os agricultores familiares. “É preciso aumentar a presença de técnicos no campo pelas empresas de assistência técnica e extensão rural”.

O congresso

O Congresso Brasileiro de Fruticultura é promovido pela Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF) a cada dois anos. Ele é considerado o maior e mais tradicional evento técnico-científico desta área no país. O evento conta com exposições, conferências, palestras, mesas-redondas, minicursos, visitas técnicas e apresentação de trabalhos científicos. Participam do encontro pesquisadores, professores, extensionistas, estudantes de graduação e pós-graduação, produtores e técnicos de empresas públicas, privadas e outras instituições que trabalham para o desenvolvimento do setor.

Paralelamente ao congresso, foi realizado o 5º Encontro Nacional de Olivicultura.

Fruticultura em MG

Minas Gerais se destaca na fruticultura nacional, sendo o quarto maior produtor brasileiro. O estado lidera a produção de morangos e também tem relevância na produção de banana, laranja, tangerina e limão. São cerca de 143 mil hectares de área plantada em Minas, com uma produção anual estimada em 4 milhões de toneladas. Segundo a Emater-MG, a atividade gera mais de 540 mil empregos diretos e indiretos.

Fonte: Emater-MG

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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