
Os aspectos nutricionais, ambientais e as boas práticas de manejo podem afetar significativamente a resistência da casca do ovo
A qualidade da casca do ovo é um fator determinante na produção avícola, afetando diretamente parâmetros econômicos, além de questões sanitárias e reprodutivas das aves. Para se ter uma ideia, em poedeiras comerciais, por exemplo, cascas frágeis podem comprometer a comercialização de ovos, enquanto que, em matrizes de frangos de corte, uma casca frágil pode afetar diretamente aspectos como a viabilidade embrionária e o desempenho reprodutivo dos animais.
“Em poedeiras comerciais, cascas resistentes garantem menor quebra durante a coleta, transporte e comercialização. Já em matrizes pesadas, a qualidade da casca está diretamente relacionada à permeabilidade aos gases, trocas térmicas e proteção física do embrião, impactando diretamente na taxa de eclosão”, afirma Gabriel Villela Dessimoni, doutor em nutrição e produção animal e nutricionista da Quimtia Brasil.
Segundo o especialista, diversos fatores podem estar envolvidos na formação adequada da casca. Ele comenta que a reserva de cálcio na medula óssea, especialmente formada durante o crescimento, é essencial para suprir as necessidades durante a postura. No entanto, o doutor em nutrição e produção animal reforça que é fundamental manter uma relação adequada entre cálcio e fósforo disponíveis para a formação da estrutura óssea.
“O recomendável, especialmente após as 60 semanas de idade, é reduzir os níveis de fósforo disponíveis na dieta para cerca de 0,25% a 0,30% para melhorar a qualidade da casca”, ressalta Gabriel Dessimoni.
Além disso, outros nutrientes, como a vitamina D3, o zinco, o manganês e o cobre, ajudam a regular a absorção intestinal e a mobilização óssea de cálcio e fósforo, contribuindo na formação da matriz orgânica da casca e das cutículas do ovo.
Combate às altas temperaturas
O nutricionista animal da Quimtia Brasil afirma também que as altas temperaturas podem comprometer a fisiologia das aves, resultando em alcalose respiratória e redução de bicarbonato sanguíneo — essencial para a formação de carbonato de cálcio. “Por isso, estratégias como suplementação com bicarbonato de sódio (até 0,3%) e vitamina C ajudam a mitigar esses efeitos e a melhorar a calcificação”, esclarece.
Contudo, de acordo com Dessimoni, a suplementação de aditivos e minerais orgânicos tem sido encarada como uma ferramenta eficaz para suprir deficiências nutricionais, o que acaba estimulando a formação da casca e mantendo a produtividade sob condições adversas, como calor excessivo ou baixa ingestão. “Ou seja, o uso estratégico pode ser decisivo para manter a qualidade da casca em níveis ótimos durante todo o ciclo produtivo”, complementa.
Tamanho do ovo impacta na fragilidade da casca?
Para o zootecnista da Quimtia Brasil, a resposta é sim. Segundo ele, em fases avançadas de postura, o aumento excessivo no peso do ovo pode comprometer a integridade da casca. “Com isso, a modulação do tamanho do produto, por meio da redução do teor de proteína bruta e aminoácidos essenciais — especialmente a metionina —, pode reduzir de 1g a 1,5g o peso do ovo sem afetar a produção”, finaliza Gabriel Dessimoni.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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