Enzimas aumentam peso da carcaça do bovino em até oito quilos

Tecnologia natural traz ganho cientificamente comprovado; Como o custo gira em torno de 20 gramas de peso vivo do animal por dia, o retorno financeiro é cinco vezes maior que o investimento dos pecuaristas sobre investimento em suplementação nutricional para os bovinos de corte, confira!

Estudos científicos e testes de campo recentes mostram que é possível aumentar em até oito quilos o peso da carcaça de bovinos de corte com uso de aditivos que contêm enzimas alfa-amilases. Em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Colina (SP), instituição referência em estudos com ruminantes, a Alltech monitorou o desempenho de animais em regime de confinamento que receberam aditivo que possui enzima alfa-amilase como princípio ativo e apresentou resultado de aumento de oito quilos de carcaça comparado aos animais que não consumiram o produto.  

“Não temos somente este resultado, mas, sim, um compilado de 14 resultados, entre estudos científicos e testes a campo bastante consistentes sobre o impacto dessa tecnologia natural, que apontam um incremento médio de 6,8 quilos de carcaça adicional por animal, mas em vários desses estudos o ganho chegou a oito quilos adicionais”, relata o zootecnista Rafael Benicá Rodrigues, gerente de vendas da Alltech.

“O peso da carcaça é o principal fator que remunera o produtor”, afirma o especialista. Nos testes realizados pela empresa, o ganho adicional na carcaça foi de 90 a 100 gramas por dia. “Como o custo gira em torno de 20 gramas de peso vivo do animal por dia, o retorno financeiro é cinco vezes maior que o investimento”, destaca Rodrigues.

Segundo ele, “as enzimas têm um papel fundamental no processo digestivo dos animais, para fazer a quebra dos nutrientes presentes nos alimentos consumidos”. Além das enzimas endógenas, produzidas pelo próprio organismo do animal, existem as exógenas, produzidas externamente, através de micro-organismos colocados em um determinado substrato, que são usadas como aditivo nutricional.

Apesar de serem usadas como aditivos para monogástricos há vários anos, com melhorias na digestibilidade e resultados comerciais positivos, as enzimas exógenas só começaram a apresentar resultados consistentes em ruminantes nos últimos anos.

“Os ruminantes têm uma câmara fermentativa com micro-organismos, como bactérias, fungos e protozoários, chamada rúmen, que fazem a degradação do que o animal come. Quando entra um substrato diferente, muda a dinâmica ruminal, que normalmente não tem deficiência enzimática. Porém novos dados científicos constataram que a digestibilidade normalmente não muda, mas, sim, o caminho da degradação e os subprodutos formados, promovendo um ambiente melhor. Com isso, entendeu-se que o uso de enzimas na nutrição dos ruminantes poderia ir por um caminho diferente dos monogástricos”, explica.

Confinamento e Boitel VFL BRASIL. Foto: Marcella Pereira

No caso da alfa-amilase, necessária para quebra do milho, que é rico em amido, os estudos com ruminantes revelaram que, com a adição da enzima exógena, há melhoria na digestão da fibra, ao invés do amido, como ocorre com monogástricos, evidenciando que o importante é o ambiente ruminal e não a digestibilidade do alimento em si.

Os participantes dos estudos utilizaram o Amaize, extraído da fermentação do Aspergillus oryzae, que contém enzimas alfa-amilases. O produto da Alltech modifica a digestão ruminal em nível microbiano para melhor utilização dos nutrientes, apoiando a função ruminal e as respostas fisiológicas dos bovinos, o que resulta em aumento da produtividade.

Nos bovinos de corte, o Amaize é indicado para criações em confinamento ou terminação intensiva a pasto, especialmente quando suplementados com produtos de alta concentração de energia.

“A tecnologia de enzimas é totalmente verde, natural e consegue ter resultados adicionais mesmo junto com a tecnologia convencional, como os ionóforos”, ressalta o zootecnista.

Na avaliação dele, a sustentabilidade é uma exigência do mercado consumidor, que é quem vai ditar a velocidade dessa transição para a produção de alimentos mais saudáveis, mais naturais e associados ao bem-estar animal. “A grande transição vai acontecer quando o produtor for melhor remunerado por produzir um animal que cubra todos esses pontos”, conclui.

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