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Estratégias de suplementação na Entressafra

Qual melhor caminho a seguir em momentos de mudanças? Estratégias de suplementação podem ter preços alto, médio e baixo aponta especialista.

Por Diego Magri Bernardes*

Chegou a seca em 2019. Além de muitas variáveis no cenário econômico e político, as oscilações e previsões nos mercados de grãos e proteinados tem deixado o produtor preocupado, porém ele deve sempre optar por otimizar seus lucros, perante a mudança na qualidade do capim nessa época. Optar por proteinados de melhor desempenho é a ferramenta mais rápida para buscar melhores resultados a pasto.

Reformar pasto, fazer rotacionado, adubar, vedar piquete, deixar sobrar macega, etc. Muitas vezes são planejamentos para ano seguinte ou vão envolver muitos outros fatores para tomada de decisão. Escolher o proteinado certo hoje, pode dar resultado já no fim do mês.

A diversidade de produtos para suplementação e a destinação de cada um deles também preocupa o produtor rural no momento de tomar a decisão sobre qual suplemento proteinado ele deve optar.

  • Procurar menor custo?
  • O de menor consumo?
  • Buscar maior ganho de peso?
  • Ou escolher o produto e/ou estratégia de melhor resultado?

O ideal é que o produtor busque sempre o melhor aporte de minerais em todas as opções, atingindo as exigências de ganho e saúde de cada categoria e seus desafios diários. Mas para melhorar de forma lucrativa, o ganho de peso e reprodução à pasto na fazenda, é necessário o uso de proteinados de consumos variados e em diferentes épocas do ano. O ideal é fazer simulações de viabilidade em todos os lotes.

Sugestões de estratégias de suplementação de alto, médio e baixo desempenho tem que estarem totalmente correlacionadas com a qualidade e disponibilidade das pastagens. E estarem juntas de plano econômico na tomada de decisão.

Variações nas condições ambientais como temperatura, luminosidade e chuvas, são responsáveis pelas alterações nas estruturas das plantas forrageiras, modificando seu valor nutricional, diminuindo assim sua digestibilidade e teôr de nutrientes, principalmente de proteína. Essa, quando falta, diminui o crescimento dos microorganismos do rúmem e, consequentemente, a digestão da forragem. O boi pára de ganhar peso na seca.

Lembrando que algumas categorias necessitam de um investimento nas fases iniciais para trazerem mais retorno no futuro (desmama, recria, primíparas).

Quanto custa a tecnologia?

O produtor deve avaliar se o investimento na nutrição vai retornar em benefícios reais. Um proteinado mais caro vale a pena? O produtor tem que fazer as contas de custo por animal e avaliar não só a proteína e consumo, mas as dosagens de minerais e também a digestibilidade das matérias primas envolvidas.

Fonte: Autor

Dependendo do processamento e quais farelos estão sendo usados na composição, podem variar o aproveitamento no trato digestivo do animal. São vários os fatores relacionados a isso.

Após essa avaliação criteriosa, transforme a diferença em reais do custo de cada opção nutricional, em quantidade de @ ou quilos de peso vivo, para pagar essa diferença. Essa medida o produtor sabe avaliar melhor, pois sabe que um produto de melhor qualidade faz o animal ganhar mais peso e render mais carcaça. Quando há mensuração, o produtor consegue enxergar muitas vezes que uma diferença considerável no preço por saco de proteinados pode fazer o barato sair mais caro!

Um produto de melhor qualidade faz o animal ganhar mais peso e render mais carcaça?

São muitos aspectos envolvidos pra descobrir o potencial do ganho, principalmente na entrada da seca e seca propriamente dita, devido a grande discrepâncias em cada produtor. Mas ao comparar preços, deve-se calcular o desempenho mínimo para custear o
investimento

Vamos aos números:

Fonte: Autor

Quando transformamos os custos de cada estratégia e produto e comparamos na mesma moeda, ganho de peso nesse caso, muitas vezes o custo extra do suplemento se paga com pouco desempenho a mais. Sendo muito viável.

Para o produtor escolher qual desempenho seus lotes terão, depende da qualidade e quantidade das folhas que serão ofertadas no pasto, ou seja, da qualidade da macega. Depois disso, deve-se avaliar qual o objetivo do lote: manter o peso, desenvolver carcaça, terminar carcaça e em qual velocidade.

Algumas demandas, como acabamento de carcaça, precisam de volumes maiores de nutrientes e muitas vezes leva o produtor a optar por introduzir maiores volumes de concentrado. Nessa hora, o cuidado com os custos devem ser redobrados, pois muitas vezes pode ficar caro e não compensar.

Devemos acelerar o funcionamento do rumem com proteinados o ano todo, principalmente nas águas onde temos mais substrato para ser digerido, o pasto verde e produtivo.

Planejar o ciclo de produção animal e sua demanda por nutrientes, juntos com a oferta de pasto ao longo do ano, são alternativas para buscar maior desempenho por hectare. Uso de piquetes, adubação, confinamento, irrigação, e outras tecnologias, sempre devem ser feitas com uso de técnicas adequadas e prévio planejamento financeiro. O acompanhamento técnico, para validar as decisões, é fundamental. Nem sempre a grama do vizinho é mais verde. Ainda mais na seca.

*Diego Magri Bernardes é médico veterinário do Departamento Técnico da Matsuda Minas

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