EUA: preço da carne bovina atinge recorde com menor oferta e tarifas sobre países

Tarifas sobre a carne importada podem elevar os custos para os frigoríficos, que dependem de carne magra para mistura com carne mais gorda produzida nos EUA.

Omaha, EUA, 21 – Os preços da carne bovina nos Estados Unidos atingiram níveis recordes em junho, com a carne moída custando em média US$ 6,12 por libra (cerca de 450 g), alta de quase 12% em um ano, segundo dados do governo. O valor dos bifes crus também subiu 8%, para US$ 11,49 por libra. Especialistas afirmam que a tendência de alta deve persistir em virtude da oferta limitada de gado e da demanda firme.

O rebanho bovino americano é o menor desde 1951, com cerca de 86,7 milhões de cabeças de gado e bezerros, após anos de redução impulsionada por secas prolongadas e altos custos de alimentação. Junto a isso, a recente infestação do parasita mosca-da-bicheira no México levou à suspensão das importações de gado do país, pressionando ainda mais a oferta. Cerca de 4% do gado abatido para carne nos EUA vem do México.

Propriedade em risco: o fogo e a perda de direitos

Além disso, tarifas sobre a carne importada podem elevar os custos para os frigoríficos, que dependem de carne magra para mistura com carne mais gorda produzida nos EUA. Esses cortes vêm principalmente da Austrália e da Nova Zelândia, que enfrentam tarifas de 10%, mas parte vem do Brasil, onde Donald Trump ameaçou aplicar tarifas de até 50%, a partir de 1º de agosto. Os norte-americanos importam cerca de 4 milhões de libras de carne por ano. Substituir essas importações por carne local não é fácil, já que o sistema americano é voltado para a produção de carne mais gorda.

Para analistas, apesar da leve melhora nas condições climáticas e da queda nos preços dos grãos, a reposição do rebanho levará pelo menos dois anos – o que deve manter os preços elevados por mais tempo. Mas apesar das dificuldades, a demanda interna continua aquecida, especialmente na chamada temporada de churrascos. Mesmo com os aumentos, os consumidores ainda não migraram significativamente para outras proteínas como frango ou porco, nem aumentaram a compra de carne moída em detrimento dos bifes.

Fonte: Associated Press

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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