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Evolução do Angus no Brasil é resultado de muito trabalho

Originária da Escócia, no Reino Unido, a raça angus é selecionada para corte há mais de duzentos anos. O bovino europeu chegou ao Brasil em 1906, e desde então evolui constantemente, com destaque para o avanço significativo no consumo na última década.

Produtor de carne de qualidade por excelência, a raça se tornou referência de carne gourmet, seja nos mais refinados restaurantes ou nas maiores redes de fest food do mundo. Isso porque o angus apresenta de 3 a 6 mm de gordura externa e alto nível de marmoreio (gordura entremeada na carne), o que lhe confere a famosa maciez e sabor.

A demanda por esse produto superior aquece o mercado de seleção da raça, que cresce a passos largos. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) indicam aumento de 15,4% na venda de sêmen angus no país de 2014 para 2015, quando foram comercializadas mais de 4,2 milhões de doses. Nos últimos seis anos, a raça teve crescimento de 150%, bem acima da média do gado de corte, que cresceu em 50%.

O presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, afirma que os dados refletem a consolidação da raça na pecuária brasileira e o avanço significativo do cruzamento industrial. “O angus responde por mais da metade do sêmen de bovinos de corte vendido do país (51%).

Estamos em crescimento e isso é reflexo de um trabalho sério e que traz resultados ao pecuarista”, pontuou.

“O crescimento na venda de sêmen expressa os bons resultados que o cruzamento entre angus e nelore vem apresentando no Brasil Central”, completou o diretor do Programa Carne Angus, Reynaldo Salvador. Ele explica que a forte demanda por novilhos angus jovens e bem terminados por parte da indústria reflete a preferência dos consumidores brasileiros e internacionais pela carne angus. “No primeiro semestre de 2016, os abates do Programa Carne Angus cresceram 38% frente à retração do volume total abatido no país. Isto mostra a forte demanda de nossa carne pelo mercado”, complementa.

Carne tipo exportação

Os debates sobre o Brasil deixar o mercado de commodity para ingressar na venda de carne de alta qualidade são antigos. Um passo importante neste sentido foi dado com assinatura do acordo com os Estados Unidos para a exportação de 60 mil toneladas de carne brasileira in natura ao ano. É um mercado potencial que exige um produto superior.

Muito antes do acordo, exatamente há vinte anos, a VPJ Pecuária já investia nesse mercado. Eleito o melhor produtor de carne de qualidade do país pelo Prêmio BeefExpo 2015, Valdomiro Polisseli Júnior é o nome frente à empresa VPJ Angus Beef, que se tornou referência na produção de cortes bovinos especiais e hambúrgueres gourmet certificados.

Dono do maior plantel de gado angus fora do Rio Grande do Sul, ele desenvolveu dentro de sua propriedade, em Mococa (SP), um inédito método de seleção em parceria com empresas e instituições de pesquisas do Brasil e do mundo, no qual o principal objetivo é garantir a produção de bovinos avaliados e com genética de ponta. “Nosso plantel está em perfeita sincronia com o mercado norte-americano, detentor do melhor programa de carne de qualidade do mundo”, afirma Valdomiro.

A primeira fase do trabalho desenvolvido é a Prova de Performance Pós-Desmama (PPPD), que desafia os bezerros a 135 dias de teste, onde, em três pesagens, mensuram-se ganho de peso e eficiência alimentar, criando-se um ranking para os animais. Além deste crivo, os exemplares contam, ainda, com a avaliação genética do Programa de Melhoramento Genético de Bovinos de Corte (PROMEBO), sendo avaliados para conformação, precocidade, musculatura e frame (tamanho) através de DEP Interina, que leva em conta as informações dos pais e dos grupos contemporâneos ao animal avaliado.

Somam-se análises referentes a fatores de rusticidade, funcionalidade e adaptabilidade.

A genômica representa a terceira etapa do processo. Todo rebanho faz parte do programa Clarifide 50K. A partir de amostras de pelo enviadas à Zoetis, nos Estados Unidos, são compiladas DEPs Genômicas para 18 características de grande impacto econômico, tecnologia cuja VPJ Pecuária é pioneira na raça angus. “Essas estimativas moleculares complementam as DEPs Interinas, fazendo a acurácia saltar de 30% para mais de 70%, acelerando o progresso genético em até quatro anos”, resume Walter Celani, diretor da VPJ Pecuária.

E o critério na seleção vai além. Em parceria com o pesquisador José Bento Sterman Ferraz, da USP/Pirassununga, o desafio final é converter os resultados de todas as etapas anteriores no que foi batizado pelo pesquisador de DGI – DEP Genômica Integrada, um índice exclusivo que, segundo o geneticista, permite os compradores de touros diminuírem drasticamente a chance de erro na aquisição de um touro jovem ou de qualidade ainda desconhecida.

Porém, só genética não basta. Para que a raça expresse todo potencial em qualidade de carne, é essencial manejá-la corretamente, em pastagem boa e complementos nutricionais de crescimento e terminação com alta energia. “Este é o grande segredo do negócio. Se não oferecer comida no momento certo e investir no pasto, o gado não se desenvolve de forma satisfatória. O angus é semelhante a um motor de oito cilindros. Tem grande poder de torque, mas a gasolina precisa ser de excelente qualidade”, alerta o diretor da VPJ Pecuária.

Fonte revistapecuariabrasil.com.br

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