Ex-integrante do MST diz em CPI que era massa de manobra do movimento

CPI das invasões de terra realiza audiência para ouvir ex-integrantes do MST; comissão irá ouvir o governador de Goiás, Ronaldo Caiado

O colegiado da Comissão da Parlamentar de Inquérito sobre as invasões de terras privadas realizou, nesta terça-feira (30), a primeira Audiência Pública para ouvir os primeiros convidados para esclarecer as práticas e as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Durante a sessão, o colegiado também aprovou, em bloco, outros seis requerimentos, entre eles para ouvir o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o presidente do Incra, Geraldo Melo Filho, para prestar informações.

Os ex-integrantes do MST, Nelcilene Reis e Ivan Xavier, foram chamados na condição de convidados para esclarecer como funcionam as operações de invasões de terra e quais as motivações das manifestações. A sessão iniciou com o depoimento de Nelcilene afirmando que participou do movimento de 2016 a 2019 e que trabalhou no financeiro do movimento, com a venda de mercadorias em uma mercearia instalada em acampamento no Distrito Federal.

De acordo com Nelcilene, o valor arrecadado com a venda dos produtos era passado para os dirigentes do MST. “Nós não aceitávamos a maneira, não só eu como os outros acampados, de como éramos tratados. Saímos porque éramos massa de manobra do MST”, disse.

A solicitação do requerimento para a presença dos ex-integrantes do MST foi apresentada pelo deputado e membro da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Rodolfo Nogueira (PL-MS).

Segundo o parlamentar, o motivo do convite foi para entender os fatos relacionados às ações do MST, como invasão de propriedades de terras privadas e produtivas, conflitos agrários e ações coletivas organizadas pelo movimento. “São poucos os que têm a coragem de falar contra uma organização criminosa que impera pelo Brasil inteiro, como é o MST”, afirmou o parlamentar.

O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) chama atenção para a fala de Nelcilene. “É isso que nós temos que debater e investigar aqui, desvendar quem está por trás, quem recebe o dinheiro para encher os tanques de combustíveis e quem são os financiadores desses movimentos”.

A presença de ex-membros do MST também foi tema de fala da deputada Caroline De Toni (PLSC). “Muito importante que pessoas que são ex-integrantes do movimento venham aqui relatar o que acontece de fato dentro dos assentamentos, que é muito diferente da realidade fantasiosa narrada pela esquerda”.

Já o deputado General Girão (PL-RN) ponderou sobre a importância de uma reforma agrária justa e real. “No MST tem sim gente que faz jus à terra, gente com interesse em produzir, gente de bem e famílias honestas e sérias. Mas também, tem gente que gosta de manipular os outros, gente que se aproveita e profissionais da invasão, e isso é uma coisa que a esquerda não enxerga”.

O prazo de atividades da CPI é de 120 dias, prorrogável por mais 120, e tem como finalidade, também, investigar a depredação de patrimônio público e privado, identificar autoridades que estejam se omitindo diante de suas obrigações legais e apurar atos que possam ser classificados como crimes.

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