Em 2024, a quantidade atingida na exportação de bovinos vivos até setembro, acompanhou o ritmo, dos outros meses, com 761,8 mil cabeças embarcadas, superando todos os anos, com exceção de 2018, a expectativa é que a quantidade aumente e seja recorde nesse ano.
Foi no século XVII que a pecuária começou a se expandir para o interior do país, especialmente no Nordeste, impulsionada pela proibição da criação de gado próxima ao litoral. A proibição se deu em decorrência do aumento do rebanho, um problema para os produtores de cana, já que o gado ocupava espaços destinados às plantações. Isso levou a Coroa Portuguesa a emitir um decreto proibindo a criação de gado em uma faixa de 80 km, da costa ao interior. Em 2024, a quantidade atingida na exportação de bovinos vivos até setembro, acompanhou o ritmo, dos outros meses, com 761,8 mil cabeças embarcadas, superando todos os anos, com exceção de 2018, a expectativa é que a quantidade aumente e seja recorde nesse ano.
Mercado mundial e participação brasileira
Em 2022, a União Europeia, México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil responderam por 91,88% do mercado global de bovinos vivos. A participação brasileira foi de 3,7% (USDA). Quando consideramos apenas os países mencionados, a contribuição do Brasil foi de 4,1% (figura 1).
Figura 1. Principais exportadores de bovinos em pé em 2022, em mil cabeças.
Em 2023, a participação brasileira subiu para 7,2%.
Em decorrência desse aumento e da retração na exportação dos Estados Unidos, o Brasil ascendeu para a 5ª posição entre os principais exportadores e aproximou-se de um de seus principais concorrentes, a Austrália. Veja na figura 2.
Figura 2. Principais exportadores de bovinos em pé em 2023, em mil cabeças.
Durante a pandemia, o aumento do custo do frete marítimo, que é o principal modal de exportação dos bovinos vivos, fez com que os importadores optassem pelos rebanhos de regiões próximas.
Em 2024, a quantidade exportada até setembro, acompanhou o ritmo, dos outros meses, com 761,8 mil cabeças embarcadas, superando todos os anos, com exceção de 2018, a expectativa é que a quantidade de bovinos vivos exportados aumente, tornando 2024 o maior deles (figura3).
Figura 3. Quantidade de cabeças de bovinos exportadas pelo Brasil nos últimos anos, em cabeças.
A recuperação da exportação de gado vivo é notável. Em 2022, foram exportadas 150mil cabeças, com faturamento de US$192.253 milhões. Em 2023, o volume aumentou 288,7%, e o faturamento aumentou 254,2%, quando comparado a 2022. Foram embarcados cerca de 583 mil cabeças, com faturamento de US$488,6 milhões (Secex).
Nos últimos 11 anos (2013 a 2023), o faturamento foi de US$3,9 bilhões, com 4,7 milhões de cabeças embarcadas e um faturamento médio anual de US$358 milhões (figura 4).
Figura 4. Faturamento com a exportação brasileira de gado vivo nos últimos anos em milhões de dólares.
Principal estado exportador
Ao longo dos anos, o Pará tem mantido a liderança na quantidade de bovinos exportados.
Em 2024, em setembro, o estado respondeu por 38,7% da exportação, com 52,2 mil cabeças e um faturamento de US$47,7 milhões.
Rota de exportação de bovinos vivos
Os principais portos para exportação foram: “ALF – Belém”, com 317 mil cabeças (porto de exportação do gado paraense), “Porto de Rio Grande”, com 147,2 mil cabeças e “São Sebastião”, com 111,7 mil cabeças embarcadas.
O contraponto à conquista do mercado de bovinos vivos é a oposição sistemática de organizações que se opõem a essa modalidade de negócio, pois não concordam com o transporte de rebanhos por longas distâncias, pensando do ponto do bem-estar animal – preocupação que justifica os protocolos para a exportação de gado em pé.
Em resumo, o mercado de bovinos vivos é promissor, complementando o negócio pecuário nacional. O rebanho brasileiro atende às demandas dos compradores em qualidade, raça, quantidade e preço.
Em 2024 a exportação de bovinos, atingiu até setembro, 761,8 mil cabeças, um aumento de 30,8% em relação a 2023. No entanto faltam três meses para o encerramento de 2024 e os números deverão aumentar.
Fonte: Scot Consultoria
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Milho: produtores comercializaram 85% da safra 23/24 em MT
Em relação à safra 24/25, as vendas alcançam 38,35%; produtividade é de 111,74 sacas por hectare, prevê Imea;
Continue Reading Milho: produtores comercializaram 85% da safra 23/24 em MT
Plantio da soja no Paraná ultrapassa 90% de área das lavouras
A semeadura superou a área da semana passada, com a maioria das lavouras em boas condições e em diferentes estágios de desenvolvimento.
Continue Reading Plantio da soja no Paraná ultrapassa 90% de área das lavouras
Vendas antecipadas da soja 24/25 em MT seguem abaixo da média histórica
Esse comportamento reflete tanto as condições de mercado quanto as estratégias dos produtores, que têm optado por aguardar melhores preços para comercialização da safra de soja 24/25.
Continue Reading Vendas antecipadas da soja 24/25 em MT seguem abaixo da média histórica
Confinamento de gado em Mato Grosso bate recorde com mais de 890 mil cabeças em 2024
Impulsionado pela recuperação da margem de lucro devido à redução do custo da diária confinada, setor cresceu 60,67% em relação a 2023.
Prorrogação de dívidas é crucial para manter a produção e reduzir juros, afirma especialista
Prorrogação de dívidas ao produtor rural é primordial para reduzir juros e garantir a produção rural no Brasil, destaca Marco Aurélio, advogado especialista em direito bancário e agronegócio.
Soja: Chicago estende perdas com valorização do dólar e oferta dos EUA
A principal influência para a baixa nos contratos da soja em grão no mercado de Chicago é a valorização do dólar em relação às outras moedas.
Continue Reading Soja: Chicago estende perdas com valorização do dólar e oferta dos EUA