Exportação de gado vivo: Vídeo inédito mostra 14.000 bovinos embarcando no Pará

Operação reforça liderança absoluta do Pará na exportação de gado vivo do Brasil e evidencia expansão do mercado árabe; País deve encerrar o ano próximo de um milhão de bovinos exportados em 2025

A exportação de gado vivo ganhou um novo capítulo de destaque no Pará após a divulgação de um vídeo inédito que mostra o embarque de 14 mil bovinos com destino ao Iraque. As imagens revelam a complexidade da operação, que envolve logística rigorosa, certificações sanitárias, manejo especializado e uma estrutura portuária que consolidou o estado como protagonista nacional nesse mercado.
Os números confirmam esse protagonismo: o Pará é o maior exportador de bovinos vivos do Brasil, responsável por cerca de 64,5% a 64,7% de todo o volume nacional embarcado nos primeiros sete meses de 2025 .

O embarque para o Iraque reforça a ampliação da demanda asiática pelo gado brasileiro e mostra que o estado tem conseguido atender diferentes perfis de importadores com eficiência e regularidade. Além da importância comercial, operações desse porte movimentam a cadeia pecuária, geram empregos, fortalecem o Porto de Vila do Conde e aumentam a presença do Brasil nos mercados árabe e africano.

O destino: Iraque se consolida como grande comprador do gado paraense

De acordo com dados oficiais utilizados pela Sedap (Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca), o Iraque já responde por 20,8% de todas as exportações de gado vivo feitas pelo Pará em 2025, sendo um dos principais destinos da Ásia .

O país está entre os maiores consumidores regionais e depende de importações para abastecer o mercado interno. A preferência é por animais jovens, de porte intermediário, com peso entre 380 kg e 440 kg, exatamente o perfil exportado pelo Pará, segundo os levantamentos que classificam os padrões comerciais da região árabe .

Esse cenário explica o volume expressivo de 14 mil cabeças embarcadas de uma só vez e mostra que o fluxo de exportações para o Iraque tende a crescer nos próximos meses.

Logística, fiscalização e bem-estar animal

Antes do embarque, os animais passam por uma série de exigências sanitárias definidas pelo Ministério da Agricultura. Isso inclui quarentena, exames clínicos, vermifugação, conferência de documentos, verificação de idade, peso e condição corporal. Somente após essa etapa o gado pode ser direcionado ao navio.

No vídeo divulgado, é possível ver o manejo calmo, o fluxo controlado e a condução feita por equipes treinadas, garantindo menor estresse aos animais e mantendo o padrão exigido pelos países islâmicos para o abate halal. A transparência dessas operações é importante para reforçar a credibilidade da exportação de animais vivos, tema que frequentemente gera debate público.

Liderança do Pará na exportação de gado vivo é reforçada pelos números

O relatório Agrostat/MAPA revela que, entre janeiro e julho de 2025, o Pará embarcou 370,77 mil cabeças de gado, equivalente a 64,7% de toda a exportação brasileira no período .
Na avaliação da coordenação do Nuplan/Sedap, esse desempenho reforça a importância estratégica da pecuária paraense no comércio exterior.

O estado também registrou um expressivo crescimento financeiro: as exportações alcançaram US$ 343,87 milhões, um salto de 69,8% em relação ao mesmo período de 2024 .

Além do Iraque, o Pará mantém forte presença no mercado africano, com destaque para:

  • Egito – 36,2% das exportações (134,20 mil cabeças)
  • Marrocos – 13,4%
  • Argélia – 1,3%

A diversificação também aparece com parceiros na Ásia, como Líbano (14%), Turquia (6,4%), Arábia Saudita (4,6%) e Jordânia (2,9%) .

Segundo o estatístico João Ulisses Silva, responsável pelo levantamento, o avanço de 55,4% no volume embarcado em relação ao ano anterior demonstra a consolidação do Pará como “player estratégico no mercado internacional” .

Perfil do gado exportado pelo Pará

O levantamento do governo estadual permite traçar um perfil claro do tipo de animal que o Pará embarca:

  • Peso médio geral: 402,9 kg
  • Mercados que preferem animais mais leves: Egito, Turquia, Arábia Saudita (<365 kg)
  • Peso intermediário (como o Iraque): 380 a 440 kg
  • Mercados que compram animais prontos para abate: Líbano, Marrocos e Argélia (>500 kg)

Esses dados ajudam a entender como o estado consegue atender diferentes nichos e padrões de consumo no Oriente Médio, Norte da África e Ásia.

Um setor em plena expansão

O embarque registrado em vídeo não é um episódio isolado, mas a confirmação de um movimento amplo: a exportação de gado vivo pelo Pará cresce em volume, valor e alcance geográfico.
A tendência é que novos carregamentos rumo ao Iraque, Egito, Líbano e Marrocos se intensifiquem ao longo do próximo ano.

Com infraestrutura portuária estruturada, oferta contínua de animais e forte adaptação do gado zebuíno ao clima árabe, o Pará consolida-se como protagonista em um dos mercados mais estratégicos do agronegócio brasileiro.

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