Exportação de Mangalarga Marchador para Europa

Exportação de grandes exemplares, além valorizar o trabalho dos criadores brasileiros, também contribuem diretamente para fomentar e expandir o mercado do Mangalarga Marchador.

O cavalo Mangalarga Marchador voltou a conquistar espaço no mercado europeu com mais uma remessa internacional. No início de junho (8/6), três exemplares da raça – Uratau, Raro e Divino de Maripá – embarcaram no Aeroporto Internacional do Galeão (RJ) com destino à Alemanha, representando o Brasil na terceira exportação de cavalos para a União Europeia desde a retomada dos embarques, no fim de 2023.

A operação marca o retorno do Agro Maripá e do criador Marcelo Baptista ao cenário internacional. O feito simboliza não apenas a superação das exigentes barreiras sanitárias, como também reflete o trabalho realizado pelo criatório ao longo de décadas.

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Reconquista de mercado

Marcelo conta que a sua história é longa quando o assunto é exportação. Ele relembra o começo da abertura do mercado internacional, ainda na gestão do presidente da ABCCMM, Magdi Shaat (2015), com o projeto Vitrine do Marchador, criado para divulgação do Marchador na Europa. 

A iniciativa foi oportuna para a raça ser conhecida no continente com os garanhões Fandango de Maripá, Patek de Maripá, Ouro Fino Elfar, Norte do Conforto e Apolo do Salto exemplares que eram, à época, apresentados diariamente em diferentes arenas da Equitana, um dos eventos equestres mais importantes do mundo.

O criador relembra que o sucesso dos animais e a pujança da raça foram interrompidas em decorrência do Mormo – uma doença infectocontagiosa que atinge equídeos e que, por muitos anos, impôs restrições sanitárias às exportações do Brasil.  “Agora será preciso toda uma reconquista. Mostrar novamente o Mangalarga Marchador, porque anos já se perderam. Agora tem que começar tudo novamente. Eu estou feliz, mas sei que esse caminho é complicado”, informou.  

Expansão internacional

Ao ser informada sobre a exportação, a presidente da ABCCMM, Cristiana Gutierrez, comemorou o feito e afirmou que esse tipo de iniciativa é fundamental para o fortalecimento da raça.  De acordo com Gutierrez, exportação de grandes exemplares, além valorizar o trabalho dos criadores brasileiros, também contribuem diretamente para fomentar e expandir o mercado do Mangalarga Marchador no cenário internacional.

“Cada conquista fora do país reforça a credibilidade da genética do Marchador e abre portas para novas oportunidades comerciais. É um reflexo do profissionalismo e da paixão que movem a equideocultura nacional. Por isso, a ABCCMM está de portas abertas para apoiar e fomentar ações que levem o Marchador cada vez mais longe” destacou a presidente.

Gutierrez lembrou que a atual gestão da ABCCMM tem intensificado o relacionamento com criadores internacionais. “Nos Estados Unidos, por exemplo, realizamos em 2024, em o curso Marchador para Todos, promovemos uma edição especial do Caminhos do Marchador com o jurado Fabiano Bittencourt e, também, apoiamos em 2025 a realização de uma cavalgada”. destaca.

Corredor aéreo estratégico

A operação também contou com o suporte da Câmara Setorial de Equideocultura do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que vem atuando para aprimorar os processos e consolidar a rota aérea pelo aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro) como um corredor estratégico para as exportações.

O presidente da Câmara Setorial de Equideocultura, Nuno Eusébio, destacou a relevância do avanço das exportações de cavalos brasileiros para a Europa, parabenizando especialmente aos criadores da raça do Mangalarga Marchador por mais essa conquista.

“Parabéns ao Mangalarga Marchador, em especial ao criador Marcelo, da Maripá, por estar protagonizando essa retomada das exportações para a Europa. Isso é extremamente relevante. A cada novo embarque, percebemos que os criadores estão entendendo melhor esse processo e abraçando essa oportunidade, que é um verdadeiro marco para a equideocultura brasileira”, destaca.

Força da equideocultura nacional

Nuno ressaltou que o avanço não se restringe a uma única raça. Além dos três Marchadores, esta viagem incluiu outros 12 cavalos de diferentes raças – entre eles, exemplares do Puro Sangue Lusitano, Puro Sangue Árabe, Brasileiro de Hipismo e Pônei. “A iniciativa reforça o esforço coletivo pelo fortalecimento da equideocultura nacional”, diz. Somam-se a esses mais 27 animais enviados em outros dois embarques realizados nos últimos meses.

Ele ainda dá uma orientação importante para criadores que desejam exportar. “Quem tem interesse nesse processo precisa, primeiro, procurar agentes de cargas especializados, avaliar as rotas disponíveis, pois apenas os Estados do Rio de Janeiro e do Paraná estão habilitados a exportar para a União Europeia. A próxima etapa é organizar, junto às companhias aéreas e ao próprio aeroporto, toda a logística necessária. Vale lembrar que os cavalos necessitam fazer quarentena de cerca de 40 dias e fazer uma bateria de exames para estarem aptos a serem exportados”, alerta.

Segundo Nuno, a chave é a união: quanto mais criadores e animais participarem do mesmo embarque, mais diluídos ficam os custos operacionais, especialmente os relacionados à estrutura temporária que precisa ser montada no aeroporto.

Esse modelo colaborativo tem sido fundamental para viabilizar as exportações, com mais eficiência e menor custo para todos os envolvidos. “Os primeiros embarques comprovaram a viabilidade financeira e técnica dessa rota. ‘A abertura do mercado europeu para a criação nacional está consolidada. Agora, cabe às raças investir na promoção do trabalho de seleção e qualidade, como o próprio Mangalarga Marchador já fez no passado e que, agora, pode retomar seu projeto de divulgação internacional’, conclui Nuno Eusébio.

Fonte: ABCCMM

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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