Exportações de carne bovina do Brasil dispara na primeira semana de dezembro frente a 2024

O apetite externo é grande e exportações de carne bovina começam dezembro em ritmo acelerado, com média diária 78% superior ao ano passado e projeção de 285 mil toneladas embarcadas ao longo do mês

A abertura de dezembro trouxe ao mercado pecuário brasileiro um sinal claro de força da demanda internacional e de um mês que pode se consolidar entre os melhores do ano para as exportações de carne bovina. Os dados levantados pela Agrifatto mostram que, já na primeira semana, o Brasil embarcou 76,72 mil toneladas, com uma média diária de 15,34 mil toneladas — índice expressivo, ainda que ligeiramente abaixo da semana anterior, mas 78% acima do desempenho registrado no mesmo período de 2024 .

Essa arrancada inicial fortalece a projeção para dezembro: 285 mil toneladas exportadas, volume que, se confirmado, reforça o papel do Brasil como principal fornecedor global de carne bovina e consolida uma tendência de recuperação robusta no final de 2025.

Ritmo firme nas exportações de carne bovina impulsiona otimismo

Além do avanço no volume, outro indicador reforça a percepção positiva: o preço médio da tonelada subiu para US$ 5,62 mil, crescimento de 1,97% em relação à semana anterior, fazendo com que a receita acumulada na primeira semana chegasse a US$ 430,97 milhões .

O movimento confirma não apenas o apetite dos importadores, mas também o reposicionamento do produto brasileiro no mercado internacional, mesmo diante de desafios competitivos e de tarifas aplicadas por outros países ao longo do ano.

Mercado físico inicia dezembro com leve ajuste, mas segue firme

Enquanto o mercado externo ganha tração, o mercado físico do boi gordo iniciou dezembro com pequena pressão de baixa em algumas praças. Em São Paulo, a arroba foi cotada a R$ 323,00, baixa de 0,24% frente ao dia anterior. Ainda assim, os indicadores apontam estabilidade no curto prazo e escalas de abate relativamente confortáveis — cerca de 7 a 8 dias nas principais regiões monitoradas .

A média brasileira fechou o dia em R$ 307,66/@, variação mínima de -0,05%, enquanto estados como Goiás e Minas Gerais registraram ligeiros avanços semanais, reforçando um cenário de equilíbrio entre oferta e demanda.

Mercado futuro acompanha o movimento e opera em alta leve

Na B3, o contrato de fevereiro/26 encerrou o pregão em R$ 328,00/@, valorização diária de 0,23%, enquanto o contrato de dezembro/25 fechou o dia em R$ 322,00/@, mantendo-se acima de seu suporte técnico de R$ 316,50/@ .

A combinação de exportações fortes e uma oferta moderada de boi gordo tem sustentado os preços futuros, que seguem lutando para encontrar um teto, mas permanecem longe de revisões negativas significativas.

Por que a primeira semana importa tanto?

Tradicionalmente, dezembro é um mês de forte demanda externa — especialmente da China — e de aceleração natural das compras internacionais antes da virada do ano. Quando a primeira semana já apresenta desempenho excepcional, como ocorre agora, o mercado tende a:

  • Ajustar projeções de receita e volume para cima;
  • Reforçar uma tendência de firmeza no preço do boi gordo, mesmo com oscilações pontuais;
  • Estimular uma postura mais defensiva da indústria, que evita pressionar demasiadamente as cotações para baixo.

Se o ritmo se mantiver, dezembro pode superar com folga o mesmo mês de 2024 e entrar para o ranking das maiores performances mensais da história brasileira na exportação de carne bovina.

Perspectiva para os próximos dias

Com o dólar oscilando, mas permanecendo acima de R$ 5,45, e preços internacionais sustentados, o Brasil segue competitivo. A atenção do mercado se volta agora para:

  • A continuidade do fluxo de exportações na segunda semana;
  • Eventuais ajustes de oferta por parte dos pecuaristas;
  • Movimento dos frigoríficos diante de escalas relativamente confortáveis.

Se o volume diário permanecer próximo às 15 mil toneladas, a projeção de 285 mil toneladas tenderá a ser revisada para cima — tornando dezembro ainda mais expressivo para o setor.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM