Exportações de gado vivo do Brasil devem atingir 1 milhão de bovinos em 2025

Setor das exportações de gado vivo do Brasil vive ano histórico, impulsionado pela forte demanda internacional e liderança do Pará

O Brasil caminha para registrar, pela primeira vez na história, 1 milhão de bovinos vivos exportados em um único ano, consolidando 2025 como um marco para o mercado de “gado em pé”. O desempenho excepcional nas exportações de gado vivo do Brasil reflete não apenas o aquecimento da demanda em importantes destinos do Oriente Médio e do Norte da África, mas também a organização logística e sanitária que posiciona o país como um dos maiores fornecedores globais desse segmento pecuário.

Segundo levantamento da Agrifatto, divulgado aos assinantes e analisado no documento consultado, o país exportou 964,2 mil bovinos vivos entre janeiro e novembro de 2025, número 11,9% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Trata-se do maior volume já movimentado em 11 meses, como mostrou reportagem recente do Compre Rural.

Crescimento consistente mesmo representando fatia menor da pecuária nacional

Embora o envio de animais vivos represente uma pequena parcela do total da cadeia de abate doméstico, a Agrifatto destaca que a curva de expansão segue firme. Os analistas observam que o Brasil vem se consolidando como fornecedor relevante para países que dependem do gado em pé para abates halal ou para sistemas de engorda locais, cujas exigências culturais e logísticas favorecem esse tipo de comércio.

Essa evolução constante também indica que o setor encontrou um equilíbrio entre oferta interna e exportação, sem impactos negativos no abastecimento do mercado doméstico. Pelo contrário: a diversificação de canais de venda tende a fortalecer a pecuária nacional, ampliando oportunidades para pecuaristas de regiões estratégicas.

Pará domina a oferta nacional e reforça protagonismo na rota de exportação

O relatório revela que o Pará responde por 54,72% de todas as exportações de 2025, mantendo-se como o maior polo embarcador do país — posição reforçada pela proximidade com portos adaptados e por grande disponibilidade de animais jovens e padronizados. Na sequência aparecem:

  • Rio Grande do Sul – 21,19%
  • Outros estados somam a fatia restante, com participações menores porém crescentes.

A concentração geográfica confirma a importância logística da Região Norte, que se consolidou na última década como eixo estratégico para rotas de exportação.

Turquia, Egito e Norte da África seguem como principais compradores

Do lado da demanda, os destinos também se mantêm concentrados: Turquia, Egito, Marrocos e Iraque absorveram 82,90% de todo o volume exportado em 2025. A Turquia, inclusive, teve papel decisivo no desempenho do ano nas exportações de gado vivo, demonstrando forte apetite por animais brasileiros tanto para recria quanto para abate.

Essa concentração reflete acordos comerciais estáveis e a competência brasileira em atender aos protocolos sanitários exigidos por esses mercados.

Novembro impulsiona o resultado nas exportações de gado vivo: salto de quase 90% no mês

O mês de novembro teve desempenho extraordinário. Os embarques somaram 113,03 mil cabeças, um aumento de 89,90% em relação ao mês anterior — o que praticamente garantiu a chegada ao marco de 1 milhão de animais ainda em dezembro.

A receita gerada no período alcançou US$ 115,58 milhões, com cada animal negociado, em média, a US$ 82,29/@, segundo cálculos da Agrifatto. A Turquia novamente liderou as compras, representando 60,07% do volume embarcado no mês.

Um ano histórico para o comércio exterior da pecuária brasileira

Caso o Brasil confirme o ritmo atual e feche 2025 com 1 milhão de bovinos vivos exportados, o feito consolidará:

  • Recorde absoluto de volume anual
  • Maior diversificação de mercados compradores
  • Fortalecimento da imagem do país como fornecedor confiável
  • Ampliação das oportunidades para produtores do Norte e Sul do país

A projeção indica um setor em franca expansão, que, mesmo representando parcela menor do mercado total de carne bovina, ganha relevância estratégica e econômica.

O resultado reforça a importância das exportações de gado vivo como parte do mosaico do agronegócio brasileiro, setor que, ano após ano, amplia sua presença no comércio global e contribui para o equilíbrio financeiro da pecuária nacional.

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