Grupo Agro Mallon, de Santa Catarina, é destaque nacional ao vencer o Desafio de Máxima Produtividade do CESB com cultivo de sequeiro e práticas sustentáveis; Conheça a fazenda de soja mais produtiva do Brasil
O Brasil, maior produtor mundial de soja, acaba de testemunhar um novo marco em produtividade agrícola. A Fazenda Santa Bárbara, localizada em Canoinhas (SC) e pertencente ao Grupo Agro Mallon, foi reconhecida como a mais produtiva do país na safra 2024/25, ao registrar impressionantes 135,49 sacas por hectare em sistema de cultivo de sequeiro, ou seja, sem irrigação artificial.
O feito foi validado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), durante a 17ª edição do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, realizada em São Paulo. O título consagrou o produtor Charles Breda e o consultor técnico Leandro Barcelos, responsáveis pelo manejo de excelência da propriedade catarinense, que dedicou 345,2 hectares à cultura da soja de um total de 468,96 hectares da fazenda.
Produtividade que supera a média nacional
A marca de 135,49 sacas por hectare representa mais que o dobro da média brasileira, estimada em 58,9 sc/ha pela Conab e o IBGE. Mesmo entre as áreas auditadas do desafio CESB, que somaram 812 propriedades espalhadas por 15 estados, a média geral ficou em 95,69 sc/ha — ainda distante do resultado obtido pelo Grupo Agro Mallon.
Na categoria cultivo irrigado, o destaque nacional ficou com Paulo Storti, da Fazenda Santana, em Itapeva (SP), que alcançou 126,71 sacas por hectare.
O segredo do sucesso: solo, ciência e estratégia
O sucesso da Fazenda Santa Bárbara é fruto de um sistema produtivo robusto, construído ao longo de anos com foco em excelência. Há apenas cinco safras, a mesma área colhia 70,56 sacas por hectare. O salto de produtividade é atribuído à combinação de fatores como:
- Qualidade do solo: elevados níveis de pH, presença de cálcio em profundidade e ausência de alumínio, favorecendo raízes profundas e saudáveis;
- Rotação de culturas e correções bienais do solo, com base em análises anuais;
- Boas práticas agrícolas, incluindo o uso de insumos biológicos, manejo com precisão e proteção fitossanitária eficaz;
- Uso de tecnologias como NDVI, análise de imagens, zoneamento de talhões e regulagem minuciosa do maquinário;
- Eficiência climática de 72% nas regiões campeãs, com chuvas bem distribuídas e temperaturas favoráveis durante o ciclo da soja.
Sustentabilidade como diferencial competitivo
Todos os vencedores passaram por uma checagem rigorosa de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Isso incluiu:
- Documentação fotográfica e escolta das cargas até a balança de pesagem;
- Avaliação do ciclo de vida dos insumos utilizados;
- Medição da ecoeficiência, com destaque para os sistemas que geram maior retorno com menor impacto ambiental.
“A integração entre ciência, manejos de precisão, genética, qualidade de sementes e práticas agronômicas sustentáveis é o caminho para romper barreiras de produtividade com responsabilidade econômica e ambiental”, afirma Sérgio Abud, vice-presidente do CESB.
Fazenda de soja mais produtiva do Brasil e os Campeões por região
Além da campeã nacional em Santa Catarina, o CESB destacou produtores que se sobressaíram em outras regiões do país:
- Nordeste: Fazenda Barcelona (BA) – 130,71 sc/ha
- Norte: Fazenda São Gabriel (TO) – 112,85 sc/ha
- Centro-Oeste: Grupo Fiorese (GO) – 124,80 sc/ha
- Sudeste: Estância Célia (SP) – 119,25 sc/ha
- Irrigado (nacional): Fazenda Santana (SP) – 126,71 sc/ha
Um exemplo a ser seguido
A conquista do Grupo Agro Mallon serve de inspiração para a sojicultura nacional, que busca eficiência e sustentabilidade em meio a desafios climáticos, fitossanitários e de mercado. Ao alcançar mais de 135 sacas por hectare com sequeiro, a fazenda prova que é possível romper recordes com técnica, conhecimento e respeito ao solo.
Como definiu o próprio Charles Breda: “O maior ativo do produtor hoje é o solo. É nosso bem mais precioso e devemos cuidar com zelo. Este título é nosso. Mas também é da agricultura brasileira, que continua evoluindo”.
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