Corpo de Wellington Luiz Ferreira Freitas, de 67 anos, foi encontrado carbonizado próximo a uma fazenda em Rio Verde. Fazendeiro e mais dois acusados de matar corretor para não pagar comissão de R$ 20 milhões são mandados a júri popular.
O fazendeiro e os dois homens acusados de matar o corretor Wellington Luiz Ferreira Freitas, de 67 anos achado, carbonizado próximo a uma fazenda em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, vão a júri popular. Segundo as investigações, o crime aconteceu para que não fosse paga uma comissão de R$ 20 milhões à vítima pela venda de uma propriedade rural.
Segundo as informações, a decisão foi divulgada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) nesta sexta-feira (4) e ocorre pouco mais de um ano depois do MPGO denunciar Renato de Souza, Rogério Oliveira Muniz e Rogério Teles Borges à Justiça e classificá-los como mandante, comparsa e executor do crime respectivamente. No entendimento da juíza Grymã Guerreiro Caetano Bento, o caso se trata de crime doloso contra a vida, categoria que é levada a júri popular. Ela também negou pedidos de revogação da prisão feitos pela defesa.
Em nota, o advogado de Renato de Souza, Pedro Paulo de Medeiros, afirmou que utilizará de todas as instâncias e medidas cabíveis para demonstrar a ilegalidade e injustiça do processo. Ele ainda alega que as supostas provas foram produzidas de forma seletiva e parcial (Leia a íntegra no final desta matéria).
O corpo do corretor estava carbonizado e foi encontrado no dia 21 de junho de 2022 próximo de uma fazenda comprada há pouco tempo por Wellington, em Rio Verde, no Sudoeste de Goiás. Ainda segundo as investigações, isso ocorreu cerca de 14 horas após o desaparecimento da vítima. A caminhonete que ele usava no dia do desaparecimento foi encontrada na GO-333.
O trio já foi denunciado pelo MPGO por homicídio qualificado, que tem pena de 12 a 30 anos de prisão, conforme o Código Penal. Além disso, a juíza nega o pedido de revogação da prisão deles e, com isso, o fazendeiro e os outros réus continuam presos preventivamente. Guerreiro destaca ainda que há indícios de autoria do crime, porém houve mudanças nos elementos da denúncia.
Ricardo Naves, advogado de Rogério Teles, disse que o cliente é inocente e não há elementos suficientes para que ele seja levado a júri popular. “Não há elementos minimamente razoáveis para submeter ele a júri. Temos circunstâncias provadas que ele não tem ligação com o fato”, disse.
A advogada de Rogério Oliveira Muniz, Wdineia Pereira de Oliveira, informou que não irá se manifestar sobre o caso.

Relembre o caso
Segundo a denúncia, o corretor Wellington Luiz Ferreira Freitas, de 67 anos, vendeu uma fazenda de Renato de Souza, de 55 anos, por R$ 300 milhões. Isso gerou, inicialmente, uma comissão no valor de R$ 20 milhões, mas foi reduzida posteriormente para R$ 8 milhões.
Por não querer pagar o valor, Renato de Souza teria encomendado a morte do corretor. Rogério Oliveira Muniz e Rogério Teles Borges também foram denunciados pelo crime. Segundo o Ministério Público, Muniz aceitou a quantia de R$ 150 mil para cometer o crime e recebeu um adiantamento de R$ 30 mil.
Com a ajuda de Teles, Muniz foi com Wellington até a fazenda da vítima falando que queria comprá-la. Quando os dois estavam no carro, Muniz imobilizou o corretor com uma corta e o enforcou, conforme o processo. O corpo foi abandonado no local. A denúncia do MP aponta que Teles ligou para Muniz exigindo que ele “terminasse o serviço”. Muniz, então, voltou ao local e colocou fogo na vítima.

Fogo
Logo em seguida, contando com o auxílio de um terceiro, ele pôs fogo no carro, com a intenção de destruir os vestígios do crime e impossibilitar sua descoberta. A manobra contou com a ajuda também de Renato, o qual lhe entregou dois galões contendo óleo diesel.
Já à noite, Rogério Muniz recebeu um telefonema de Rogério Teles, que o ameaçou afirmando que ele teria que terminar o serviço. Rogério Muniz, então, retornou ao local do crime e colocou fogo no corpo da vítima, buscando apagar suas digitais.
Rogério Muniz e Renato conversaram durante o dia do crime, sendo feitos outros dois depósitos via PIX, no valor de R$ 25 mil e R$ 17 mil reais. Verificou-se também que Rogério Teles ficou incumbido de dar suporte logístico ao executor, providenciando dois celulares que se falassem, sendo depois descartados. Rogério Teles ainda era incumbido de vigiar os passos do executor.

Íntegra da nota da defesa do fazendeiro acusado
Quanto a decisão de pronúncia publicada da data de ontem, a defesa de Renato manifesta que a recebe com respeito, contudo ela não é definitiva, porque passível de recurso. Manifesta ainda que utilizará de todas as instâncias e medidas cabíveis para demonstrar as ilegalidades e injustiças que ocorreram no curso do processo, principalmente porque as supostas provas foram produzidas de forma seletiva e parcial, ao arrepio da Lei.
Quanto aos demais detalhes de mérito, evita comentá-lo em razão do segredo de justiça e o respeito às decisões judiciais, reiterando que é inocente e está sofrendo uma injusta perseguição enquanto o verdadeiro interessado e mentor fomenta essa injustiça nos bastidores.
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