FGV Agro: mercado de trabalho encolheu 3,9% de 2016 para cá

A agropecuária perdeu 889,2 mil ocupações (-9,6%), queda puxada tanto pela agricultura (-9,7%, ou -583,3 mil) quanto pela pecuária (-9,5%, ou -306 mil).

O mercado de trabalho no agronegócio, levando-se em conta, conjuntamente, a agropecuária e a agroindústria, encolheu entre 2016 e 2023, com a perda de 558 mil postos de trabalho, ou contração de 3,9%, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira pela FGV Agro.

No segundo trimestre de 2016, havia 14,34 milhões de pessoas ocupadas, e, em igual período de 2023, 13,78 milhões.

A agropecuária perdeu 889,2 mil ocupações (-9,6%), queda puxada tanto pela agricultura (-9,7%, ou -583,3 mil) quanto pela pecuária (-9,5%, ou -306 mil).

Já a agroindústria, aponta a FGV Agro, gerou 331,2 mil postos de trabalho (alta de 6,5%), o que não foi, porém, suficiente para compensar a queda registrada pela agropecuária.

A geração de vagas na agroindústria foi derivada tanto do segmento de produtos alimentícios e bebidas (+18,2% ou +294,2 mil) quanto do segmento de produtos não-alimentícios (+1,1% ou +37,1 mil).

Apesar da contração, a FGV Agro avalia que houve aumento da qualidade dos postos de trabalho, pois a queda da população ocupada no período foi causada, exclusivamente, pela redução nos postos informais de trabalho, na base de -10,3%, ou -924,3 mil.

“As vagas formais, por sua vez, registraram expansão, de 6,8%, o que corresponde a 366,3 mil novos postos de trabalho”, cita, no estudo, acrescentando que, no segundo trimestre de 2023, o agro atingiu o maior número de pessoas ocupadas em vagas formais (5,7 milhões) e a maior taxa de formalidade (41,5%) para o segundo trimestre, considerando toda a série histórica disponível, iniciada em 2016.

“Ou seja, o mercado de trabalho no universo agro ficou menor ao longo do tempo, porém, com maior qualidade, uma vez que os profissionais formalizados possuem maiores direitos trabalhistas, maior estabilidade e melhores remunerações”, comenta.

O aumento da qualidade do mercado de trabalho do agro foi puxado, principalmente, pela agropecuária: aumento de 176 mil (ou 9,4%) em vagas formais, enquanto as informais foram reduzidas em 1,1 milhão (ou -14,5%). Com isso, na agropecuária, é o maior número de ocupações formais (2 milhões) e a maior taxa de formalidade (24,6%) para o segundo trimestre de toda série histórica (iniciada em 2016).

Na agroindústria, as vagas informais (8,6%) cresceram em uma maior proporção do que as formais (5,5%). Isso ocorreu tanto no segmento de produtos alimentícios e bebidas (39,3% e 13,8%, respectivamente), quanto no de produtos não-alimentícios (2,3% e 0,3%, na mesma ordem).

Porém, por causa do maior peso dos formais nessa atividade, em termos absolutos, no total da agroindústria, o aumento das vagas formais (190,3 mil) foi maior do que a das informais(140,9 mil).

Em tal cenário, a FGV Agro comenta que a maior formalização ocasionou melhor remuneração no setor. “Além de ter aumentado, cresceu mais do que a média de todos os setores da economia”, diz.

Entre o segundo trimestre de 2016 e igual trimestre de 2023, a remuneração média paga aos trabalhadores do agro cresceu, em termos reais, 12,6%, passando de R$ 1.793,69 para R$ 2.018,99. No mesmo período, a remuneração média brasileira cresceu em um ritmo muito menor (4,3%), passando de R$ 2.719,44 para R$ 2.836,40.

Fonte: Estadão Conteúdo

ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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