
Com a vitória dos frigoríficos nas negociações, as escalas de abate mais confortáveis e aumento da capacidade ociosa das indústrias, são fatores que têm ditado o tom do mercado do boi gordo nos últimos dias.
A pressão exercida pelos frigoríficos sobre os pecuaristas resultou em uma queda significativa no preço da arroba do boi gordo nos últimos dias. Com escalas de abate confortáveis e aumento da capacidade ociosa, o mercado físico apresenta recuos generalizados, gerando incertezas para os produtores. A pergunta que ecoa no setor é: o que esperar daqui para frente?
A força dos frigoríficos e a reação dos pecuaristas
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos têm testado preços cada vez mais baixos, e os pecuaristas, pressionados, estão cedendo. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, essa estratégia tem surtido efeito, com um grande volume de animais comercializados, o que amplia a margem das indústrias no curto prazo.
“A recente estratégia adotada pelas indústrias tem surtido o efeito esperado, com boa quantidade de animais comercializados no decorrer da semana”, disse o analista Fernando Henrique Iglesias.
Apesar disso, a queda acentuada pode não ser sustentável por muito tempo, já que muitos pecuaristas, insatisfeitos, estão optando por segurar os animais e esperar por melhores condições de mercado.
Queda expressiva nos preços do boi gordo por região
A oferta de compra caiu R$5,00/@ para todas as categorias. Sendo assim, a cotação do boi gordo está em R$340,00/@, a da vaca em R$315,00/@ e a da novilha em R$332,00/@. O “boi China” está em R$345,00/@, ágio de R$5,00/@, apontou a Scot Consultoria.
Os compradores estão testando o mercado. Mas os preços oferecidos ainda não vingaram. A ponta vendedora, por sua vez, está retraída, aguardando para ver se esses preços se sustentam. Todos os preços são brutos e com prazo.
A redução no preço da arroba foi generalizada em diversas praças pecuárias do país:
- São Paulo: negócios entre R$ 330 e R$ 340/@.
- Minas Gerais: arroba negociada a R$ 320 a prazo.
- Goiás: valores entre R$ 315 e R$ 320/@.
- Mato Grosso do Sul: negócios a R$ 325/@ em Campo Grande.
- Mato Grosso: preços em Rondonópolis chegaram a R$ 310/@.
Essa situação reflete o impacto direto da pressão frigorífica e a concentração de oferta no mercado físico.
Mercado atacadista: alta tímida e resistência do consumidor
No mercado atacadista, houve leves altas nos preços das peças bovinas, mas com pouca margem para novos reajustes devido à preferência do consumidor por proteínas mais acessíveis, como o frango.
- Quarto dianteiro: R$ 20,50/kg.
- Quarto traseiro: R$ 27,00/kg, com aumento de R$ 0,50.
- Ponta de agulha: R$ 19,50/kg.
Essa dificuldade em repassar custos para o consumidor final limita a recuperação no mercado de carnes.

Exportações para a China: um impasse
O mercado externo também enfrenta desafios. As negociações com os importadores chineses estão lentas há semanas, com a oferta brasileira sendo pressionada por preços mais baixos. O dianteiro bovino, cotado em US$ 5.500/tonelada, tem recebido ofertas de até US$ 5.000/tonelada, evidenciando uma tentativa de redução de custos por parte dos compradores asiáticos.
Essa conjuntura gera apreensão no mercado interno, aumentando a pressão para redução nos preços pagos aos pecuaristas.
O impacto do mercado futuro do boi gordo
Os preços no mercado futuro também influenciaram o recuo no mercado físico. Após atingir uma máxima nominal de R$ 352,65 na semana passada, o Indicador CEPEA/B3 caiu para R$ 336,40 na última terça-feira, uma queda de 4,4% em sete dias. Esse movimento assustou os pecuaristas, que, temendo novas desvalorizações, optaram por colocar seus lotes à venda, intensificando a oferta e permitindo que os frigoríficos ajustassem suas escalas com preços reduzidos.
E agora, pecuarista?
O momento pede cautela. Apesar das quedas recentes, o mercado pode apresentar reações a médio prazo, especialmente com a redução na oferta em função da insatisfação dos produtores. Para muitos, o ideal é evitar negociações precipitadas e aguardar um cenário mais claro.
Enquanto isso, os frigoríficos aproveitam o momento para ajustar suas margens, ampliando sua posição de força no mercado interno. Resta ao pecuarista equilibrar estratégia e resiliência para superar este ciclo de baixa.
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