Gaúcho cria projeto de minas terrestres contra abigeato

Números mostram que só no Rio Grande do Sul o roubo de gado gerou um prejuízo de mais de 1 bilhão de reais.

Abigeato. Até o momento, um crime difícil de ser combatido. “A gente sabe que a polícia faz o que pode. Depois da criação da força-tarefa e a Lei do Abigeato, pelo menos os criminosos estão sendo presos, mas ainda não é suficiente”. Desabafos como esse, de um produtor da zona rural de Bagé/RS, cuja propriedade, segundo ele, seguidamente é alvo desse tipo de delito, são rotineiros, mesmo com o aumento da repressão aos crimes rurais. Pensando nisso, o gaúcho Renato Azevedo criou uma “arma” para ajudar o homem do campo.

O que é Abigeato

Trata-se de crime de furtos envolvendo animais do campo, destacando entre esses o gado. Tem por característica o fato de ser sempre praticado durante o período noturno, haja vista que a escuridão ou a pouca vigilância acaba por facilitar a execução do delito e também tornar difícil a identificação do agente praticante.

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Foto: Divulgação

Sobre o projeto

Denominado “Minas terrestres explosivas não-letais e de alarme via rádio transmissor”, o projeto tem a finalidade de coibir, prevenir, intimidar, evitar combater e reduzir drasticamente os crimes rurais. “ O produto foi pensado para combater o abigeato.

O empresário comenta que esse tipo de delito é muito antigo. Porém, a prática está em evidência. “Faz quatro anos que eu vinha pensando em algo que pudesse ajudar o homem do campo. Realmente, nada se cria, tudo se transforma.

“Me perguntei: o que fazer? Hoje em dia existem as delegacias para registrar. Mas aí o crime já aconteceu. O criador não tem como se defender. Ou melhor, não tinha. Agora já tem. Criamos, fundamentado nas minas de guerra, um campo minado. Ou seja, ela estará camuflada e, quando o abigeatário pisa, ela explode 3 ou mais minas. Dentro terá um pó tóxico que deixa o abigeatário confuso e ainda um pó fosforescente, não-letal, e, via rádio transmissor, comunicará a sede da propriedade”, completa.

Ele explica que as minas foram pensadas de várias maneiras

“Por exemplo, algumas nem explodem. Quando pisadas, somente avisam o produtor que tem gente no campo (esta assusta mais). Com o pó fosforescente fica fácil de enxergar o criminoso no escuro e também podem ser usados quantos rádios transmissores a pessoa quiser. Ou seja, se quiser deixar com vizinhos (lindeiros) para ajudar não tem problema. O Alarme dispara onde está sendo invadido e também nos vizinhos). O acionador e as minas, são de um material barato pois é com plástico injetado. Mas cabe ressaltar que é uma mina não-letal”, relata.

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Inventor Renato Azevedo / Foto: Anderson Ribeiro

O empresário destaca que também devem ser colocados outdoor, cartazes ou placas dizendo que há mina explosiva e de alarme no campo. “Isso é fundamental”, pois são de efeito moral e psicológico, ressalta.

“Eu já não entraria ou pelo menos pensaria dez vezes antes de entrar em um campo minado. Não tem como o criminoso saber onde estão enterradas essas minas. Somente o dono, que terá um mapa com o local exato”, disse.

Ele ressalta que não há perigo de um animal acionar a mina. “Estudamos muito para fazer o projeto. Somente um pé humano consegue ativar.””

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Foto: Divulgação

Azevedo informa que há interesse em vender a ideia. “Tenho outro negócio. Mas estou aberto a propostas se algum investidor quiser desenvolver, em conjunto, o projeto ou comprar a patente. Quando o entreguei na comissão de Agricultura e Pecuária, eles disseram que isso é um “ovo de Colombo”. Sinto-me orgulhoso por tê-lo realizado e poder contribuir com o homem do campo”, destaca.

Detalhamento do projeto

O produto poderá ser fabricado e oferecer mais segurança para o proprietário. Na maioria das vezes, o criminoso age na madrugada, pois já conhece a rotina do produtor. E deixa prejuízos tanto para o pequeno quanto para o grande criador. “ É de fácil instalação. Cada mina contém cloreto de potássio, alumínio escuro, trissulfeto de antimônio, enxofre, gesso, óxido de ferro, itopônio, resinas, calcário, além de óxido de manganês e pó fosforescente”, aponta.

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Foto: Divulgação

A explosão causada pelas minas é não-letal, mas faz um barulho capaz de ser ouvido a quilômetros de distância. Ao mesmo tempo, o pó fosforescente deixa os indivíduos e o local fácil de ser localizado. O sinal do rádio transmissor terá, em média, cinco quilômetros de alcance. Mas poderá ser multiplicado em muito, de acordo com o interesse (até 50 km).

Quando o sinal de alarme é acionado, na sede da fazenda, chácara ou residência, é informado em um painel luminoso em qual setor ou região da propriedade está acontecendo invasão ou abigeato.

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Foto: Divulgação

Ela pode ser colocada embaixo da terra, grama, areia, folhagens ou qualquer coisa que melhor camuflar, tanto os acionadores quanto as minas. “Certamente, é um investimento barato, perto do prejuízo que vários criadores tem ao longo do ano.

Serviço de informação

Quem tiver interesse pode entrar em contato pelos e-mails minasdealarme@gmail.com ou pelo telefone (53) 99999-7229.

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