Polícia Civil investiga caso de maus-tratos em Monte Santo (TO); disputa por invasão de pasto resultou na mutilação de 13 animais e revelou falhas de manejo em ambas as propriedades.
Uma disputa rural envolvendo invasão de pastagens terminou em crime ambiental e perdas financeiras elevadas na zona rural de Monte Santo, região central do Tocantins. Uma investigação da Polícia Civil revelou que um gerente causa prejuízo de aproximadamente R$ 70 mil a um produtor vizinho após realizar, por conta própria, a castração de 13 bois.
O caso, tratado pelas autoridades como maus-tratos, expõe os riscos de tentar resolver conflitos agrários sem o amparo da lei ou de critérios técnicos.
O ato irregular e como o gerente causa prejuízo
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o suspeito, que gerenciava a fazenda invadida, confessou a autoria do crime. Em depoimento, ele justificou a ação alegando estar cansado das constantes invasões dos animais na propriedade onde trabalha, o que estaria gerando transtornos operacionais.
Como forma de “solução” para conter o gado alheio, o homem decidiu castrar os animais. No entanto, o procedimento foi feito de maneira amadora, sem anestesia, higiene ou acompanhamento veterinário.
Essa atitude precipitada do gerente causa prejuízo imediato ao proprietário do gado, calculado em R$ 70 mil. O valor engloba a desvalorização comercial dos animais — que sofreram sequelas físicas severas devido à mutilação — e os custos veterinários emergenciais para tentar salvar o rebanho.
Negligência bilateral e consequências jurídicas
A investigação policial trouxe à tona que o problema não se resume apenas à atitude violenta do gerente. Os agentes identificaram que o dono dos bois (a vítima do prejuízo financeiro) também operava de forma irregular.
Foi constatado que havia falhas graves na guarda e no manejo dos animais, bem como na manutenção das cercas, o que permitia que o gado escapasse frequentemente para as terras vizinhas. Por conta dessa negligência, o proprietário dos bois também poderá enfrentar sanções administrativas e judiciais, visto que a falta de controle sobre o rebanho deu origem ao conflito.
O inquérito segue em andamento. O gerente responderá criminalmente por maus-tratos (Lei de Crimes Ambientais), enquanto a polícia continua a ouvir testemunhas para finalizar o processo.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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