
AgroGalaxy (AGXY3), uma das maiores empresas do agro brasileiro, realiza demissões em massa para reduzir folha de pagamento em R$ 20 milhões após prejuízo dobrar no 1T23; Confira!
A AgroGalaxy (AGXY3) reportou um prejuízo líquido de R$ 97 milhões nos três primeiros meses deste ano, mais que o dobro da perda registrada no mesmo período de 2022, de R$ 45 milhões, e quase cinco vezes o prejuízo de igual trimestre de 2021, de R$ 19,7 milhões. Com isso, segundo a Money Times, foram desligadas cerca de 40 pessoas do setor comercial da unidade de negócios da AgroGalaxy em Minas Gerais no dia 23 de junho de 2023, de um quadro com mais de 130 funcionários, de acordo com um ex-funcionário da empresa que conversou com o Money Times.
Gigante do varejo de insumos agrícolas, o AgroGalaxy não passou ileso pelas turbulências do primeiro trimestre de 2023. O grupo, controlado pela gestora Aqua Capital, teve de lidar, assim como outras distribuidoras, com estoques elevados, normalização dos preços dos insumos e altas taxas de juros no país.
De acordo com ex-funcionário, a empresa tinha metas arrojadas para 2023, já que os resultados publicados não estavam sendo atrativos aos investidores. “Na virada do ano, os resultados não estavam dentro das expectativas, em meio ao cenário de crise do mercado agrícola, com baixa no preço das commodities e insumos, o que resultou em antecipações de mercado. Porém, essas antecipações para março coincidiram com o vencimento das contas dos produtores”, comentou.
Segundo ele, muitos produtores não fixaram soja, em função dos preços terem avançado muito em anos anteriores, o que não se confirmou nesta temporada. Assim, a empresa realizou campanhas para efetivar os faturamentos e melhorar a posição da empresa em bancos, pensando no 2º semestre.
No entanto, o mercado da soja despencou e muitos produtores não pagaram contas entre maio e junho, o que gerou cobranças para levantar faturamento e gerar duplicatas para fazer garantias endossadas juntas aos fornecedores. Aliado a isso, surgiram apontamentos no Serasa da companhia pelo atraso de pagamentos e não formalização de pagamentos, explica.
Segundo a empresa, o resultado negativo deveu-se principalmente à elevada taxa de juros no país, que aumenta tanto a dívida da revenda com as empresas produtoras de insumos quanto o custo para “financiar” os produtores.
“Esperamos que a Selic retorne, em breve, a patamares mais civilizados, mas trabalhamos com a projeção de estabilidade no ano”, afirma o diretor financeiro da companhia, Mauricio Puliti.
Ele lembra que cerca de 80% das vendas da companhia são a prazo, ou seja, os produtores compram os insumos, plantam a safra e pagam depois de colher. “Melhoramos o repasse aos nossos clientes no trimestre”, avalia.
Demissões na AgroGalaxy
Após a AgroGalaxy chegar ao consenso de que seria necessário reduzir R$ 20 milhões em folha de pagamento entre as divisões comerciais, a empresa optou pela demissão de 20% do seu quadro de funcionários entre Goiás, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
“A AgroGalaxy está forçando vendas juntos aos produtores, para levantarem duplicatas, que possam ser aceitas por algum banco. Fornecedores de SP e de MG ficaram chocados com a demissão destes funcionários que fazem parte da área comercial da empresa. Difícil acreditar que uma empresa que só vende serviços continue no mercado”, explica o ex-funcionário.
Além disso, a empresa contratou uma terceirizada para realizar as demissões, sendo que toda equipe do digital da empresa foi demitida, inclusive sua diretora. A diretora foi responsável por toda estrutura da AgroGalaxy, como:
- Base de informações de pedidos via app;
- App de acesso ao mercado/produtores; e
- Criação de dashboard para diversas áreas da empresa.
Na semana passada, a companhia já havia anunciado um “novo velho” CEO, responsável pelo IPO da AgroGalaxy em 2021. Procurada pelo Money Times, a empresa ainda não se posicionou sobre as demissões. O espaço segue aberto para o posicionamento da AgroGalaxy.
Correção de rota e ajustes
A redução dos preços dos fertilizantes reduziu as margens da companhia, segundo o vice-presidente. A estratégia para mitigar o impacto em 2023 passa por aumentar a participação de mercado e uma possível mudança de mix que privilegie produtos mais rentáveis, como os biológicos.
A receita do AgroGalaxy com insumos tradicionais caiu 7%, para R$ 1,6 bilhão no trimestre, enquanto as vendas de bioinsumos avançaram 72%, para R$ 65 milhões.
O acúmulo de estoques nas revendas é um problema grave e urgente, e o AgroGalaxy decidiu resolvê-lo de uma vez. “Enxugamos e, agora, nosso estoques está menor do que a nossa carteira de pedidos. Nossa exposição é zero”, afirma o vice-presidente executivo da companhia, Fernando Manzeppi. A carteira de pedidos totalizou R$ 2 bilhões em março.
Sem esse movimento, o executivo estima que o impacto na margem bruta poderia chegar a R$ 50 milhões. “Sofremos no primeiro trimestre, e o segundo não terá uma grande recuperação porque não é muito representativo, mas esperamos ganhos importantes a partir do terceiro trimestre”, afirma.
Compre Rural com informações da Money Times e Agrogalaxy
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