Gigante do fertilizante vende por US$ 111 milhões unidade de mineração de fosfato

Venda da Mosaic em Patos de Minas (MG) reforça estratégia global de realocação de recursos; nova controladora promete retomar atividades para atender agricultura do Cerrado

A multinacional americana The Mosaic Company, uma das maiores produtoras mundiais de fertilizantes fosfatados e potássicos, anunciou a conclusão da venda de sua unidade de mineração de fosfato desativada em Patos de Minas (MG). O ativo foi adquirido pela empresa brasileira Fosfatados Centro SPE Ltda. por US$ 111 milhões, com US$ 51 milhões pagos no fechamento e o restante parcelado ao longo dos próximos quatro anos.

Segundo comunicado oficial, o acordo inclui a transferência da mina e das barragens de rejeitos para a nova controladora. A Mosaic estima registrar um lucro contábil entre US$ 80 e US$ 90 milhões no quarto trimestre de 2025 como resultado da operação.

De acordo com Karen Swager, vice-presidente executiva de Operações da Mosaic, a decisão faz parte de uma estratégia global de otimização de portfólio, permitindo realocar capital para áreas de maior retorno.

“Esta venda nos torna mais ágeis e competitivos, ao mesmo tempo em que garante que a unidade continue contribuindo para o setor agrícola brasileiro”, afirmou a executiva.

Planos da nova controladora

A Fosfatados Centro, liderada por Rodolfo Galvani Júnior, informou que pretende retomar as operações do complexo mineiro com foco na produção de fertilizantes fosfatados personalizados para a agricultura do Cerrado do Centro-Oeste.
A empresa já atua com sucesso em um modelo semelhante no Matopiba — região formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — e vê o novo ativo como uma peça estratégica no avanço do Plano Nacional de Fertilizantes.

“Nosso objetivo é reativar a unidade e oferecer fertilizantes sob medida para as necessidades do produtor do Cerrado, fortalecendo a autossuficiência nacional”, destacou Galvani.

Contexto do mercado

O setor de fertilizantes vive um momento de reestruturação, impulsionado por altas nos preços internacionais de insumos como amônia e enxofre, além da busca do Brasil por reduzir a dependência de importações. A venda de Patos de Minas segue a tendência da Mosaic de enxugar operações e priorizar regiões estratégicas.

Em agosto, a companhia já havia anunciado a venda de sua subsidiária Mosaic Potássio Mineração para a VL Mineração, por até US$ 27 milhões, envolvendo a mina de potássio Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete (SE).

Importância estratégica

A unidade de Patos de Minas foi, por décadas, uma das principais fontes de fosfato para o agronegócio brasileiro. A reativação sob nova gestão poderá fortalecer o fornecimento doméstico e atender parte da demanda crescente da agricultura de precisão e dos novos polos de produção no Cerrado.

Para o governo e o setor privado, operações como essa são essenciais para atingir as metas do Plano Nacional de Fertilizantes, que busca elevar a produção interna de nutrientes agrícolas e reduzir a dependência externa, atualmente superior a 80%.


Sobre as empresas

  • The Mosaic Company: sediada nos Estados Unidos, é uma das líderes globais na produção e comercialização de fosfato e potássio, com presença em diversos países e foco em soluções sustentáveis via Mosaic Biosciences.
  • Fosfatados Centro: empresa brasileira que atua na produção de fertilizantes fosfatados voltados à agricultura tropical, com operações em expansão no Cerrado e no Matopiba.

Resumo da operação de venda da Mosaic

DetalheInformação
Unidade vendidaMina de fosfato em Patos de Minas (MG)
Valor totalUS$ 111 milhões
Pagamento inicialUS$ 51 milhões
Prazo de quitação4 anos
Nova controladoraFosfatados Centro SPE Ltda.
Lucro contábil estimadoUS$ 80 a 90 milhões
ObjetivoRetomar produção de fertilizantes fosfatados
Estratégia da MosaicFoco em áreas de maior retorno e competitividade

A operação marca mais um capítulo na reestruturação da indústria de fertilizantes no Brasil, que busca aumentar a autossuficiência, fortalecer a segurança alimentar e garantir competitividade ao agronegócio nacional.

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