Governador quer “taxar o agro” e setor diz NÃO À TAXAÇÃO

O momento é de incertezas para o produtor rural. Sobrecarregar ainda mais o setor responsável pela segurança alimentar é um absurdo. “Nossa posição é muito clara e objetiva: NÃO À TAXAÇÃO DO AGRO!!!“, e a sua?

A semana começou com uma grande surpresa para o agronegócio goiano diante do anúncio do Governador eleito Ronaldo Caiado (União Brasil), sobre a discussão de tributos que podem ser impostos sobre os produtos agropecuários do estado. Ainda segundo as informações divulgadas, a taxação é tida pelo governo estadual como um “fundo para investimentos” que contemple o setor. Porém, a medida não foi bem recebida pelas associações de classe – FAEG, Aprosoja/GO e outras – que vivem agora um momento de debate e articulação para evitar que o tributo entre em vigor. 

Ampliar a tributação no setor agropecuário prejudicará a economia goiana, que hoje tem grande dependência do setor rural, sendo o agro o principal motor econômico e de bem-estar social nos municípios onde está inserido. Novos impostos desestimulam investimentos no setor e limitarão o crescimento da produção agropecuária no Estado.

Nossa posição é muito clara e objetiva: NÃO À TAXAÇÃO DO AGRO!!!

Em primeira tratativa para construir o projeto que cria fundo para investimentos em estradas, Caiado se reuniu com líderes ruralistas e pontua que proposta será realizada de forma conjunta e transparente com o setor.

O governador Ronaldo Caiado recebeu na tarde desta segunda-feira (07/11) diversos representantes de entidades do agro para abrir diálogo e discutir a criação de um fundo para a infraestrutura em Goiás, a exemplo do que já fazem outros estados da região Centro-Oeste do país. O recurso arrecadado será administrado com a participação do setor produtivo e sua destinação será exclusiva para a melhoria de estradas e rodovias, retornando em desenvolvimento para o setor agropecuário no Estado.  

O chefe do Executivo, que estava acompanhado da primeira-dama e presidente do Gabinete de Políticas Sociais (GPS) Gracinha Caiado, ressaltou ainda que todo o recurso arrecadado será destinado a uma secretaria específica com o foco na infraestrutura. O fundo será administrado e fiscalizado por meio de um conselho formado por representantes do setor produtivo e do Estado.

Segundo explicou Caiado, os cálculos para a criação do fundo estão em estudo e contam com a contribuição da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) na elaboração do projeto, que posteriormente será enviado à Assembleia Legislativa (Alego).

Aprosoja/GO e Faeg: “Nossa posição é muito clara e objetiva: NÃO À TAXAÇÃO DO AGRO!!!

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (APROSOJA-GO) reitera seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de tributação sobre o setor agropecuário de Goiás, como deseja o governador reeleito Ronaldo Caiado, para recompor perdas na arrecadação de ICMS. Sobrecarregar ainda mais o setor responsável pela segurança alimentar é uma estratégia extremamente danosa e gerará efeitos contrários ao esperado.

Segundo a Nota Oficial da Aprosoja/GO, o atual presidente Joel Ragagnin, disse que atitude não era esperada. “Não esperávamos essa atitude do governador Ronaldo Caiado! Mesmo porque, em outras oportunidades, ele também se mostrou contrário à tributação do setor agropecuário justamente por compreender as consequências disso.”

A Faeg se coloca contra a criação de qualquer tipo de taxação do setor e afirma que não fez, e nem fará parte da comissão de análise deste projeto”, traz a nota assinada pelo seu presidente, José Mário Schreiner.  

Conclamamos os parlamentares goianos da atual legislatura, bem como os eleitos, a repudiarem quaisquer taxações sobre a agropecuária goiana! Esperamos que tenham plena consciência sobre os prejuízos dessa matéria e se manifestem contra a aprovação de qualquer projeto de lei neste sentido. Nossa posição é muito clara e objetiva: NÃO À TAXAÇÃO DO AGRO!!!“, finaliza a Nota da Aprosoja/GO.

Para o presidente do Sindicato Rural de Cristalina/GO, Alécio Maróstica, o assunto chega carregado de preocupação. “Temos um ano difícil, de custos muito altos, e ainda vem essa taxação, que não estávamos esperando. Estávamos esperando que um governador como Ronaldo Caiado, que sempre foi a favor do agro, não viesse com uma taxação sobre o setor agrícola. Entretanto, ele justifica que não terá como tocar o estado por conta da redução das receitas”, diz.

Posição à favor

Produtora rural e deputada eleita para a Câmara Federal, Marussa Boldrin se colocou à disposição para intermediar a interlocução entre o governo estadual e o setor agropecuário. “Todo desenvolvimento que queremos, a infraestrutura e segurança têm custo e investimento”, explicou. “Tenho certeza que teremos a contrapartida. Conte comigo para que a gente possa ter esse diálogo entre produtores e o senhor (governador), para que a gente entenda a importância do fundo para desenvolver o Estado e nosso país”, finalizou.

Participaram do evento, entre outros, representantes da Associação dos Produtores de Soja, Milho e outros grãos do Estado de Goiás (Aprosoja), Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Organização das Cooperativas no Estado de Goiás (OCB) e do Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec-GO).

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