Governo federal divulga vídeo do Novo PAC destacando retomada da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas

A fábrica foi reinserida no portfólio de investimentos da Petrobras como parte da estratégia da empresa de diversificar seus negócios.

Um vídeo divulgado nesta semana pelo Governo Federal colocou novamente a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3), localizada em Três Lagoas, em evidência nacional. A peça faz parte da divulgação oficial das obras previstas no Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e confirma a retomada das obras da unidade, que está com 80% da estrutura física concluída.

A fábrica foi reinserida no portfólio de investimentos da Petrobras como parte da estratégia da empresa de diversificar seus negócios e reduzir a dependência brasileira de ureia importada. Com localização estratégica e acesso facilitado às regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste – as maiores produtoras agropecuárias do país –, a UFN3 é considerada uma peça-chave para garantir a soberania alimentar do Brasil.

Gestão sustentável: o caminho para um agro mais resiliente

Segundo projeções da Petrobras, a unidade deve produzir diariamente 3,6 milhões de toneladas de ureia, 2,2 milhões de toneladas de amônia e 225 toneladas de amônia para venda. Isso significa o atendimento de até 15% da atual demanda nacional pelo insumo, com impacto direto na balança comercial e na segurança do agronegócio brasileiro.

Além da ureia utilizada na agricultura, a fábrica também produzirá resinas voltadas à fabricação de móveis, tintas, vernizes, revestimentos e até para aplicação nas indústrias têxtil e de couro.

As obras devem ser retomadas em 2026, com investimentos estimados em R$ 3,5 bilhões, e conclusão prevista para 2028. A expectativa é de que sejam gerados cerca de 8 mil empregos diretos e indiretos. A UFN3 integra, junto com a Araucária Nitrogenados (PR) e as Fafens de Sergipe e Bahia, o novo plano da Petrobras para atender até 35% da demanda nacional de ureia.

Estratégia Nacional

Durante evento realizado nesta quinta-feira (31), em Campo Grande, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), reforçou a importância da UFN3 no atual cenário geopolítico, sobretudo com o risco iminente de sanções econômicas dos Estados Unidos contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia – principal fornecedora de fertilizantes para o Brasil.

De acordo com dados do Ministério da Economia, 23% dos fertilizantes usados no país em 2023 vieram da Rússia. Para Riedel, reduzir essa dependência passa, obrigatoriamente, pela conclusão da UFN3. “Em relação ao fertilizante da Rússia, a nossa grande ação não é só uma questão de mercado, é a estratégia de produzir mais aqui. Vocês estão vendo há quantos anos a discussão da UFN3 em Três Lagoas. Essa é uma medida extremamente relevante, que tira um pouco dessa dependência”, afirmou o governador.

Riedel também revelou que a empresa russa Acron, que chegou a demonstrar interesse na UFN3 em 2022, voltou a procurar o governo com a intenção de retomar conversas sobre a planta. No entanto, a unidade já está oficialmente incluída no plano de investimentos da Petrobras. “Vamos recebê-los para entender qualquer preocupação ou intenção deles”, disse.

Obra

Anunciada como um dos maiores projetos industriais da América Latina, a UFN3 teve suas obras iniciadas em 2011, mas foram paralisadas em 2014, com cerca de 81% de conclusão. Desde então, diversas tentativas de retomar a construção foram frustradas por entraves jurídicos, econômicos e pela indefinição sobre o futuro da planta.

Agora, com o anúncio da retomada pelo Governo Federal e a inclusão no Novo PAC, a expectativa é que a UFN3 finalmente seja retomada e passe a ocupar papel de destaque na produção de fertilizantes do país. Para Três Lagoas e região, além da importância estratégica, o projeto representa desenvolvimento econômico, geração de emprego e fortalecimento da indústria local.

Fonte: RCN 67

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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